Consuni aprova, por unanimidade, moção de apoio ao povo Kalankó
Decisão foi tomada durante reunião, nesta terça-feira, considerando o atual clima de tensão e insegurança vivenciado pela comunidade indígena
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Em reunião ordinária, nesta terça-feira (5), o Conselho Universitário (Consuni) da Universidade Federal de Alagoas aprovou moção de apoio à comunidade Kalankó, de Água Branca-AL. A decisão unânime também presta solidariedade ao grupo de trabalho instituído pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai-AL), cujos integrantes denunciaram estar sendo ameaçados de morte por posseiros ilegais da região.
Com a decisão, os conselheiros também apelam ao Ministério Público Federal, à Superintendência da Polícia Federal e à Secretaria Estadual de Segurança Pública e Alagoas para que sejam adotadas medidas para garantir a paz social e a segurança na região. O pedido também inclui a garantia das atividades referentes à retomada do processo de delimitação de terras indígenas.
Para construir a moção, os conselheiros consideraram “o valoroso papel social da universidade pública brasileira”, além da iniciativa da Ufal de formalizar o pacto de ações em defesa das comunidades indígenas no estado. Nesse caso, a partir de trabalho conjunto com a Funai – regional Nordeste 1, Universidade Estadual de Alagoas (Uneal), Distrito Sanitário Especial Indígena (Disei) e Secretaria Estadual de Educação de Alagoas.
Outro fator que os conselheiros levaram em consideração para aprovar a moção foi o “atual clima de tensão e insegurança vivenciado pelos Kalankó”, comunidade localizada no Sertão alagoano, em decorrência do processo de delimitação do território indígena, coordenado pelo grupo de trabalho instituído pela Coordenadoria Regional Nordeste I da Funai.
A reunião do Consuni, presidida pelo reitor Josealdo Tonholo, contou com a presença do coordenador regional da Funai, Cícero Albuquerque, e de seu assessor Rômulo Santos. Cícero falou da retomada do processo que envolve as terras do povo Kalankó. “Recentemente, reinstalamos um grupo de trabalho para avançar no processo de delimitação das terras indígenas dos Kalankó. É um processo longo de retomada e reconstituição de uma identidade massacrada durante muito tempo. O povo Kalankó tem estado nessa luta há 25 anos”, disse, ao revelar que tanto o grupo de trabalho quanto as lideranças da comunidade sofreram ameaças.
Os conselheiros Amauri Barros, pró-reitor de Graduação; Cezar Nonato, pró-reitor de Extensão; Luciana Santana, diretora do Instituto de Ciências Sociais; Thiago Trindade, diretor-geral do Campus do Sertão, e tantos outros integrantes do Conselho prestaram solidariedade ao coordenador e sua equipe e ao povo Kalankó.
Além da moção aprovada pelo Consuni, Rômullo Santos registrou as notas de solidariedade emitidas pelo Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi) da Ufal e pela Associação Brasileira de Psicologia Social (Abrapso).
Você pode assistir à sessão do Consuni disponível no Youtube clicando aqui e conferir a moção e a nota da Abrapso nos anexos abaixo: