Há 13 anos, Ufal vem mudando, para melhor, a realidade de famílias no Sertão alagoano

A interiorização da Universidade Federal de Alagoas vem mudando a vida de muitos jovens, à medida que proporciona a realização do sonho que muitos têm de cursar o ensino superior gratuito. Há 13 anos nascia o Campus do Sertão e, com ele, a esperança de dias melhores para quem mora em Delmiro Gouveia e toda a região sertaneja e não tinha condições de estudar na capital ou em Arapiraca.

Nesta quarta-feira (15), haverá celebração da chegada da Ufal no Sertão, a partir das 9h, no Auditório Graciliano Ramos.

A Ufal no Sertão foi uma conquista que trouxe transformação social pela educação superior, mais oportunidades de postos de trabalho e de desenvolvimento do estado graças à formação de bons profissionais.  Além da sede em Delmiro Gouveia, onde funcionam seis cursos de graduação [Engenharia Civil, Engenharia de Produção, Geografia Licenciatura, História licenciatura, Letras licenciatura e Pedagogia licenciatura], o campus também conta com a Unidade Educacional de Santana do Ipanema, que oferece dois cursos superiores [em Ciências Contábeis e Ciências Econômicas].

O reitor Josealdo Tonholo parabeniza toda a comunidade do Campus do Sertão e toda população sertaneja, que hoje tem à sua disposição a maior instituição federal de ensino superior perto de casa. “A Ufal, sem sombra de dúvidas, é o maior vetor desenvolvimento do nosso estado. Isso representa muitas conquistas para quem sonha em ter um curso superior, em ter mais oportunidade de trabalho digno. Celebrar os 13 anos do Campus do Sertão é celebrar a mudança de vida de muitas famílias que tiveram e têm seus filhos na Universidade. Acredito que a educação transforma vidas e é o que estamos proporcionando aos milhares de jovens e adultos que passaram e ainda fazem parte da família do Campus do Sertão”, assegurou o reitor.

E completa: “Quero registrar que o sonho de ter a Ufal em vários cantos de Alagoas só foi possível de ser realizado graças a coragem da nossa reitora Ana Dayse [Dorea]. Ela conseguiu vencer barreiras e conquistou o apoio de vários integrantes da comunidade universitária. Ana Dayse enxergou longe e, hoje, temos a Ufal instalada em oito cidades. Isso é muito significativo e está transformando vidas e mudando o cenário de Alagoas no que diz respeito à formação de profissionais e ao desenvolvimento de pesquisa e extensão também no interior do estado. Temos pesquisadores atuando em cada canto desse nosso estado!”

O Campus do Sertão é fruto do projeto de interiorização da Ufal, comandado pela então reitora Ana Dayse Rezende Dorea. E todo esse processo de expansão das universidades federais foi implantado pelo governo federal, na gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no início dos anos 2000, com Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni). Foi um processo difícil para a Ufal, mas a professora Ana Dayse aceitou o desafio e conseguiu que sua Universidade chegasse a mais  seis municípios alagoanos, além de Maceió e Rio Largo.

“Quando falo na expansão da Ufal, principalmente na sua interiorização, isso me faz volta ao ano de 2004 quando elaboramos o projeto de expansão da Universidade e levamos para o ministro da Educação, à época, Tarso Genro, e ele perguntava se a gente estava ciente do que estava sendo proposto pelo MEC, que era a expansão com a interiorização das universidades. Foi algo que calhou muito bem com a proposta do governo federal. Ele recebeu nosso projeto, avaliou e gostou do que estava posto por nós. Logo depois, o projeto de expansão das universidades federais foi levado à Andifes [Associação dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior]. Nós abraçamos a causa e começamos nosso processo interno para aprovação da interiorização”, contou a reitora honorária.

Perguntada se ela teria coragem de fazer tudo de novo, de pronto respondeu: “Sim, eu faria tudo de novo e tentaria fazer muito mais”. 

Por quê? “Porque o processo de interiorização da Ufal, na minha opinião, é um dos maiores vetores de desenvolvimento do estado. Porque muda a qualidade de vida das pessoas. Porque a oportunidade dada a jovens, adultos jovens e adultos de terem uma formação em curso superior, uma profissão já é uma coisa importantíssima na vida de cada um, mas a presença da Universidade em um cidade do interior significa dizer desenvolvimento social e econômico, crescimento, mais cultura. Enfim, é o desenvolvimento que chega para ficar”, reafirmou Ana Dayse.

A reitora honorária, responsável por encabeçar o processo de interiorização, revela que, ao participar de solenidades de formatura, com a entrega dos diplomas aos graduados, ela via o brilho nos olhos das pessoas e sentia a gratificação de dever cumprido. “Como fiquei dois mandatos à frente da Ufal, tive a oportunidade de fazer várias colações de grau e via a expressão no rosto de alunos e alunas, do pai e da mãe que os acompanhavam no momento de conferir o grau é uma imagem que não apaga da mente. Essa imagem estará sempre em minha memória: a gratidão pelo filho e pela filha formados é algo assim impressionante”, lembrou.

São 13 anos de muita luta e muitas conquistas também e Ana Dayse assume que virou uma contadora de histórias: “ Agora, na comemoração dos 13 anos de criação do Campus do Sertão, eu digo que eu me tornei uma contadora de histórias desse crescimento da nossa Universidade. Fico muito feliz e agradeço a Deus todos os dias pela oportunidade que Ele tem me dado de continuar acompanhando o crescimento e o desenvolvimento e o que isso tem significado para o estado de Alagoas. Então participar desse momento dos 13 anos do Campus do Sertão é uma emoção muito grande. Vou estar lá, com certeza, para celebrar as conquistas da nossa Ufal”. 

Programação comemorativa 

Para celebrar os 13 anos do Campus do Sertão, o diretor-geral Thiago Trindade e a diretora acadêmica Flávia Lima prepararam uma programação especial para marcar a data. Na quarta-feira (16), a parti das 9h, haverá solenidade festiva e também à 4ª Semana da Mulher, no Auditório Graciliano Ramos.

A cerimônia começa às 9h, com apresentação cultural com a comunidade Serra das Viúvas (Dança do Coco). Em seguida, haverá a palestra Saúde da Mulher, com a enfermeira Laryssa Oliveira. Às 10h30, começa uma ação pela saúde do homem, com coleta de sangue para realização do exame do Antígeno Prostático Específico (PSA), no pátio da sede do Campus do Sertão.

À tarde, às 15h será instalada uma mesa de honra e em seguida a mesa-redonda 13 anos do Campus do Sertão: lutas, conquistas e desafios, com a participação dos reitores honorários, Ana Dayse Dorea e Eurico de Barros Lobo Filho. A mediação será do professor José Ivamilson Silva Barbalho.

Às 17h está prevista apresentação cultural Quinta Instrumental, com o Coro Sertão. Em seguida, entra em cena o grupo Abi Axé Egbé, equipamento cultural da Ufal no Campus do Sertão.

Para fechar a programação, a Comunidade Ouricuri vai apresentar a Dança de São Gonçalo e, em seguida, haverá a palestra O papel da Mulher na Política, com a participação de Maria José da Silva, secretária de Estado da Mulher e Direitos Humanos. A mediadora será a professora Suana Medeiros Silva.