Comissão da Ufal visita escolas para analisar situação dos desabrigados
Ação solidária imediata não será feita nos locais porque as famílias vão sair das unidades de ensino
- Atualizado em
Uma comissão da Universidade Federal de Alagoas, que compõe a força-tarefa montada para ajudar as famílias desabrigadas em Maceió, visitou, ontem (12), quatro escolas municipais onde ainda estão abrigadas 1.145 pessoas. A equipe constatou que, diante do que foi encontrado, não haverá a adoção de ações imediatas, como foi solicitado pela secretária de Saúde, Célia Fernandes. A proposta levada para o reitor Josealdo Tonholo é de que a Ufal se articule junto à Prefeitura para implantar ações interdisciplinares permanentes voltadas à população em situação de vulnerabilidade.
Os integrantes da comissão que visitou os locais são Maria Cicera dos Santos de Albuquerque, diretora da Escola de Enfermagem (Eenf); Ângela Canuto, diretora da Faculdade de Medicina (Famed); Luciana Santana, diretora da Instituto de Ciências Sociais (ICS); Irinaldo Diniz, diretor do Instituto de Ciências Farmacêuticas (ICF); Mariana Raggi, diretora do Centro de Educação (Cedu); o professor Théo Fortes, assessor de Gabinete do Reitor; os pró-reitores de Graduação, Amauri Barros, e de Gestão de Pessoas, Wellington Pereira; Janda Alencar, coordenadora de Extensão; Alda Graciele Almeida, representante docente da Eenf; e a aluna Rubenita Kelly Silva, do Centro Acadêmico de Enfermagem.
Essa ação, encabeçada pelas professoras Cícera Albuquerque e Ângela Canuto, foi em atendimento ao chamado da secretária de Saúde de Maceió. Com apoio do reitor, a Ufal, imbuída do desejo de prestar solidariedade às famílias desabrigadas, montou essa força-tarefa para conhecer de perto a realidade das pessoas que estão vivendo em escolas, para poder propor as linhas de atuação.
De acordo com relatório entregue ao reitor Josealdo Tonholo, a comissão visitou a Escola Municipal Almeida Leite, localizada na Ponta Grossa, onde estão abrigadas 20 pessoas que serão transferidas para a Escola Municipal Rui Palmeira, no Vergel do Lago. Essa foi a segunda unidade visitada, onde estão vivendo 280 pessoas desabrigadas.
Ainda no Vergel, a equipe da Ufal também foi à Escola Municipal de Ensino Fundamental Nosso Lar e constatou que lá estão vivendo 579 pessoas. A última unidade visitada foi o Centro Municipal de Educação Infantil Vice-governador Francisco Mello, situado no Dique Estrada, onde estão abrigadas 166 pessoas.
Durante as visitas, a comissão entrou em cada espaço onde estavam as famílias e também conversou com os responsáveis pela coordenação das atividades. “Constatamos em todos eles que a população acolhida se encontrava com alimentos disponíveis, recebendo cuidados de que necessitavam para o momento e recebendo atenção para as suas demandas de saúde, considerando a realidade local”, narrou Cícera Albuquerque no relatório.
Outro fator que levou a comissão a considerar que não há a necessidade de intervenção imediata nas áreas de saúde, educação, esporte e lazer, por parte da Ufal, é que as pessoas desabrigadas já estão em fase de retorno para as suas moradias ou abrigos. As famílias estão aguardando o auxílio emergencial e o aluguel social para se retirarem dos locais onde estão. No entanto, os desabrigados continuam necessitando de donativos, principalmente material de higiene pessoal e geral, lençol, travesseiros e fraldas infantis. Por isso, a Campanha Ufal Mais Solidária continua.
Na visita à Escola Municipal de Ensino Fundamental Nosso Lar, a comissão se encontrou com o secretário adjunto de Assistência Social, Moacir Teófilo Neto. Ele falou sobre a proposta de retomada das aulas nas escolas e a necessidade de desocupação desses espaços. Disse, ainda, que a Prefeitura já está providenciando os cheques do auxílio emergencial e do aluguel social, nesta quinta-feira (14), para poder desativar os alojamentos.
De acordo com o secretário adjunto, algumas famílias vão voltar para as suas casas. As que perderam tudo poderão alugar uma residência ou serão acomodadas em abrigos, até serem providenciadas moradias para elas.
Diante desse fato relatado por Teófilo Neto, a comissão, em reunião com o reitor, chegou a conclusão que as ações emergenciais não serão mais necessárias. No entanto, foi ressaltada a necessidade de uma articulação com a Prefeitura para buscar resolver a base dos problemas que provocam as enchentes. Sobre isso, o reitor Josealdo Tonholo vai marcar reunião com o prefeito JHC para avaliar e planejar o que pode ser feito, a partir de agora, em relação à ações voltadas à população em situação de vulnerabilidade social.
Ainda durante a reunião, Tonholo conversou com a secretária de Saúde, Célia Fernandes, sobre o resultado das visitas feitas pela comissão e informou sobre a proposta de trabalhar junto com a Prefeitura para ajudar as famílias com ações permanentes, de forma interdisciplinar.