Expedição Científica lança segundo livro sobre o Baixo São Francisco
Obra reúne análises de 35 áreas de pesquisa
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Em parceria com a Editora da Ufal, os resultados das pesquisas mais atuais sobre a região do Baixo São Francisco estarão à disposição da sociedade, em formato impresso e virtual, neste mês de agosto. O lançamento do segundo volume do livro O Baixo São Francisco: características ambientais e sociais será realizado no dia 16 de agosto, a partir das 10h, no auditório da Reitoria, no Campus A.C. Simões.
Ao longo de 23 capítulos, o leitor terá acesso a dados científicos e análises que mostram como está a região do Baixo São Francisco, situado entre os Estados de Alagoas e Sergipe, em relação à qualidade da água, contaminantes, peixes, geoprocessamento, mata ciliar, assoreamento, solo, pesca, genotoxicidade, histopatologia, saúde pública e bucal da população ribeirinha, arqueologia subaquática, manguezal etc.
"A região do Baixo, apesar de representar apenas 6% da bacia do São Francisco, é muito importante em relação à diversidade de ecossistemas, pois temos água doce e estuário, em meio à caatinga e mata atlântica. Mas também é uma das mais fragilizadas pelas ações do homem", explica Emerson Soares, coordenador-geral das Expedições e um dos organizadores do livro, citando como exemplo a intensa variação de vazões no rio, "que está alterando significativamente o seu curso, com alterações de grandes proporções, causando a formação de novas ilhas e soterrando os sítios arqueológicos catalogados pela expedição, com perdas sobre a história da região".
Além disso, os pesquisadores identificaram 14 tipos de agrotóxicos nas águas do Velho Chico que, aliados aos efluentes lançados no rio, contaminam os peixes, causando-lhes deformidades em nível celular.
No livro, também é possível conferir os resultados da pesquisa coordenada pela vice-reitora Eliane Cavalcanti, que avaliou, dentre outros aspectos, o avanço da covid-19 no interior do estado. "Pegamos um momento em que o Plano Nacional de Imunização estava começando a avançar, ainda com a 2ª dose, e automaticamente havia diminuído o número de casos. Coletamos 604 amostras e apenas uma deu positiva, o que equivale a 0,002%, ou seja, a nossa pesquisa mostrou que o plano de imunização estava funcionando e que a doença não tinha avançado com a mesma velocidade que estava ocorrendo na capital", explica Eliane Cavalcanti, acrescentando que "com base nesses dados, o turismo da região avançou bastante, uma vez que a população teve segurança de que não estava ocorrendo uma contaminação em massa."
"É um privilégio muito grande para a Ufal ter essa Expedição e saber que ela está servindo de modelo para outras iniciativas em nível nacional", complementa o reitor Josealdo Tonholo.
As Expedições Científicas do Baixo São Francisco são uma realização da Ufal e têm como investidores o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), a Secretaria do Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Alagoas (Semarh-AL) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal).
Sobre a 5ª Expedição
Para dar continuidade e ampliar os resultados e alcance das edições anteriores, a 5ª Expedição Científica do Baixo São Francisco será realizada de 3 a 12 de novembro de 2022, com abertura na cidade de Piranhas-AL e encerramento em Penedo.
Para saber mais e ter acesso às publicações já realizadas, acesse ufal.br/expedicao-sao-francisco.