Ufal se engaja em protocolo para atender animais vítimas de maus-tratos

Segundo dados oficiais em Alagoas, cerca de 90% das denúncias são sobre animais domésticos

Por Manuella Soares - jornalista
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A Ufal vai colaborar com o trabalho da Secretaria de Segurança Pública de Alagoas (SSP-AL) em mais um projeto para a causa da proteção animal. Dessa vez, o foco são os maus-tratos aos animais domésticos, que representam cerca de 90% dos registros do Disque Denúncia. As conversas iniciais de alinhamento ocorreram na última sexta-feira (3) com a participação do reitor da Ufal, Josealdo Tonholo, e do professor do curso de Medicina Veterinária, Pierre Barnabé.

Com o aumento frequente das denúncias, o secretário da Segurança Pública, Flávio Saraiva, convidou a Ufal para participar das ações voltadas à ampliação do amparo aos animais abandonados e vítimas de maus-tratos em Alagoas. Os tipos de crimes cometidos e o protocolo de atendimento aplicado em cada um deles foram debatidos na reunião.

Entre as milhares de denúncias do telefone 181, a SSP classificou as principais em sete eixos: animal em local de risco; cativeiro de animais silvestres; crueldade, experiência dolorosa ou cruel com animal vivo; venda de animais da fauna que não podem ser vendidos, maus tratos gerais à animais e omissão de cautela na guarda dos animais.

O Grupo de Pesquisa e Extensão em Equídeos e Saúde Integrativa (Grupequi-Ufal), coordenado pelo professor Pierre vai colaborar com levantamento de dados, estudo da realidade e proposição de ações. A ideia é usar projetos pilotos utilizando a experiência do grupo para implantar um programa mais específico para essa problemática.

Um dos principais problemas está relacionado à segurança dos animais domésticos após as denúncias. “O Estado e o Município não têm lugar para deixar os animais que são vítimas dos maus tratos, então eles acabam ficando com o fiel depositário. Nesse primeiro momento a gente quer entender quantas queixas são desse tipo, com o mau-tratante sendo fiel depositário. E então, juntamente com todo o auxílio jurídico de Polícia Civil, delegacias, OAB e Ministério Público ter um arcabouço legal para começar a monitorar esses maus tratos”, adiantou Pierre.

Os projetos pilotos vão criar um fluxograma para onde encaminhar os animais vítimas de maus tratos tanto em logradouros públicos quanto em locais particulares. O professor Pierre destaca que a proteção aos animais domésticos está diretamente ligada à defesa da vida humana: “Não podemos esquecer da Teoria do Elo que diz acerca de que quem faz agressão e violência com animais consequentemente, cronologicamente ou até concomitantemente também efetua violência contra pessoas”.

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