Livro sobre o Baixo São Francisco integra ciência, educação e saúde
E-book está disponível para download no site da Edufal
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As pesquisas mais recentes sobre a região do Baixo São Francisco, que abrange os Estados de Alagoas e Sergipe, já estão disponíveis ao público. O segundo volume do livro O Baixo São Francisco: características ambientais e sociais foi lançado na última terça-feira (16), no auditório da Reitoria da Ufal, com a presença de pesquisadores, instituições parceiras e sociedade em geral, e pode ser adquirido no site da Editora da Ufal (Edufal).
O evento de lançamento contou com a exibição do documentário sobre a última edição da Expedição Científica do Baixo São Francisco e com uma belíssima apresentação do poeta e cordelista Jorge Calheiros, patrimônio vivo de Alagoas desde 2011, e do músico Eduardo Pereira.
A mesa de honra do evento foi composta pela vice-reitora da Ufal e expedicionária, Eliane Cavalcanti; pelo coordenador-geral das Expedições Científicas, professor Emerson Soares; pela secretária-geral de popularização da ciência do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), Silvana Copceski; pelo presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), Maciel Oliveira; pelo superintendente da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba, João Pereira Filho; pelo superintendente de recursos hídricos da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Alagoas (Semarh-AL), Marcelo Ribeiro; e pela procuradora do Ministério Público Federal em Alagoas, Juliana Santa Rosa. O diretor executivo de ciência e tecnologia da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal), João Vicente Lima, compareceu ao evento, mas precisou se ausentar por motivos de força maior.
Em sua fala, a procuradora do MPF em Alagoas, Juliana Santa Rosa, celebrou o trabalho realizado pela equipe da Expedição Científica. “É um trabalho que toca o coração. Desde a infância, cruzei o rio São Francisco e fico feliz em saber do empenho, alegria e entusiasmo de vocês para cuidar dele. Parabéns pela iniciativa e por mudar a vida dos ribeirinhos. A ciência aqui é praticada com o intuito de salvar vidas”, disse.
O presidente do CBHSF, Maciel Oliveira, agradeceu a todos que fazem parte da Expedição Científica desde o princípio. “Um deles é o Antônio Jackson, que foi fundamental para o pontapé inicial. Temos muito orgulho de tê-lo conosco. Nós investimos na expedição, porque sabemos da seriedade e do quanto a ciência é necessária, bem como as políticas públicas. Esse livro é resultado do conhecimento e do trabalho científico. Tudo que foi realizado até hoje tem como base a ciência, informações técnicas e traz especialistas competentes, envolvidos com o trabalho e ações com ribeirinhos, indígenas e quilombolas. A expedição é uma grande lição de conhecimento. Fico extremamente feliz em ver a expedição consolidada não só como presidente do Comitê, mas como ribeirinho. Vocês estão de parabéns! Acreditamos desde o início e continuaremos a investir neste trabalho sensacional”, comentou de maneira emocionada.
Os superintendentes da Codevasf e da Semarh-AL reiteraram o compromisso institucional com as Expedições e com o que elas representam. "A Expedição Científica hoje é uma referência nacional. Começou modesta e agora está grandiosa. Trouxe diagnósticos e muitos resultados retirados do rio São Francisco. A Semarh se engaja nesse processo e colabora com vocês estruturando parcerias em benefício do Velho Chico", destacou Marcelo Ribeiro.
Silvana Copceski, do MCTI, também não escondeu a emoção em conhecer de perto o programa científico que, segundo ela, inspira a todos. "Nesse livro tem história, emoção, sacrifício, superação, tem as crianças, que são o nosso futuro, e vocês cuidam de tudo e de todos. Então, eu quero agradecer imensamente por estar aqui. O meu papel no Ministério é propor e promover políticas públicas, para que esse tipo de programa aconteça; e a Expedição é fantástica, porque salva vidas", salientou a coordenadora-geral de popularização de ciência do MCTI.
Na oportunidade, o professor Emerson Soares agradeceu todo o apoio recebido, inclusive o que é dado desde o início pelo CBHSF. “Agradeço ao Comitê em nome do presidente, Maciel Oliveira e do membro Anivaldo Miranda. Meus agradecimentos se estendem também a cada expedicionário, investidor e parceiro, que torna as expedições possíveis. Cada um dos envolvidos merece ser exaltado pelo grande trabalho que realiza e pela grande colaboração que engrandece esse projeto”.
A vice-reitora da Ufal, Eliane Cavalcanti, pontuou que a expedição deve ser comemorada. “A expedição só cresceu e tudo isso se deu pelo trabalho realizado por cada um dos pesquisadores. Saímos da universidade, da zona de conforto para ir às comunidades, vivenciar o que eles vivenciam. Se não enxergarmos a importância que o Velho Chico tem, ele irá desaparecer. Agradeço a força e a coragem dos coordenadores da expedição, que trabalham para entregar os resultados e a favor do Velho Chico”.
“A expedição é esse sucesso porque tem lideranças que fazem acontecer. O rio São Francisco ganhou voz através desse trabalho realizado por essa grande equipe de pesquisadores”, finalizou Antônio Jackson, membro do CBHSF e conhecido como mestre do rio.
O livro O Baixo São Francisco: características ambientais e sociais é fruto de uma parceria com a editora da Ufal (Edufal) e traz, em seu segundo volume, 23 capítulos estruturados por grandes áreas do conhecimento científico, de forma que a organização da escrita facilita a leitura e o entendimento por parte dos leitores. Nele, estão os resultados das pesquisas mais atuais sobre a região do Baixo São Francisco, com dados e análises feitas por pesquisadores das Universidades Federais de Alagoas, Rural de Pernambuco, de Sergipe, da Paraíba e de Rondônia, além do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Sob a organização de Emerson Soares, José Vieira e Themis Silva, a obra relata como está a região do Baixo São Francisco, em relação à qualidade da água, ictiofauna, avaliação microbiológica do pescado, aspectos reprodutivos dos peixes, arqueologia subaquática, geoprocessamento, solo, atividade pesqueira, saúde pública e bucal da população ribeirinha, manguezal, dentre outros.
5ª Expedição
A abertura da 5ª Expedição Científica acontecerá no dia 3 de novembro, no município de Piranhas (AL), com uma série de atrações, como o "Esquenta Bienal", em parceria com a Edufal; feira de artesanato; apresentação do trailer do filme “O Imperador e o Rio"; exposição do Museu Velho Chico; e peixamento de espécies nativas no rio.
Este ano, a Expedição desenvolverá ações nas cidades alagoanas de Piranhas, Pão de Açúcar, Traipu, São Brás, Igreja Nova, Penedo e Piaçabuçu; e nos municípios sergipanos de Própria, Gararu e Brejo Grande. O encerramento acontecerá no dia 12 de novembro, na cidade de Penedo (AL).
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