Gestores conhecem projeto da 10ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas
Apresentação foi feita pela coordenadora do evento, professora Sheila Maluf, durante reunião no gabinete do reitor
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O reitor Josealdo Tonholo, a vice-reitora Eliane Cavalcanti, pró-reitores e diretores de unidades acadêmicas da Universidade Federal de Alagoas conheceram, na tarde da última quinta-feira (30), todo o projeto arquitetônico, de layout, estrutura e sobre como estão caminhando a organização e os preparativos para a 10ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas.
O maior evento cultural e literário do estado será de 11 a 20 de agosto no Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso, no bairro de Jaraguá, em Maceió.
A apresentação foi comandada pela professora Sheila Maluf, que falou sobre sua emoção em coordenar a Bienal pela quinta vez. “Eu queria agradecer a confiança do reitor, da gestão, em me convidar para coordenar a Bienal. Cada dia de Bienal, eu choro. Quando vejo aquela multidão de crianças, as pessoas discutindo livros, isso é altamente emocionante. Eu me arrepio até hoje. Bienal é adrenalina. Fiquei afastada dez anos, mas eu falo de Bienal como se fosse a primeira que eu estou montando, pois a emoção é a mesma”, disse.
Sheila apontou ainda que a parceria de trabalho com a equipe de produtores culturais da Coordenação de Assuntos Culturais (CAC) da Ufal está sendo fundamental para o bom andamento dos trabalhos. “A Bienal já estava em curso, o professor Ivamilson [Barbalho, diretor da Edufal] entregou um caminho já aberto e estou assumindo algumas coisas agora para montar a estrutura maior. A Bienal é um evento incrível”, frisou a professora.
Para o reitor, a Bienal deste ano ressurge num momento diferente, onde se retoma a confiança e o otimismo sobre para onde se encaminha a educação e o país e que, por isso, sua realização se faz necessária para que possamos celebrar o fato de termos sobrevivido a uma pandemia. “Essa é uma Bienal do desafogo, do reencontro, uma Bienal toda especial onde temos que comemorar que continuamos vivos, mas, ao mesmo tempo, vamos derramar algumas lágrimas pelos que não vão poder estar mais conosco”, refletiu Tonholo.
Foi pensando neste ponto que surgiu a ideia de convidar a professora Sheila Maluf para coordenar a Bienal deste ano. "Essa é uma Bienal que vai ser feita ainda num momento em que estamos desabastecidos de orçamento, motivo pelo qual a gente tem que fazer essa força-tarefa".
Durante a reunião, a professora Sheila Maluf fez toda apresentação da 10ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas. Reiterou que o evento aguarda cerca de 400 mil participantes durante seus dez dias, sendo de 50 a 100 mil estudantes – dentre escolas públicas e privadas – 20 mil visitantes de instituições de ensino superior e uma média de 130 estandes com a presença de 350 editoras. Além disso, está previsto, até o momento, o lançamento de mais de 100 livros durante o evento.
“Nós vamos ter aproximadamente 250 atividades nos segmentos de livro e leitura, atividades culturais com palestras, oficinas, mesas-redondas, encontros literários e artísticos, contações de histórias musicadas e bate-papo seguidos de lançamentos de livros. Mas ainda não está batido o martelo, isso vai mudar, pois a programação ainda não está fechada”, disse Sheila.
A coordenadora geral da Bienal também apresentou alguns dos nomes confirmados para o evento, como Ailton Krenak, Itamar Vieira Júnior, Jessier Quirino, Nelson Motta, Maitê Proença e Marco Lucchesi, por exemplo. “Mas teremos ainda três outros nomes trazidos pelo Sebrae, três pela Editora Cortez e outros dois trazidos pelo Sesc. Tudo ainda é móvel, a programação está sendo costurada e, por isso, eu estou solicitando a ajuda de vocês, o momento é esse”, frisou.
Protagonismo do livro
Editoras como Vozes, Paulos, Paulinas, Boitempo, Cortez, Bagaço, do Senado Federal, Sesc São Paulo, Mundo Leitura, Ciranda Cultural, Imprensa Oficial e Biblioteca Pública Graciliano Ramos, Quilombada, além daquelas das Universidades de São Paulo (USP), Estadual Paulista (Unesp), de Campinas (Unicamp), da Federal de Minas Gerais (UFMG) e muitas outras mais também estarão presentes na Bienal de Alagoas.
“Pessoalmente, estou entrando em contato com editores e livreiros para dizer que estamos retornando ao Centro de Convenções e eles estão vindo porque estamos prometendo devolver o protagonismo do livro. Isso é importante frisar, pois o livro é o grande protagonista de uma Bienal”, explicou Sheila Maluf.
A professora apresentou ainda uma expectativa de público, comercialização e ainda de geração de empregos durante o evento. “Temos uma expectativa de comercialização de 5 milhões durante a Bienal, uma estimativa de 9 a 10 mil pessoas capacitadas pelas diversas atividades da programação e, aproximadamente, a gente gera 700 empregos. Isso é bom porque movimenta também [a economia do estado]”, reforçou.
“Da tecnologia ao cordel”
Ainda durante a apresentação do projeto, a coordenadora da Bienal trouxe alguns detalhes sobre o que os visitantes vão conferir ao entrarem no Centro de Convenções. Ela, inclusive, destacou que a ambientação faz uma linha entre a tecnologia e o cordel, trazendo modernidade, mas sem perder as raízes.
“Na entrada [do Centro de Convenções], vamos fazer uma homenagem aos autores e autoras que já faleceram, mas que vão continuar conosco. Serão três painéis cada um com oito fotos de nomes como Nise da Silveira, Sávio de Almeida, Dirceu Lindoso, mas não temos ainda os nomes fechados. Agora, serão autores e autoras alagoanos, a gente não abre mão disso não”, frisou Sheila Maluf.
Na entrada do Centro de Convenções, a Bienal terá um espaço instagramável que se configura como uma maloca de livros, ou seja, uma decoração toda feita com revistas e livros que conta com 7 metros de diâmetro com 4 metros de altura. “O piso é de espelhos, ou seja, vai ter livro no teto e, ao mesmo tempo, vai ter [livro] refletido no chão. A pessoa vai ser envolvida em livros”, vibrou, orgulhosa.
A professora falou ainda sobre a variedade da ambientação, que também vai contar com um Espaço Jovem e, dentre eles, cosplayers, que estarão pelos corredores do Centro de Convenções durante os dez dias de Bienal. “Nós vamos contratar também monitores que vão atuar fantasiados para conduzir as crianças. É uma coisa mais linda, quando eles veem uma pessoa fantasiada, de princesa, é uma emoção de encher os olhos de lágrimas”, disse.
Na parte da Praça de Alimentação, será feito um piso de vidro plotados com poesias e textos, assim como nas mesas, configurando, como disse a professora, um ambiente de letras. “Em frente ao estande da Edufal, vai ter uma praça de convivência, de autógrafos, tanto para os autores independentes e a decoração vai contar com uma árvore de ferro com cordéis pendurados. Por isso que eu falei que era do cordel à tecnologia, pois a gente tentou abordar todo o tipo de leitura”, explicou Sheila.
Inclusão, acessibilidade e experiência com a leitura
Lançado recentemente, o site oficial da 10ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas é prático e funcional, trazendo informações importantes que podem sanar dúvidas do público como, por exemplo, o mapa de estandes e como reservá-los.
Segundo Arthur Paredes, responsável pela elaboração do projeto, o desafio foi pensar em um veículo visualmente interessante e, ao mesmo tempo, pensar em como humanizá-lo. Por isso, o site conta, logo em seu destaque inicial, com trechos de pessoas lendo e interagindo com livros: “É sobre a experiência de uma criança, de uma adolescente, pois o livro é uma experiência e é muito mais do que um conjunto de papéis, ele traz um conhecimento que transforma vidas”, contou o profissional.
A aba da programação também é um destaque no site, sendo composta por um grande livro virtual onde cada página contará com os dias e atrações que vão compor a programação da Bienal 2023. “São páginas que terão mobilidade e tudo é completamente interativo. Nós quisemos trazer a experiência digital de como se as pessoas estivessem folheando, de fato, um livro”, complementou Arthur.
Outro ponto importante é tornar o site cada vez mais acessível. “Inclusão tem que acontecer. O site já é programado para quem é deficiente visual e tiver um programa de leitor de telas. E nós estamos em contato para inserir a ferramenta Hugo, que vai traduzir os textos do site para a Língua Brasileira de Sinais. Fora as atividades de inclusão na Bienal, nós vamos contratar também monitores para que as palestras principais serem traduzidas em Libras”, salientou Sheila Maluf.
Sobre a Bienal
Com variada programação, que está sendo capitaneada pelas equipes da Ufal, via Edufal, Pró-reitoria de Extensão (Proex), Coordenação de Assuntos Culturais (CAC) e Assessoria de Comunicação (Ascom) a 10ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas contará com o Governo de Alagoas como correalizador do evento, além de apoio do Sebrae, do Sesc e de outras instituições.
Acompanhe também as redes sociais do evento: @bienaldealagoas no Instagram e no Facebook.