Programas de pós da Ufal têm a melhor avaliação dos últimos 30 anos

Universidade registrou crescimento de 45% nos conceitos de cursos; 13 novas propostas estão sob avaliação da Capes

Por Eduardo Almeida – jornalista / Fotos Renner Boldrino
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Equipe da Propep, liderarada pela professora Iraildes Assunção (em pé)
Equipe da Propep, liderarada pela professora Iraildes Assunção (em pé)

Quando o assunto é ciência e tecnologia, a Universidade Federal de Alagoas (Ufal) se destaca. Instituição com o maior número de programas de pós-graduação no estado, a Ufal conquistou, no último triênio, a sua melhor avaliação dos últimos 30 anos nessa área. Seus programas de pós-graduação registraram um crescimento de 45% no conceito da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

A melhoria na avaliação desses programas se torna ainda mais relevante quando consideramos o contexto no qual ocorreu: em meio à pandemia de covid-19, considerada a maior crise de saúde do século 21, e diante de sucessivos cortes no número de bolsas destinadas a estudantes de pós-graduação. Com planejamento e ações inovadoras, a Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação (Propep) comemora os resultados.

“Apesar da crise vivenciada na saúde, na economia e na política, que atingiu de maneira nunca imaginada as universidades públicas do país, a atual gestão imprimiu reformas de fluxos de trabalho, processos e execução financeira que permitiram otimizar os gastos e atender a inúmeras demandas represadas e outras totalmente inéditas, como editais e premiações, eventos e publicação de anais”, informou a pró-reitora da Propep, Iraildes Assunção.

Atualmente, a Ufal conta com 38 programas de pós-graduação, que abrigam 2.070 estudantes. A instituição conta com um programa nota 6 (Rede Renorbio de Biotecnologia); com quatro programas com nota 5 (Ciências da Saúde, Diversidade Biológica e Conservação nos Trópicos, Física e Serviço Social) e 14 programas com nota 4 (Ciência Animal, Ciências Farmacêuticas, Dinâmica do Espaço Habitado, Ensino de Ciências e Matemática, Economia, Geografia, História, Linguística e Literatura, Meteorologia, Nutrição, Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para Inovação, Psicologia, Química e Biotecnologia e Recursos Hídricos e Saneamento); e Ensino na Saúde nota 3.

A pró-reitora informa ainda que os programas com conceito A evoluíram para conceito 3. São eles: Ciência da Informação; Ciências Médicas e Filosofia. “A Ufal oferta curso de pós-graduação há duas décadas e também abriga programas em rede. Quatro deles se destacaram na avaliação do quadriênio 2017-2020 da Capes: o de Saúde da Família evoluiu para nota 4; os PPGs Multicêntrico em Bioquímica e Biologia Celular e Ensino de Física subiram do conceito 4 para 5; e o doutorado Rede Nordeste de Biotecnologia (Renorbio) alcançou uma nota inédita para a Ufal, atingindo o conceito 6, numa escala que vai até o 7, deixando o programa na faixa de excelência”, completou Iraildes Assunção.

“A pesquisa na Ufal experimentou três anos de renovação, que reafirmaram o compromisso da atual gestão não apenas com o ensino, com a pesquisa e com a extensão, como também com o desenvolvimento e a consolidação das pós-graduações, integrando as três dimensões anteriores”, ressaltou a pró-reitora.

O fomento à pesquisa e à pós-graduação na Ufal incluiu alterações em marcos regulatórios, com a publicação de resoluções e de instruções normativas para adequar e disciplinar os programas de pós-graduação, os programas institucionais de bolsas de iniciação científica e a pesquisa. Foram regulamentados, por exemplo, a criação, a administração e o uso da plataforma de equipamentos multiusuários.

“Desde março de 2020, a Propep vem se adaptando à nova realidade, provocada pelo contexto pandêmico, que trouxe grandes desafios. Ao longo desse tempo, toda a estrutura administrativa da pró-reitoria foi adaptada, e os processos remodelados para atender às demandas de pesquisa, pós-graduação e inovação da Ufal. Por outro lado, as tecnologias da informação ficaram mais presentes no dia a dia dos técnicos-administrativos, docentes e discentes”, pontuou Iraildes Assunção por meio de nota enviada à Saber Ufal.

As políticas de incentivo à pesquisa e à pós-graduação incluíram ainda o estímulo a parcerias com o poder público e com o setor produtivo. Em cooperação com órgãos dos governos municipal e estadual, além do setor industrial e pequenos empresários, a Universidade aprovou, em primeiro lugar, o projeto no edital Digital BR, da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial do governo federal, que teve como objetivo selecionar propostas para promover a transformação digital para o setor produtivo.

“A atual gestão imprimiu uma marca não só no incentivo à pesquisa, mas à inovação e à tecnologia. E isto fez a diferença nos quatro anos mais sombrios vividos pela nossa Ufal, pois aprendemos a buscar recursos no setor produtivo, reforçando o conceito de que na Universidade se ensina porque se pesquisa”, acrescentou Iraildes Assunção.

Perspectivas

Se o presente é motivo de orgulho, o futuro se mostra ainda mais promissor. Estão em fase de análise na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) 13 novos APCN [Aplicativo para Propostas de Cursos Novos], como são chamados os projetos de cursos. Se implantados, os novos programas vão beneficiar não apenas os estudantes da capital, mas também os do interior.

Foram enviadas propostas de doutorado para os programas de Ciência Animal, Matemática, Psicologia, Nutrição, Ciências da Informação, Sociologia, Geografia, Ciências Farmacêuticas, além de propostas de cursos de mestrado para Administração Pública, Energias Renováveis, Zootecnia, Ciências do Movimento e Ensino, Linguagens e Culturas, para o Campus do Sertão.

Outra perspectiva positiva para o futuro da pós-graduação na Ufal diz respeito à internacionalização dos programas. “Pretendemos consolidar uma política de planejamento para a pós-graduação, articulando os objetivos do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) com a política institucional de internacionalização em todos os níveis, destacando a pós-graduação como uma prioridade a ser enfrentada”, destacou a pró-reitora.

“O atual governo federal sinaliza um outro horizonte, com um caminho de progresso e valorização da Educação, da Ciência, da Tecnologia e da Inovação. Portanto, esperamos que novos recursos sejam disponibilizados para atender a editais de fomento à pesquisa e incremento, não só no valor, mas na quantidade de bolsas. Isto já tem sido sinalizado pelos presidentes das duas principais agências”.