Ufal participa do Seminário Final de Avaliação dos projetos PPSUS
Edital lançado pela Fapeal contemplou 25 projetos, sendo 21 deles de pesquisadores da instituição
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Ciência a serviço da sociedade! Prova disso foi a participação ativa de pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas durante o Seminário Final de Avaliação dos Projetos do Programa de Pesquisa para o SUS (PPSUS) entre os dias 4 e 5 de outubro. O evento, realizado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal), reuniu 25 pesquisadores, sendo 21 deles da Ufal, que, trouxeram resultados de como seus projetos podem ser incorporados pelo Sistema Único de Saúde.
Um dos pesquisadores a participar foi o professor Wagnner Porto, do Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde (ICBS), que coordenou projeto sobre os avanços no diagnóstico da esquistossomose, parabenizou a iniciativa da Fapeal em promover o evento final de avaliação dos projetos. Ele, que está em seu primeiro PPSUS, considerou ainda o momento como primordial e adiantou que deseja concorrer ao próximo edital, a ser lançado em 2024.
“Aqui nós discutimos melhorias, discutimos o nosso desenvolvimento e isso nos dá um norte para onde estamos indo e onde queremos chegar, inclusive englobando a participação de alunos da pós-graduação e da graduação também. Essa primeira experiência foi um grande desafio, pois pegamos um período pandêmico. Tivemos que nos desdobrar para dar conta dos objetivos propostos, mas foi um desafio positivo, pois vimos que temos capacidade para progredir mesmo com as adversidades impostas”, disse.
O professor Elton Lima, do Campus de Engenharias e Ciências Agrárias (Ceca), que coordena projeto sobre o biomonitoramento da saúde ambiental e humana no litoral norte do estado, celebra o envolvimento do SUS com a academia por meio da participação direta da comunidade com as pesquisas desenvolvidas, que apresenta resultados promissores. Ele, que está em seu segundo PPSUS, diz que o programa é importante em diversos aspectos.
“Participar desse seminário é acompanhar os outros projetos, articular e criar redes com pesquisadores de outras universidades e também da Ufal. O PPSUS é um programa que muda a concepção daqueles pesquisadores pela aplicação das pesquisas que a gente faz diretamente na comunidade, envolvendo e engrandecendo o Sistema Único de Saúde. A gente só tem a agradecer por participar deste programa”, celebrou Elton Lima.
A professora Sandra Mary Vasconcelos, da Faculdade de Nutrição (Fanut), celebrou a realização do evento e destacou a importância de os pesquisadores e pesquisadoras reservarem espaços para conhecer o que os colegas estão produzindo. “A gente verifica interlocuções importantes que outros colegas que estão, às vezes, ao lado da gente, que estão fazendo e que poderíamos potencializar coisas. Então é um momento ímpar nesse aspecto, no aspecto de prestar contas às instituições de fomento sim, quais foram as respostas e de até trazer outras perguntas, novas perspectivas”, salientou.
Para ela, além dos pesquisadores, o espaço também poderia ser frequentado pelos indivíduos que foram alvo dos estudos apresentados. “Eu me arrisco aqui a dizer que esse espaço também deveria ser frequentado por aquele indivíduo que fora estudado. Que houvesse uma facilitação para que as pessoas que participaram da pesquisa, os voluntários, se fosse da sua condição e possibilidade de vir, que estivessem aqui” apontou.
Estudantes celebram apresentação dos resultados
A fala de Sandra Mary causou reflexões na estudante Mariana Marques, que acompanhou o projeto PPSUS coordenado por ela desde o início, em 2020. “Assistir a apresentação final de uma pesquisa em que você estava ali trabalhando, participando de todas as etapas, dá uma alegria boa, sabe? É muito gratificante! Eu, parando pra pensar na Mariana que entrou nesse processo e na que está saindo, é muito enriquecedor. Valeu muito a pena”, vibrou a estudante do 5º período de Nutrição.
A estudante Luana Ramos, do 10º período do curso, reiterou a fala da colega ao dizer que participar do projeto PPSUS transformou sua vida. “É muito bom a gente poder ajudar. Eu me sinto muito bem. A gente que ficou desde o início e até agora, com os problemas que tivemos, as dificuldades, e ver que a gente conseguiu… Batemos a meta. E tudo o que a gente conseguiu aprender com isso, sabe? É muito lindo ver assim o final”, disse ela, sorridente.
O papel da CT&I no avanço da saúde em Alagoas
Durante a abertura do seminário, na última quarta-feira (4), o diretor-presidente da Fapeal, professor Fábio Guedes, destacou a parceria da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau-AL) e do apoio do Ministério da Saúde em prol do PPSUS. Reforçou, ainda, a colaboração dos avaliadores externos aos projetos apresentados e refletiu sobre o papel da Ciência, da Tecnologia e da Inovação no avanço da saúde alagoana.
“O PPSUS é a ponta de lança em recursos para a saúde no fomento à Ciência. Há oito anos, quando assumimos a Fapeal, ele era um desafio. Hoje, ele se soma a uma teia de programas que temos e fortalece o sistema de Ciência, Tecnologia e Inovação do estado”, disse.
Ele aproveitou a oportunidade para reiterar a importância de os pesquisadores participarem das oficinas de prioridades que têm como objetivo debater e definir as linhas de pesquisa que serão contempladas no próximo edital.
“Nós temos sido cobrados por alguns pesquisadores com temas específicos, tais como a saúde mental. E eu convido vocês a participarem das oficinas de prioridade do PPSUS onde podem aparecer mais temas e isso vai exigir um esforço maior de recursos. Com isso, quem sabe saímos dos R$ 4 milhões dessa edição para R$ 6 [milhões] ou R$ 8 [milhões] em recursos”, salientou o gestor.
Para Ermi Magalhães Neto, superintendente de ações e projetos estratégicos da Sesau, a união entre pesquisa e inovação pode trazer excelentes resultados.
“A pesquisa e a inovação vêm justamente para acelerar esse processo de solução dos problemas e reduzir, ser mais eficiente, para que a gente não precise a todo momento sempre colocar o problema como sendo o financiamento. Sei que as soluções que vocês vão apresentar tem muita inovação, muita pesquisa e estou ansioso para conhecê-las”, disse ele.
Quem também celebrou o trabalho dos pesquisadores foi a professora Marília Goulart, do Instituto de Química e Biotecnologia (IQB), que parabenizou a ação da Fapeal ao reforçar a importância da avaliação como método de controle e monitoramento dos projetos contemplados pelo edital PPSUS.
“A Fapeal tem feito muito bem, trazendo pesquisadores de alto nível, permitindo que as pessoas façam seu seminário, cobrando também, eu ouvi as perguntas, que são muito interessantes, acompanhei, e elas fazem o trabalho crescer. Essa é a maneira que tem de ser feita. Sem a Fapeal não teríamos esse reconhecimento enorme que vem dessa avaliação precisa, rigorosa e que olha para o futuro”, celebrou.
Resultados de excelência
A coordenadora nacional do PPSUS no Ministério da Saúde, Marge Tenório, destacou o trabalho desenvolvido pelos pesquisadores alagoanos em prol do Sistema Único de Saúde, além de reiterar o bom trabalho desenvolvido pela Fapeal em parceria com a Sesau no que se refere à parte técnica do edital, tais como o lançamento e na construção das chamadas públicas para convocar os pesquisadores.
“Trazer a Secretaria para o âmbito da Fapeal para discutir os problemas enfrentados pelo SUS e automaticamente pela população é um plus que a gente encontra em Alagoas e, a partir disso, então, convidar os pesquisadores para selecionar a partir desses problemas, linhas de pesquisas que podem ser estudadas por eles próprios e trazer esses produtos com resultados. Temos projetos de altíssimo nível trazendo soluções tanto no âmbito local como nacional. Alagoas e a Fapeal estão de parabéns”, celebrou.
Já a coordenadora de projetos especiais e de Inovação da Fapeal, Juliana Khalili, classificou o evento como de excelência a partir dos resultados apresentados pelos pesquisadores. Ela destacou a colaboração da banca de avaliadores, composta tanto por pesquisadores ad-hoc como de representantes técnicos da Sesau, e adiantou: vem aí, e, 2024, a oitava edição do PPSUS.
“A gente vê uma participação efetiva da pesquisa, dos pesquisadores, de seus alunos e muitos desdobramentos científicos como dissertações de mestrado e até teses de doutorado sendo produzidas a partir da pesquisa, além da formação de muitos alunos ao longo desse processo. Existe, de fato, tanto um progresso no serviço – na medida em que esses resultados podem ser incorporados – como no estímulo à academia com a formação de pessoal de alto nível, papers, participações em congressos, enfim, eu vejo de forma extremamente positiva os resultados que foram apresentados”, celebrou.