Mostra de imagem marca Encontro de Estudos Sociais da Ciência e Tecnologia
Ensaios visuais expostos foram desafiados a apresentar as imagens e a sua narrativa visual acompanhada de uma descrição sonora
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Inaugurada durante o 10º Simpósio Nacional de Ciência, Tecnologia e Sociedade, atividade organizada pela Associação Brasileira de Estudos Sociais das Ciências e das Tecnologias (Esocite.BR), no hall da Reitoria da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), entre os dias 25 e 27 de outubro. a 1ª Mostra Livre de Imagem e Acesso não Visual, contou com a participação de quatro autores: Nossas Imagens Performadas, foi iniciativa do Coletivo Retratos Defiças: Ana Candida Cavalcanti e Caroline Gouveia Bruna Teixeira, Laerte Malta, Amanda Bambu, Gabriela Amorim, com curadoria de Nádia Meinerz; Corpos In(VISÌVEIS), de Fábio Passos; Cicatrizes na Alma em meio às Ruinas, com Carlos Eduardo da Silva Lopes; e Etnografia Visual e Sonora da Feira Agroecológica Novo Jardim, de Luana Verçulino dos Santos.
Segundo a professora Nádia Meinerz, do Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Ufal, responsável pela Comissão de Acolhimento do Esocite 2023, os ensaios visuais expostos foram desafiados a apresentar as imagens e a sua narrativa visual acompanhada de uma descrição sonora. "O Esocite entrega essa exposição para a Universidade Federal de Alagoas como uma forma de celebrar a presença de pessoas com deficiência que são estudantes, técnicos e professores. Queremos reconhecer o seu potencial de transformar o espaço acadêmico em um espaço plural, mais representativo dos corpos e mentes que compõe a sociedade alagoana", afirma.
Ela destaca que a áudiodescrição é um recurso de acessibilidade que nos permite receber e perceber a imagem sem ver. "Uma técnica que vem sendo utilizada principalmente para garantir o acesso de pessoas cegas e com baixa visão aos diferentes conteúdos visuais. Nosso convite é para que ela seja mais do que isso, propiciando uma expansão das fotografias e obras de arte que agregam uma nova camada verbal, vibracional e afetiva à apresentação da imagem. Especialmente naquelas fotografias em que os próprios artistas visuais se encarregam da descrição, o som traz uma aproximação com a intencionalidade expressiva de quem assina cada um dos ensaios", diz.
A experiência da deficiência é tema de dois dos ensaios apresentados, entre eles o Nossas Imagens Performadas do coletivo Retratos Defiças, que é uma inciativa local, coproduzida pelo Instituto de Ciências Sociais e do Ateliê Ambrosina de Maceió. Ele traz as imagens criadas de forma colaborativa por artistas visuais com e sem deficiência. O segundo é o Ensaio Corpos In(VISÌVEIS) do artista visual Fábio Passos, que é também professor de Filosofia da Universidade Federal do Piauí (UFPI) e lançou um livro que explora o mesmo tema do seu ensaio: a nudez das pessoas com deficiência.
Os outros dois ensaios, que foram audiodescritos pelos próprios artistas, que são também estudantes do ICS, do curso de bacharelado e do mestrado em Antropologia Social, abordam dois temas que perpassam a atuação da Universidade junto a comunidade: O Ensaio de Carlos Eduardo da Silva Lopes aborda o desastre da Braskem, trazendo para o primeiro plano às experiências das famílias que foram expulsas dos bairros afetados pelo desastre ambiental; já o Ensaio de Luana Verçulino apresenta práticas da feira agroecológica, a partir de uma etnografia visual e sonora.