Projetos da Ufal são apresentados ao banco BID, em Washington
Com o objetivo de construir futuras parcerias, pesquisadores estiveram na sede da instituição, em Washington
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Um sistema de alerta para prevenir a evasão e o abandono escolar e uma ferramenta de correção automática de textos manuscritos. Esses foram os dois projetos do Núcleo de Excelência em Tecnologias Sociais (Nees) da Universidade Federal de Alagoas que ganharam destaque durante o encontro com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), realizado na última sexta-feira (24), na sede do BID, em Washington, nos Estados Unidos.
Realizados em parceria com o Ministério da Educação (MEC), os dois projetos estão em desenvolvimento e têm potencial para impactar positivamente a educação em outras regiões do mundo, por meio, por exemplo, do estabelecimento de futuras parcerias entre o Nees e o BID. Considerando os impactos da pandemia do coronavírus na educação, os dois projetos ganham ainda mais relevância. Diversos países têm enfrentado um aumento no abandono e na evasão escolar e identificado a necessidade de recuperar aprendizagens. No Brasil, o número de crianças e adolescentes fora da escola aumentou 171% durante a pandemia, de acordo com levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No caso específico do sistema de alerta, a proposta dos pesquisadores é empregar a tecnologia para prever o futuro e possibilitar que os gestores educacionais atuem no presente para evitar que mais alunos desistam de estudar. A partir do cruzamento de dados ― provenientes de questionários e de outras fontes governamentais ―, a ideia do projeto é criar uma solução para analisar e, por meio da utilização de modelos matemáticos preditivos, calcular o risco de evasão. Com esse sistema, será possível acompanhar e encaminhar ações personalizadas para os estudantes que apresentam maior risco.
Já a ferramenta de correção automática de textos manuscritos é uma solução tecnológica para apoiar o professor, facilitando e agilizando esse trabalho. Usando ferramentas de inteligência artificial, os pesquisadores pretendem treinar os computadores na arte de corrigir e propiciar que os alunos sejam reunidos em grupos de acordo com o nível de dificuldades de escrita de cada um. Dessa forma, será possível ajudar os professores na tarefa de ampliar as habilidades de escrita dos estudantes.
As soluções foram apresentadas ao BID por quatro lideranças do Nees, três delas da Ufal: o diretor, Ig Ibert Bittencourt, do Instituto de Computação (IC); Diego Dermeval, da Faculdade de Medicina (Famed); e Leonardo Brandão Marques, do Centro de Educação (Cedu); além de Seiji Isotani, do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos. Eles foram recebidos por Gabriela Gambi, consultora sênior do BID para transformação digital. Também participaram da reunião mais sete integrantes da equipe do Banco, alguns remotamente e outros de forma presencial.
Vale ressaltar que os dois projetos fazem parte do escopo das ações previstas pela Política Nacional para Recuperação das Aprendizagens na Educação Básica. Publicada no Diário Oficial da União (DOU) em 24 de maio, a política tem como objetivo implementar estratégias, programas e ações para a recuperação das aprendizagens e o enfrentamento da evasão e do abandono escolar na educação básica.