Ufal celebra 50 anos do curso de Serviço Social na Bienal do Livro

Pesquisadores e profissionais comemoraram ainda os 18 anos da pós-graduação da área na Universidade

Por Fabiana Barros – jornalista / Mitchel Leonardo - fotógrafo
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Meio século de história do curso de Serviço Social da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) foi marcado por uma extensa programação durante a Bienal. A profissão e toda sociedade têm mais motivos para comemorar com a maior idade, ou seja, os 18 anos do Programa de Pós-graduação em Serviço Social da Universidade em evento intitulado Formação profissional, memória e lutas sociais – 50 anos do serviço social na Universidade Federal de Alagoas.

O evento contou com a participação do reitor Josealdo Tonholo, pró-reitora de Pesquisa e Pós-graduação Iraildes Assunção, diretora da Faculdade de Serviço Social Reivan Marinho; da representante da Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social – Regional Nordeste, Marli de Araújo, entre outros convidados.

Dinâmica do evento

A programação foi dividida em cinco momentos. Houve a apresentação cultural com a musicista Beatriz Lins e, na sequência, após a mesa de abertura, a conferência Formação Profissional e Memória do Serviço Social na Ufal, mediada pela professora Margarida Santos, líder do grupo de pesquisa sobre Políticas Públicas e Processos Organizativos da Sociedade, que contou com as conferencistas Silvava Morais (UFRN) e Rosa Predes (Ufal).

De acordo com a reitora honorária e também professora da FSSO, Valéria Correia, exercer a profissão sempre foi um desafio, especialmente no Brasil. “Temos um projeto ético-político que tem um compromisso com a classe trabalhadora. Então, a gente tem lado e intermedia políticas sociais, políticas públicas”, explicou Valéria.

Ex-diretora do Programa de Pós-graduação e da Faculdade de Serviço Social, a professora ressaltou que ser assistente social é o tempo todo buscar efetivar direitos sociais, que chegaram tardiamente ao Brasil. Disse ainda que trabalhador e a população perdem direitos e o desafio é conhecer essa realidade.

“Não tenho dúvida que todo assistente social se coloca com muita dedicação, determinação e com muito compromisso ético-político vivendo todas essas contradições postas na realidade”, explicou Valéria Correia, ao destacar, em seguida, o quanto a pesquisa é importante para qualquer assistente social.

Meio século de muito trabalho

Os 50 anos do curso é uma história de formação de muitas gerações de profissionais do serviço social. O programa de pós-graduação é um programa consolidado. “Na última avaliação, a gente acendeu para o conceito 5, que é muito alto”, afirmou.

Desde 2003 assistente social do Hospital Universitário (HU), Eunice Alves, doutoranda em Serviço Social pela Ufal, destacou que o profissional de Serviço Social é formado com o objetivo de atender as necessidades sociais dos usuários em diversificadas políticas. “Na minha experiência prática, no HU, é tentar garantir o direito ao acesso a saúde”, explicou.

Outros momentos importantes

Durante o evento festivo, houve ainda a exibição do documentário: Memórias dos 18 anos do Programa de Pós-graduação nos 50 anos do Serviço Social na Ufal, tendo como comissão responsável pela elaboração do documentário Elvira Barreto, Reivan Souza e Manuel Henrique.

Além disso, o grupo também promoveu o lançamento do livro comemorativo intitulado Na Tessitura da Pesquisa e da Extensão na Faculdade de Serviço Social na Universidade Federal de Alagoas aconteceram vários lançamentos de livros de professores e técnicos da Faculdade de Serviço Social (FSSO).

Linha do tempo

Durante os 50 anos, a profissão reconstruiu seus referenciais teórico-metodológicos, reescreveu o Código de Ética com o intuito de romper com o conservadorismo do seu surgimento e com o tecnicismo do desenvolvimento. Dessa forma, elegeu princípios que incidem sobre a defesa dos direitos sociais da classe trabalhadora, o combate às desigualdades e a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

Assim, a Faculdade de Serviço Social celebra, dentre outros pontos, a resistência aos inúmeros desafios históricos, ao compromisso profissional, acadêmico-científico, ético e político com gerações de assistentes sociais, com as demandas da classe trabalhadora, contra todas as formas de exploração e opressão de classe, gênero e raça.