Instituto do Meio Ambiente e Ufal abrem inscrições para o projeto Fossa Jardim
Trabalho é voltado para municípios do Baixo São Francisco e é resultado de parceria com a Expedição Científica do Baixo São Francisco
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Para implantar alternativas sustentáveis em comunidades tradicionais, o Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas (IMA-AL) abre inscrições para o projeto Fossa Jardim. Esse trabalho, na área de saneamento rural, é realizado em parceria com a 6ª Expedição Científica do Baixo São Francisco da Universidade Federal de Alagoas.
Serão contempladas residências que façam parte de Unidades Produtivas Familiares (UPF) dos municípios de Piranhas, Pão de Açúcar, Traipu, São Brás, Igreja Nova, Penedo e Piaçabuçu.
Os inscritos precisam atender a alguns critérios, como fazer parte de comunidade tradicional ligada à agricultura familiar e não ter saneamento básico em sua UPF. Ao todo, serão implementadas sete fossas jardim, e os interessados podem fazer o cadastro neste link.
As inscrições podem ser feitas de forma on-line e presencial, até 11 de agosto. No caso da inscrição presencial, o processo será realizado por técnicos da Gerência de Mudanças Climáticas e Sustentabilidade (Geclim) do IMA, quando das visitas às comunidades tradicionais dos municípios contemplados.
A fossa jardim é um sistema sustentável e de baixa emissão de carbono, quando comparada à fossa séptica convencional. Além disso, protege a qualidade da água e fortalece a resiliência dos sistemas agrícolas.
Segundo Gabriela Cota, assessora ambiental de clima do IMA, o projeto foi direcionado para as comunidades tradicionais, tendo em vista que elas são as que mais sofrem com as alterações climáticas. “Medidas como essa, de base ecológica, que pensem a ciclagem de nutrientes como um todo e respeitem os ciclos biogeoquímicos de forma geral, acabam contribuindo diretamente para a redução do efeito estufa”, reforçou a assessora.
Esse tipo de tecnologia social tem sido implementada, desde 2021, no âmbito das Expedições Científicas do Baixo São Francisco, prioritariamente em escolas. Essa iniciativa vem trazendo qualidade de vida, dignidade e segurança alimentar, já que frutos, como mamão e banana, são produzidos e utilizados na merenda escolar.
Eduardo Amorim, professor do Centro de Tecnologia (Ctec) da Ufal e responsável pelo projeto, destaca o caráter sustentável e o baixo custo das fossas, também conhecidas como fossas agroecológicas: “As fossas constituem alternativas de tratamento de efluentes em locais onde a instalação de sistemas coletivos de esgotamento sanitário seria inviável. E isso é especialmente importante ao levar em consideração que, de acordo com o Atlas Esgotos, elaborado pela ANA [Agência Nacional de Águas], aproximadamente 80% do esgoto das cidades ribeirinhas do Baixo São Francisco não são tratados”, ressaltou Amorim.
Para conhecer os detalhes técnicos das fossas, acesse o capítulo 22 do livro O Baixo São Francisco: características ambientais e sociais, volume 2, publicado pela Edufal.
Projeto Fossa Jardim
O Projeto Fossa Jardim segue um calendário definido pelo IMA e que inclui análise de inscrições, vistoria, divulgação das UPF selecionadas e inauguração das fossas. Confira a seguir:
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Inscrições e auxílio às dúvidas: até 11 de agosto;
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Análise das inscrições: de 11 a 20 de agosto;
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Divulgação de beneficiários selecionados: 21 de agosto;
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Vistoria das UPF selecionadas: de 21 de agosto a 1º de setembro;
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Divulgação da seleção definitiva de beneficiários: 4 de setembro;
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Período de visitas aos selecionados e implementação das fossas jardim: de setembro a novembro.
A lista com os nomes dos beneficiários será divulgada no site e nas redes sociais do IMA.
De 21 a 30 de novembro, durante a 6ª Expedição Científica do Baixo São Francisco, as fossas serão inauguradas e haverá visitas e capacitações relacionadas ao projeto.
Para mais informações e esclarecimento de dúvidas, basta entrar em contato com o setor da Geclim, pelo e-mail geclim.ima@gmail.com.