Projeto sobre saúde da pessoa com albinismo é discutido em Brasília

Grupo de representantes foi recebido no Ministério da Igualdade Racial e planeja evento nacional em Maceió

Por Manuella Soares - jornalista
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A equipe de pesquisadoras de um projeto de extensão da Ufal que trata sobre a saúde da pessoa com albinismo esteve em Brasília no início de dezembro apresentando os resultados parciais do estudo ao Ministério da Igualdade Racial (MIR). O projeto é desenvolvido por meio de parceria da Faculdade de Medicina (Famed) com o MIR para traçar o perfil da comunidade de albinos de Alagoas e entender suas demandas.

“Apresentamos os resultados preliminares da pesquisa científica em 32 municípios alagoanos, nesses municípios foram entrevistadas 66 pessoas com albinismo, a maior parte em situação de grande vulnerabilidade social e alguns com lesões de pele decorrentes da exposição solar sem a devida proteção”, adiantou a professora Priscila Nunes, da equipe de coordenação junto com a professora Maria Edna Bezerra.

Elas foram à Brasília acompanhadas da professora Josineide Sampaio, responsável pelo grupo de pesquisa do projeto e Maria Verônica Soares, pessoa com albinismo que representou a Associação de Albinos de Alagoas (Albinal).

Além da apresentação no MIR o grupo esteve presente na Diretoria de Políticas de Educação Especial na Perspectiva Inclusiva do Ministério da Educação (Dipepi/Secadi/MEC) para uma reunião com o diretor Décio Nascimento Guimarães Na ocasião as pesquisadoras levaram o problema da evasão escolar identificado durante as visitas aos municípios atendidos pelo projeto.

“Algo evidenciado foi a alta taxa de evasão escolar das pessoas com albinismo, pois é comum nesses casos a baixa visão e a maioria dos professores da educação básica desconhecem o albinismo e as formas de inclusão desses indivíduos nas atividades em sala de aula e nas aulas de educação física. As reuniões nos ministérios foram muito importantes para levar a discussão do tema em locais onde podemos discutir estratégias em nível nacional, e além da presença dos pesquisadores, ter uma pessoa com albinismo nesses espaços fazendo um relato das dificuldades vivenciadas foi essencial para evidenciar a importância do tema”, reforçou Priscila.

O projeto iniciou em junho do ano passado e já abriu a discussão para as possibilidades de novas propostas para impulsionar a recém-aprovada Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas com Albinismo. Outras reuniões estão previstas para o primeiro trimestre de 2024 e a ideia é propor um evento nacional sobre a temática, reunindo em Alagoas pesquisadores e gestores estaduais e municipais da educação e da saúde. 

Capacitação

Gestores e profissionais que atuam nas unidades básicas de saúde e na educação básica dos municípios alagoanos podem se inscrever no Curso de atualização em Direito à Saúde para pessoas com Albinismo, oferecido pelo projeto de extensão da Ufal.

A atividade tem carga-horária de 40 horas e acontece totalmente a distância, de graça e com certificação pela Universidade. Para participar, basta realizar inscrição no site. Mais informações pelo telefone: (82) 9403-6530, pelo e-mail: capacitacaoalbinos@gmail.com ou pelo perfil no Instagram: @direito_albinismo.