Museu Théo Brandão realiza aula inaugural de sua primeira pós
Curso Práticas Culturais Populares é realizado em parceria com a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
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A primeira pós-graduação realizada pelo Museu Théo Brandão (MTB) e pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), especialização em Práticas Culturais Populares, teve a aula inaugural na sexta-feira, 14 de abril, no auditório da Associação Comercial.
Durante o evento, o público teve a oportunidade de ver a exposição “Pepitas Populares”, com peças de vários artistas alagoanos, que fazem parte da coleção de arte do fotógrafo e cineasta Celso Brandão. Ao final da aula, houve apresentação do Maracatu Baque Alagoano, em frente à Associação.
Hildênia Oliveira, diretora do Museu Théo Brandão, revelou que é antigo o desejo do MTB de realizar uma especialização. “É importante dizer o quanto essa especialização vem sendo sonhada.Hoje é um dia de agradecimento. Em nome de todos os que fazem o Museu Théo Brandão, quero dar boas-vindas. Vamos viver a cultura alagoana e vamos aproveitar toda a contribuição dos professores que temos. Queremos alcançar o fazedor da cultura de Alagoas. A casa da gente alagoana pertence aos alagoanos”, disse.
A representante da direção do curso de Arquitetura da Ufal, Morgana Pitta, falou sobre os trabalhos de extensão da Ufal. “A extensão é extremamente importante. É uma ação colaborativa que chega mais perto da comunidade, do povo alagoano. Nós, os professores de Arquitetura, estamos honrados e agradecidos em contribuir com essa ação”.
O pró-reitor de Extensão, Cézar Nonato, exaltou a temática do curso. “Para nós que fazemos a Proex, um curso como esse reflete um sonho que se transformou em realidade. Essa especialização foi preparada com muito carinho. É um curso que mergulha na nossa cultura, nas gentes e nos olhares. É uma demanda reprimida há muito tempo em nosso Estado. Quem sabe lá na frente essa temática não será um curso de mestrado e doutorado. Esse curso está fazendo a história da cultura alagoana e da nossa história”, disse o professor.
Já o diretor do Memorial Pontes de Miranda, Oswaldo Zaidan, ressaltou a importância da cultura alagoana. “É com grande satisfação que estamos aqui. Às vezes, nos sentimos sozinhos dentro do nosso espaço, mas quando vemos uma iniciativa como essa, quando encontramos pessoas que respiram cultura, nós temos certeza que não estamos sozinhos. Alagoas é rica culturalmente. É fundamental que cada um de nós cuidemos da cultura. Esse Estado já ultrapassou fronteiras territoriais. A cultura alagoana é conhecida em várias partes do mundo. Isso é muito importante.Muito obrigado pela oportunidade de estar aqui representando o Memorial Pontes de Miranda”.
A coordenadora da pós-graduação, Adriana Guimarães, também comemorou a realização do curso. “Quero reforçar a nossa alegria, a nossa emoção. Quero agradecer a equipe do Museu, sempre atenta às demandas. Esse curso é a realização de um sonho que começou com Théo Brandão”.
O reitor Josealdo Tonholo destacou a resiliência do Museu Théo Brandão. “Vocês não sabem a minha alegria de estar aqui hoje nessa aula inaugural. Nós que tivemos essa tentativa de desmonte da educação brasileira, sobrevivemos. Tivemos também a pandemia, e após isso, são abertas inscrições para essa especialização. Estamos vivos! Tem gente querendo fazer cultura, discutir cultura. Estamos num momento de reconstrução, de restauro, de resgate. Temos luz pela frente. Agradeço a todos que fazem o MTB, a FAU e aos parceiros dessa ação. Desejo muito sucesso!”, destacou Tonholo.
Houve exibição de vídeos e uma palestra com o historiador do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Maicon Marcante, que falou sobre o trabalho no processo de tombamento da coleção “Perseverança”, exposta no Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas (IHGAL). Ao final da apresentação, o historiador levantou alguns questionamentos sobre os conceitos de cultura. “Um dos grandes divisores que estruturam o comportamento ocidental é a divisão entre natureza e cultura. O que nos faz pensar a cultura como cultura popular? Por que não é possível pensar a arte sacra africana dentro do livro de belas artes?”, argumentou.
O curso
Todas as aulas do curso de especialização em Práticas Culturais Populares serão na modalidade presencial e acontecerão uma vez por mês, nos finais de semana. Dos 523 candidatos que se inscreveram para uma vaga na pós-graduação, 37 foram selecionados.
O curso tem carga horária de 360 horas, distribuídas em dez disciplinas e na produção do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). As áreas de pesquisa da pós são Aspectos ético-jurídicos na produção cultural, Cultura popular, Design e inovação na gestão cultural, Educação patrimonial, Museologia e arquivologia e Patrimônio cultural.