“Essa conquista é de todos os que caminharam comigo”, diz Carmen Lucia Dantas

“Ao longo de toda a minha carreira, eu sempre trabalhei em equipe. Essa medalha é dividida com todos os que trabalharam comigo, de cada um que esteve em meus caminhos. É um reconhecimento compartilhado”. A fala é da museóloga e ex-diretora do Museu Theo Brandão (MTB), Carmen Lucia Dantas, feita ao receber a Medalha do Mérito Museológico concedida pelo Conselho Federal de Museologia (Cofem).

A profissional foi agraciada com o prêmio na noite de domingo (13), durante a 10ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas. O Cofem, órgão regulamentador e fiscalizador do exercício da profissão de museólogo, concede a Medalha do Mérito Museológico desde 2004, prestando homenagem aos profissionais que mais se destacaram na área ano após ano.

Estiveram presentes ao evento para prestar homenagens, a filha da museóloga, Maria Tereza, o jornalista Enio Lins, a atriz Ivana Iza, que ressaltou a importância de Carmen Lucia enquanto presença feminina na museologia, e o fotógrafo e cineasta Celso Brandão, que fez uma breve fala a respeito de grandes feitos da homenageada ao longo de sua carreira.

“Carmen Lucia foi uma peça chave para a valorização das cidades de Marechal Deodoro e Penedo como pontos culturais e históricos de Alagoas. Hoje, formalmente aposentados, continuamos próximos e mantendo o propósito de mantermos acesa a chama do trabalho e da criação”, disse Celso Brandão.

Na mesa de honra da solenidade, estavam o reitor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Josealdo Tonholo; o professor e reitor honorário da Ufal, Rogério Pinheiro; o deputado federal Paulão; a yalorixá Mãe Mirian; o presidente do Conselho Regional de Museologia da 1ª Região, Saulo Moreno Rocha, o superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan/AL), Maicon Marcante, e a diretora do MTB, Hildenia Oliveira.

De maneira simbólica, a Medalha do Mérito Museológico foi passada para Carmen Lucia pelas mãos de Hildenia Oliveira, marcando um momento de épocas diferentes de uma instituição em comum: o Museu Theo Brandão.

“Fica até difícil falar sobre Carmen Lucia sem parecer exagero, mas é sem dúvidas um dos maiores nomes da museologia em todo o mundo. Que honra é poder compartilhar deste momento com uma mestra tão inigualável”, afirmou Hildenia a respeito da homenageada.

Em seus agradecimentos, Carmen Lucia contou um pouco de sua história, e como seu encontro com as religiões de matriz africana a salvaram de viver em uma realidade cercada pelo patriarcado e pela burguesia. Ela também ressaltou sobre o quanto esse prêmio é compartilhado com todos os colegas que já passaram por sua vida profissional.

“Uma honraria como essa não se recebe sozinha. Eu estou aqui representando não apenas a mim mesma, mas a todos os que tornaram isso possível. Esse prêmio também é de todos os professores, os museus, os jornalistas e demais profissionais que contribuíram para que isso acontecesse”, enfatizou Carmen Lucia.

Para o reitor da Ufal, Josealdo Tonholo, o momento foi de muita alegria não só para Carmen Lucia, mas também para todos aqueles que fazem da cultura do estado seu modo de viver. Ele define o prêmio da museóloga alagoana como uma "lavada de alma" diante das diversas tentativas, nos últimos anos, de acabar com o fomento à cultura em Alagoas e em todo o Brasil.

Já o presidente do Conselho Regional Museologia da 1ª Região, Saulo Moreno Rocha, declarou que a conquista do prêmio projetou a grandiosidade de Carmen Lucia para a museologia de todo o Brasil.

“A gente não conhecia a exata grandeza de quem era Carmen Lucia, como vimos depois desse prêmio. Agora que a conhecemos, podemos afirmar o quanto ela foi gigante: a quantidade de histórias que ela impactou, de pessoas que ela se relacionou e projetos que conectou a museologia como um todo. Viva Carmen Lucia!", concluiu o presidente, saudando em voz alta a homenageada.