Campus Arapiraca realiza evento para destacar a necessidade de dormir bem
Programação do encontro científico foi voltada para conscientizar sobre o quanto o sono é essencial para a saúde
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Necessidade fisiológica vital, o sono tem um dia mundial cuja data é o dia 17 de março. Pelo quinto ano consecutivo, o Campus Arapiraca da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) realizou o Encontro Científico do Agreste Alagoano dos Distúrbios do Sono (ECAADS) para informar e conscientizar a população sobre a importância de dormir bem.
O evento aconteceu de 13 a 19 de março e a programação teve como foco a temática mundial Sono é essencial para a saúde. De acordo com a organização, o 5º ECAADS reuniu mais de 150 inscritos, 74 trabalhos submetidos e publicados em anais e 23 palestrantes que trocaram experiências com os participantes ao longo da última semana.
“Tal encontro tem sua relevância visto que o sono, por ser uma necessidade fisiológica, vem sendo negligenciado ao longo da vida”, destaca a coordenadora do evento e professora do curso de Enfermagem, Christiane Feitoza. E a pesquisadora alerta: “Quem dorme mal, vive mal e envelhece com mais riscos de desenvolver problemas cardiovasculares, neurológicos e cognitivos”.
Além da programação acadêmica do ECAADS, a Ufal, em parceria com a Prefeitura Municipal de Arapiraca, realizou, no bairro do Centro da maior cidade do agreste de Alagoas, a ação de extensão Como está o seu sono? que contou com a participação de estudantes do curso de Enfermagem. “Foram realizadas atividades educativas com distribuição de panfletos com dicas de higiene do sono, verificação de pressão arterial, glicemia e medidas antropométricas, além de práticas de massagens de relaxamento e auriculoterapia”, informa Christiane.
Encerrando a semana do encontro, no domingo (19), uma equipe formada por pesquisadores do Campus Arapiraca e do Campus A.C. Simões da Universidade participou de uma ação educativa da Semana Nacional do Sono, promovida pela Associação Brasileira do Sono, realizada na praia de Ponta Verde, em Maceió.
“Marcamos presença reforçando a ação educativa realizada pela Associação Brasileira do Sono, reunindo pesquisadores da Ufal na troca de experiências entre os pares e com a população em geral. Foi uma semana muito importante, tanto no âmbito acadêmico como no âmbito social, onde a temática do sono foi divulgada intensamente, integrando os campi da Universidade na pesquisa e extensão”, afirmou.
Preocupação com a qualidade do sono
A pesquisadora Christiane Feitoza relata que a discussão sobre o sono vem sendo tema de muitas pesquisas e ganhando destaque no contexto do cotidiano acadêmico. “Discentes, docentes e técnicos têm rotinas que, quando não bem direcionadas, podem desencadear distúrbios do sono que estão associados a transtornos emocionais como insônia, ansiedade e depressão”, alerta.
Ela também lembra que algumas condições físicas, tais como ronco e apneia obstrutiva do sono, são algumas das realidades que afetam a qualidade do dormir. “São sintomas que comprometem os sistemas do corpo humano, levando a um sono não reparador”, diz. As consequências, aponta a professora, são “sonolência excessiva diurna, dificuldade de concentração e déficit de memória e aprendizagem, além de aumentar o risco de doenças neurodegenerativas como Alzheimer e câncer”, aponta.
Mas tudo isso pode ser revertido, adianta Feitoza. “A boa notícia é que tem tratamento e deve ser realizado por equipes multidisciplinares, após o diagnóstico direcionado pelo médico especialista em medicina do sono”, explica. E reforça: “Dormir bem é essencial para a saúde”.
E para quem deseja algumas dicas de como dormir melhor, a pesquisadora aponta algumas recomendações: “A World Sleep Society [Sociedade Mundial do Sono] traz os dez mandamentos de higiene do sono e alguns deles são: ter horários regulares para dormir e acordar, evitar cafeína e exercícios físicos, em média, quatro horas antes de deitar, usar roupas confortáveis para dormir e ter um quarto com temperatura agradável”, enumera.
Ufal presente nas entidades nacional e mundial do sono
A Semana Nacional do Sono e o Dia Mundial do Sono são realizados anualmente. De modo internacional, a iniciativa é coordenada pela World Sleep Society, uma organização profissional internacional, sem fins lucrativos, dedicada ao avanço da saúde do sono, sendo a professora Christiane Feitoza uma das delegadas das ações no Brasil/Alagoas.
No contexto nacional, as ações são realizadas pela Associação Brasileira do Sono que tem como representante em Alagoas a professora da Faculdade de Medicina (Famed) da Ufal, Lívia Gitai.
“A data busca despertar na comunidade científica a importância da qualidade do sono e, consequentemente, qualidade de vida, informando para a população em geral que dormir é essencial para a saúde”, destaca Christiane Feitoza.