Reinauguração do Laboratório de Aquicultura potencializa pesquisas
Com estrutura adequada e equipamentos de ponta, Laboratório de Aquicultura e Ecologia Aquática (Laqua) se equipara aos de grandes instituições do Brasil
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Criado em 2015, o Laboratório de Aquicultura e Análise de Água evoluiu, tornando-se uma referência para o Estado de Alagoas, e se tornou o Laboratório de Aquicultura e Ecologia Aquática (Laqua) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). A união de forças e competências entre docentes, bolsistas de pós-doutorado, técnicos, graduandos e parceiros tornou urgente a necessidade de expansão.
E o sonho foi concretizado na última quarta-feira, 27 de setembro, quando o Laqua foi reinaugurado no Campus das Engenharias e Ciências Agrárias (Ceca) da Ufal, em Rio Largo, com uma estrutura adequada e equipamentos de ponta que elevam o patamar das análises realizadas.
A solenidade contou com as presenças da vice-reitora Eliane Cavalcanti; da pró-reitora de Pesquisa e Pós-graduação, Iraildes Assunção; dos coordenadores Emerson Soares e Elton Lima; do diretor do Ceca, Gaus Silvestre; do deputado estadual Cabo Bebeto; do doutor honoris causa pela Ufal, Jackson Borges; do superintende do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em Alagoas, Rivaldo Couto; de representantes da Fundação Universitária de Desenvolvimento de Extensão e Pesquisa (Fundepes); de docentes e pesquisadores parceiros; e de amigos que acompanham o desenvolvimento do laboratório ao longo dos anos. Todos conheceram as novas instalações e foram unânimes em destacar a importância desse laboratório para um estado que tem em seus ambientes aquáticos uma de suas principais fontes de riqueza.
Em sua fala inicial, Emerson Soares, em nome da coordenação do laboratório, agradeceu a presença de todos e destacou a importância do trabalho de cada um, inclusive no período de reforma, quando, inevitavelmente, há transtornos. “Uma reforma mexe com toda estrutura da universidade, então queremos agradecer muito à gestão da universidade, ao Ceca, à Fundepes, aos pesquisadores parceiros, aos bolsistas e demais integrantes do laboratório. E não só é esse laboratório, é uma rede de laboratórios que trabalham juntos, no caso o Lassop [Laboratório de Sistemas de Separação e Otimização de Processos] e o Linqa [Laboratório de Instrumentação e Desenvolvimento em Química Analítica]”, ponderou Soares.
A vice-reitora Eliane Cavalcanti enfatizou a parceria e a importância dos trabalhos desenvolvidos, ao lembrar que “frente às adversidades que temos passado, estarmos aqui reinaugurando esse laboratório com uma equipe altamente comprometida e com um laboratório que serve não só pra universidade, mas toda a sociedade e o meio ambiente é uma satisfação muito grande!”.
Outro ponto importante trazido à tona foi o quanto essa nova estrutura e ampliação da capacidade laboratorial trarão parcerias promissoras à Ufal, como destacou Rivaldo Couto, superintendente do Ibama em Alagoas, ao afirmar que o órgão vai firmar parceria com a universidade, gerando agilidade, qualidade e economia. “Antes, coletávamos peixes para saber se estavam contaminados, por exemplo, e mandávamos para outros estados. Felizmente, agora podemos enviá-los para cá, o que nos permitirá fazer uma amostragem melhor. Isso vai agilizar muito o controle ambiental das indústrias, da poluição e de problemas ambientais genéricos”, comemorou Rivaldo.
O diretor do Ceca, Gaus Silvestre, relacionou a reinauguração do laboratório com a qualidade de ensino e pesquisa da universidade, já que mais alunos de graduação e pós-graduação serão beneficiados nas ações de pesquisa, extensão e na orientação de trabalhos científicos. “Parabéns aos professores envolvidos diretamente, vocês foram uma aposta muito acertada. Emerson dá exemplo na busca por soluções, alternativas para que as coisas funcionem, e este é o resultado de tanto esforço”, reconheceu Silvestre.
Estrutura do laboratório
Graças aos projetos aprovados, que, levando em consideração os anos de 2022-2023, somam cerca de R$ 15 milhões, o Laboratório de Aquicultura e Ecologia Aquática (Laqua) pôde chegar à atual apresentação: com salas distintas e adequadas para as áreas de microscopia; genotoxicidade, histopatologia e análises enzimáticas em peixes (sala de análises biológicas); qualidade de água/limnologia; microbiologia; nutrição e aquicultura; fitoplâncton; e ecotoxicologia. Além disso, também foi construído um banheiro; uma sala de reunião; uma copa/cozinha; e uma área de convivência para visitantes; em um ambiente todo climatizado.
Novos equipamentos foram adquiridos: o Enzyme Linked Immuno Sorbent Assay (Elisa), para análises enzimáticas; espectrofotômetros; fotômetros; novos microscópios; lupas; analisadores da demanda química de oxigênio; box digestor; novas sondas multiparamétricas, dentre outros. Somando a aquisição do barco e do veículo, que permitem agilidade e economia no deslocamento em ambientes aquáticos e terrestres do Estado de Alagoas, o investimento gira em torno de R$ 1,5 milhão de reais.
Os recursos humanos são constituídos por quatro professores - Elton Lima, Emerson Soares, Themis Silva e Alexandre Oliveira -, três bolsistas de pós-doutorado, três bolsistas mestres, dois especialistas, e cerca de 12 alunos graduandos e bolsistas. Ao todo, uma equipe de, aproximadamente, 24 pessoas.
Assim, o laboratório atua nas áreas de ecotoxicologia, fitoplâncton, microscopia, análise enzimática, histopatologia, qualidade de água, análise microbiológica de água, genotoxicidade, manguezais, aquicultura e aquaponia, em virtude dos projetos contratados. “A partir de agora, vamos aumentar o leque de análises, e estas serão mais rápidas, mais bem estruturadas, bem definidas e organizadas. Temos um laboratório completo de análises, que se incorpora ao Estado de Alagoas para ajudar nas ações para melhoria da qualidade de água, dos organismos e também dos ambientes aquáticos”, destacou Emerson Soares.
Projetos desenvolvidos
O Laqua é responsável por diversos projetos. Dentre finalizados ou ainda em execução, podemos citar as Expedições Científicas do Baixo São Francisco, como o programa mais consolidado; o Projeto Laguna Viva, de biomonitoramento da laguna Mundaú, em parceria com o Linqa e o Lassop; a força-tarefa do óleo em Alagoas; o biomonitoramento dos rios da Área de Preservação Ambiental Costa dos Corais; o monitoramento aquático do rio Santo Antônio, através de um edital do Programa de Pesquisa para o SUS (PPSUS); projeto de aquicultura e aquaponia em sistemas prisionais e comunidades indígenas; e o de treinamento de aquicultores do Baixo São Francisco, junto ao Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA).
“Vários projetos passam por esse laboratório, então temos uma equipe qualificada, com excelentes equipamentos, para atender a sociedade alagoana e mostrar que nós, da Universidade Federal de Alagoas, temos laboratório e recursos humanos capazes de fazer o que qualquer outro laboratório no mundo faz!”, finaliza Emerson Soares, coordenador do Laqua/Ufal.