Ufal leva agendas importantes para Brasília sobre saúde e esporte
Reitor Josealdo Tonholo apresentou projetos que podem ser desenvolvidos nacionalmente e trazer para a Ufal grande evento Latino-Americano
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O reitor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Josealdo Tonholo e o diretor-geral do Campus Arapiraca, Arnaldo Tenório, estiveram em Brasília na última semana para cumprir agenda dos ministérios do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; de Ciência e Tecnologia; do Meio Ambiente e Mudança do Clima; e no Ministério do Esporte.
Eles estiveram acompanhados dos professores da Ufal Pedro Balikian, do Instituto de Educação Física e Esporte (Iefe) e Edson Bento, do Instituto de Química e Biotecnologia (IQB), além do professor Maurício Lamano Ferreira, do Departamento de Análise Geoambiental da Universidade de Guarulhos (UNG).
O objetivo da visita foi apresentar propostas para a criação do Centro Latino-Americano de Diagnóstico Precoce de Doenças Crônico Degenerativas por Fenótipo Metabólico; a implantação de um Projeto Piloto da Rede Nacional de Desenvolvimento do Esporte; e a ideia de sediar o 4º Fórum Latino-Americano de Florestas Urbanas.
Os pesquisadores afirmaram que todos os projetos institucionais foram bem recebidos e o diretor do Campus Arapiraca falou sobre as expectativas: “A aceitação em todos os ministérios dos projetos apresentados nos deu a certeza que a Ufal terá um papel de destaque nacional, fato que impactará de maneira decisiva na obtenção de recursos para o Campus de Arapiraca e todas as Unidades Acadêmicas envolvidas”. Arnaldo também salientou que “o mais importante é que resultará em ganhos significativos para todas as pessoas que serão beneficiadas, direta e indiretamente, pelos projetos desenvolvidos”.
Centro de Diagnóstico
Os pesquisadores da Ufal apresentaram aos quatro ministérios o primeiro Centro Latino-Americano de Diagnóstico Precoce de Doenças Crônico Degenerativas por Fenótipo Metabólico. O projeto de pesquisa em andamento tem como áreas de estudo as cidades de Guarujá-SP e Maceió-AL. O objetivo é compreender os principais problemas e desafios ambientais para propor indicadores seguros sobre o ordenamento territorial, permitindo a atuação assertiva do poder público na busca da equidade e democratização do bem-estar humano.
De acordo com os professores é fundamental ter estudos que subsidiem o planejamento de cidades sustentáveis considerando elementos chave de desenvolvimento ambiental, social e de saúde pública. Isso garante a elaboração de políticas públicas que conduzam ao cumprimento das metas internacionais das quais o Brasil é signatário.
“Cidades litorâneas enfrentam desafios devido à geomorfologia de seus terrenos, predominantemente marcados por topografia acidentada com baixa aptidão urbana e elevado risco de desastres naturais. A cidade de Guarujá-SP possui grande vocação turística e importante atividade portuária, entretanto, mais da metade da população vive na linha da pobreza. Maceió-AL também é marcada pela desigualdade social e má ocupação e uso do solo urbano, além da alta vulnerabilidade econômica, que juntas culminam nos piores indicadores de saúde do país”, justificam os pesquisadores sobre as cidades onde o estudo é desenvolvido.
O Projeto emprega recursos de tecnologia de excelência, com ferramentas de Inteligência Artificial e Visão Computacional a partir de imagens geradas por satélite para Geoprocessamento e Metabolômica por Ressonância Magnética Nuclear, com a capacidade de prever com dez anos de antecedência cerca de 23 doenças crônico degenerativas, entre elas as cardiovasculares, responsáveis por 2/3 dos óbitos no Brasil.
O Ministro Welington Dias destacou a importância do projeto e disse que a iniciativa tem “impacto direto sobre a vida de 94 milhões de brasileiros que vivem na zona de pobreza e vulnerabilidade social”.
O reitor Josealdo Tonholo reforçou que o projeto trabalha com ações ambientais, áreas de risco à situação de vulnerabilidade social e, simultaneamente a situação da saúde. “Tem uma característica muito interessante, de multi e interdisciplinaridade, abrigando profissionais desde a área da saúde, das ciências sociais aplicadas, até as áreas de química, física, Geografia, entre outras”, contextualizou, e adiantou: “A expectativa é que a gente tenha pelo menos quatro municípios atendidos de imediato e com apoio do Ministério do Desenvolvimento Social a expansão disso para ter 15 outros municípios do território nacional que estão numa situação de risco maior”.
Projeto Piloto com Iefe
A ministra do esporte Ana Moser recebeu o reitor Josealdo Tonholo, o diretor-geral do Campus Arapiraca, Arnaldo Tenório e o gerente de esporte da Ufal, Pedro Balikian para tratar sobre a implantação do Projeto-Piloto da Rede Nacional de Desenvolvimento do Esporte.
O objetivo do projeto que já é desenvolvido pela Ufal é democratizar o acesso da população ao esporte e lazer de qualidade, a diminuição da vulnerabilidade social, da evasão escolar e universitária, além da promoção da inclusão e do respeito às questões de gênero, orientação sexual, raça, etnia e religião.
“Apresentamos à ministra o resultado de dez anos de parceria entre a Ufal e o Ministério do Esporte, que tornou possível a construção do maior Complexo Esportivo do Brasil em uma Universidade Federal, que abriga projetos que beneficiam 20 mil crianças e adolescentes do estado de Alagoas”, reforçou Balikian sobre o interesse em participar do projeto piloto em cadeia nacional.
As ações serão realizadas por meio da cooperação entre o Poder Público Estadual, representada em Brasília pela Secretária do Esporte, Lazer e Juventude de Alagoas (Selaj), Angela Stemler e a Ufal. “Estrategicamente, estamos em todas as regiões do Estado e, principalmente, em função do Campus Arapiraca, torna-se possível capilarizar aspectos do conhecimento desenvolvido pela Universidade, no Agreste e Sertão”, completou.
A diretora de Esporte Educacional da Secretaria Nacional de Esporte Amador, Educação, Lazer e Inclusão Social, Cássia Damiani, aproveitou a oportunidade para falar sobre o lançamento do edital do programa segundo tempo, que completou duas décadas de existência, e seus objetivos renovados, como democratizar o acesso e a cultura do esporte. “Estamos retomando o Segundo Tempo, e vamos trabalhar para o desenvolvimento integral de crianças, adolescentes e jovens. A ideia é promover a formação da cidadania e melhorar a qualidade de vida, em especial para aqueles que se encontram em situação de vulnerabilidade social”, disse.
Fórum internacional em 2024
A Universidade Federal de Alagoas também manifestou o interesse em sediar 4º Fórum Latino-Americano de Florestas Urbanas. O evento é uma iniciativa da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO-ONU) com o apoio da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana (SBAU) e o Brasil foi convidado a sediar a edição de 2024.
O diretor-geral do Departamento de Florestas da FAO-ONU, Simone Borelli, já adiantou alguns pontos importantes sobre a realização do Fórum com o cronograma de atividades. A cidade sede deve ser apresentada no Fórum Mundial, em outubro deste ano, na cidade de Washington D.C. (EUA). O representante da FAO-ONU nesta comissão é o professor Maurício Lamano Ferreira e em parceria com os professores da Ufal de Maceió e Arapiraca já estão estruturando as primeiras etapas deste evento.
O Fórum Internacional visa debater as alternativas e experiências vividas em múltiplos setores da sociedade, buscando a construção de ambientes saudáveis e sustentáveis, dialogando estreitamente com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU, especialmente os ODS 11 e ODS 13 [Cidades e Comunidades Sustentáveis e Combate às Mudanças Climáticas].