Ufal assina Termo de Execução Descentralizada com MPA
TED no valor de aproximadamente R$4 milhões é fruto de projeto desenvolvido por docentes do Ceca
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O reitor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Josealdo Tonholo, participou da inauguração da Superintendência Federal de Pesca e Aquicultura, na última sexta-feira (11). Na ocasião, foi assinado um Termo de Execução Descentralizada (TED) entre a instituição e a pasta.
Compuseram a frente de honra, o Ministro de Pesca e Aquicultura (MPA), André de Paula, a Secretária Nacional de Pesca e Aquicultura, Tereza Nelma, o Superintendente Federal de Pesca e Aquicultura, Cauê Castro, a vereadora por Maceió, Teca Nelma, a Secretária do Estado da Agricultura e Pecuária, Carla Dantas, e o Frei João Maria, responsável pela Casa de Ranquines. Na ocasião, também estiveram presentes os professores Emerson Soares e Elton Santos, do Campus de Engenharias e Ciências Agrárias (Ceca), e a docente e Jucilene Cavali, da Universidade Federal de Rondônia (Unir) e pós-doutoranda em Recursos Hídricos pelo Ceca.
“Nesse momento, a Universidade Federal de Alagoas renova os votos de compromisso com o povo alagoano. Aqueles votos que a gente já vem cumprindo, há 62 anos, desde a nossa criação. Uma universidade que se preza tem que interagir com a sociedade, tem que sair do castelo de marfim e se apropriar do território em que está inserida. E é isso que estamos fazendo aqui hoje”, afirmou Tonholo.
O aporte financeiro do MPA soma o montante de R$4 milhões de reais, que serão convertidos em benefícios para os estudantes e pesquisadores, mas também para a sociedade alagoana. A elaboração e execução dos projetos são de responsabilidade da Ufal, sob a coordenação do professor Emerson Soares (Ceca) e conta com equipe composta pelos docentes Elton Santos, Themis Silva, Ana Paula, Juliett Xavier e pela servidora técnica Wanessa Beiraut. A Ufal atuará em parceria com prefeituras do Baixo São Francisco, com a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), com a Fundação Casa de Ranquines e com a Secretaria de Estado da Ressocialização e Inclusão Social (Seris), do Governo de Alagoas.
Para o ministro, o Governo Federal tem buscado estabelecer boas relações com os estados, municípios e com as instituições de ensino para ajudar a reconstruir e desenvolver o país. As universidades têm subsidiado iniciativas com ações de pesquisa e com projetos de extensão que beneficiam tanto os estudantes, quanto o povo brasileiro. “As parcerias com os estados e com as universidades federais são muito valiosas para a reconstrução de um novo tempo para a pesca e a aquicultura", afirmou.
Acordo beneficia dois projetos
O Termo de Execução Descentralizada (TED) foi assinado para viabilizar a execução de dois projetos. O primeiro deles consiste na criação de três unidades demonstrativas do sistema de aquaponia. O sistema sustentável consiste na produção integrada de peixes e vegetais, tendo como base a recirculação de água e nutrientes e é composto por estufa, tanques, peixes, sistema de produção de hortaliças, energia solar, biodigestor e recirculação de água. Para esse projeto foi disponibilizado um montante de aproximadamente R$ 2 milhões.
Uma unidade será implantada no sistema prisional e a produção ajudará a abastecer o refeitório do complexo. A Ufal, além de fornecer os alevinos (peixes que saíram recentemente do ovo e que já absorveram o saco vitelino) de tilápia e as mudas de alface, será responsável por treinar e orientar os detentos no manejo do sistema e emitirá o certificado dos cursos. A Seris acompanhará o processo, garantindo a segurança dos participantes e a integração das atividades com o trabalho e a educação dos detentos.
“Esse é um projeto muito importante. A estimativa é que cerca de 100 reeducandos trabalhem direta ou indiretamente nessa unidade localizada no sistema prisional e a projeção é que essa vire uma política nacional”, explicou Emerson Soares, coordenador das iniciativas.
Outra unidade ficará na comunidade indígena da etnia Warao, originária da Venezuela. Estima-se que 4 mil indígenas pertencentes a esse grupo migraram para o Brasil nos últimos anos. Por ser uma comunidade tradicionalmente ribeirinha, tendo a pesca como elemento muito forte da sua cultura e de identidade, o grupo se beneficiará do cultivo de tilápia pela questão econômica e pelo resgate da autonomia e preservação de traços culturais. “Aproximadamente 100 pessoas serão beneficiadas pela unidade dos Warao, que vive sob a proteção da Fundação Casa de Ranquines, dirigida pelo Frei João Maria”, complementou.
Por fim, uma unidade ficará no Ceca, auxiliando na formação de cerca de 500 estudantes e no treinamento de técnicos.
O segundo projeto consiste no treinamento e aperfeiçoamento de 300 aquicultores em dez municípios do Baixo São Francisco, com doação de 300 kits aquicultor, no âmbito da expedição científica. “Esse projeto vai impactar cerca de 2.000 pessoas, se considerarmos as famílias desses aquiculturoes, além de toda a comunidade”, avaliou Emerson.
“A Ufal tem sido uma grande aliada do estado de Alagoas, promovendo conhecimento e o desenvolvimento econômico e social”, afirmou a secretária Tereza Nelma.
“Renovamos nossos votos dizendo que a Ufal vai a campo, vai pra dentro do presídio, vai ser atuante com relação a questão do povo venezuelano, que a Universidade Federal de Alagoas vai estar lá na Expedição, pelo Rio São Francisco, participando do desenvolvimento desse estado e fazendo com que Alagoas seja mais inclusiva, mais cidadã e menos desigual”, concluiu o reitor.