Hospital Universitário recebe relatório sobre tendências em telessaúde
Documento, elaborado em oficina de mestrado profissional, auxiliará o HUPAA na implantação do teleatendimento
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A telessaúde aproxima o paciente da cura através do diagnóstico e o acompanhamento à distância, usando a tecnologia como ferramenta. Para mostrar prospecções de tendências nesta modalidade e como elas podem resolver demandas para a sociedade alagoana, foi apresentado, no último dia 19 de abril, um relatório à Gerência de Ensino e Pesquisa (GEP) do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HU). A apresentação do relatório teve a presença do gerente de Ensino e Pesquisa, Eurico Lôbo e da chefe da Unidade de Gestão da Pesquisa do HU, Monica Assunção,
Elaborado pelo pesquisador e mestrando em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para Inovação pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Matheus Cardozo, o documento foi elaborado como oficina do Programa de pós-graduação em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para a Inovação (Profnit), e servirá como subsídio de informações para implantação do serviço de teleatendimento que será implantado em breve no HU.
O relatório avalia tecnologias depositadas em bancos de patentes para as áreas de cardiologia e oftalmologia, compilando-as e mostrando a sua viabilidade de aplicação, considerando o contexto local. Tais especialidades, segundo Matheus Cardozo, foram escolhidas pela facilidade de incorporação na telessaúde. Na oftalmologia, por exemplo, pode-se captar a imagem ocular do paciente através do uso de celulares, computadores e transmitir os dados, através de uma rede wi-fi, para avaliação de um médico em outra localidade.
"Já a cardiologia é uma das especialidades com uma das maiores demandas em Alagoas, uma vez que o Brasil e o Estado possuem uma grande quantidade de cardiopatas e consequentemente, a partir da realidade local, entendemos ser uma especialidade muito pertinente para o desenvolvimento deste primeiro relatório", explica o pesquisador.
Visando a aplicabilidade, o relatório se baseia nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2021, que avaliou a disponibilidade de smartphones para a população brasileira e o acesso à internet, distribuindo as informações por faixa etária, classe social e os meios urbano e rural. Outra bibliografia consultada foi o Censo Brasileiro de Oftalmologia (CBO) também em 2021, que mostra municípios de Alagoas carentes de especialistas oftalmológicos, enquanto cidades como Maceió e Arapiraca têm um suprimento satisfatório dessa especialidade. “A partir dos dados, pensamos em como poderíamos suprir os locais com carência de oftalmologistas por meio de estratégias de telessaúde”, detalha o pesquisador.
Além do CBO, o estudo utilizou a publicação “Demografia Médica no Brasil 2020”, elaborada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) junto com o Conselho Federal de Medicina, que diz respeito à distribuição médica no Brasil. O texto relata a disparidade entre os eixos Sul-Sudeste com as demais regiões do país em relação a número de especialistas. A escassez de profissionais, segundo o autor do relatório, resulta no diagnóstico tardio de doenças graves, tornando mais onerosa a oferta de um tratamento adequado dentro do Sistema Único de Saúde (SUS) para as populações das regiões mais carentes.
Em relação à realidade hospitalar, o documento levou em consideração a estruturação dos serviços, já que há hospitais que trabalham com a modalidade de telessaúde. O HU se somará a essa lista através da implantação do teleatendimento, que atenderá à população alagoana reduzindo a necessidade de deslocamento e otimizando os custos, contribuindo para uma melhor sustentabilidade.
Para o chefe da Unidade de Telessaúde do Hospital Universitário, Guilmer Brito, a interlocução entre HU e a Ufal, através do relatório disponibilizado pelo Profnit é valiosa, por munir o Hospital Universitário de informações relevantes relacionadas à telemedicina e telessaúde cujo objetivo é que cheguem no paciente, melhorando a prestação de serviço. “Estamos em vias de início de um serviço de teleatendimento, e essa troca de informações é extremamente relevante para que possamos ter dados atualizados, pertinentes, que vão nos auxiliar na implantação, usando as melhores estratégias. Para nós, da GEP, é de suma importância ter acesso a dados científicos de uma pesquisa atualizada que tem como foco o estado de Alagoas”, acrescenta.
Conexões
O Profnit é um mestrado de rede nacional com foco profissional que combina a atuação na docência e pesquisa, mas também permite a realização de trabalhos práticos, como o relatório de tendências. A Ufal e o HU foram as primeiras instituições a receber o texto, mas, segundo Matheus Cardozo, a ideia é compartilhá-lo com outros estabelecimentos de ensino que possuem cursos de medicina para auxiliar o desenvolvimento da Telessaúde em toda Alagoas.