Atrações da primeira noite encantam público na abertura do Femupe
Show principal com Samuel Pompeo Quinteto foi antecedido pela banda de pífano Esquenta Muié e pela Sociedade Musical Penedense
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Os acordes do pífano da banda Esquenta Muié, de Marechal Deodoro, ecoaram nas escadarias do Teatro Sete de Setembro, abrindo oficialmente, na noite de quinta-feira (24), a 15ª edição do Festival de Música de Penedo. Resultado da união da Universidade Federal de Alagoas, da Prefeitura de Penedo, do Sesc Alagoas e de vários outros parceiros, o evento transforma a cidade ribeirinha em referência na formação e na produção musical. A atração principal da noite teve foi Samuel Pompeo Quinteto, mas também teve a banda de pífano Esquenta Muié e Filarmônica Sociedade Musical Penedense.
É o terceiro ano que a banda Esquenta Muié participa da festa, trazendo um repertório pensado para envolver o público. "Para a gente, é uma grande alegria fazer parte dessa festa maravilhosa. A gente já estava ensaiando o repertório para mostrar o nosso arranjo e as nossas músicas para o público todo cantar e se alegrar", afirmou Luciel Santos, maestro, acrescentando que uma música que não pode faltar nas apresentações é a Feira de Mangaio, eternizada na voz de Clara Nunes. Para ele, participar do Festival é fundamental não apenas para manter a tradição da banda, que tem 46 anos, como também para manter a cultura viva.
Enquanto a banda de pífanos tocava os últimos acordes da noite, a Filarmônica Sociedade Musical Penedense descia a ladeira da Avenida Floriano Peixoto, promovendo o primeiro encontro dentre muitos que irão acontecer até o encerramento do evento, amanhã (26). Em meio aos músicos, um fazia sua primeira participação no Festival: Victor Gabriel, de 11 anos, o mais jovem na composição da banda. Tocando sax, ele cresceu em meio a partituras, pois é filho do maestro Wellington Mota, mas só este ano iniciou nos estudos.
Apesar da timidez, a vontade de tocar faz Gabriel encarar o público. Para ele, que gosta de todos os estilos, tocar seguindo as partituras é fácil. Sobre sua participação no Festival, a resposta é direta, mas carregada de significado: "Eu achei muito bom", disse ao afirmar que pretende se profissionalizar como músico.
Música para ser sentida
Na festa democrática da música, o show principal da noite foi com o grupo paulista Samuel Pompeo Quinteto. Com um trabalho autoral influenciado pelo Jazz e pelo Choro, Samuel trouxe uma apresentação para ser sentida. E não seria diferente para um músico que defende que é preciso quebrar a ideia de que a música instrumental só é compreendida por um público erudito. Por isso, a importância do Festival no processo de democratização musical.
"Esse tipo de festival abre para a população a possibilidade de apreciar esse tipo de música, além de formar uma nova geração de músicos. É mostrar que as pessoas têm uma grande variedade, um campo enorme na arte que elas podem usufruir. Para mim, tem muito essa questão de tirar da música instrumental, não o valor dela, mas esse peso, tornando-a acessível", ressaltou Samuel.
Enquanto ele falava, o som do pífano ainda ecoava, o que o fez complementar. "É uma riqueza cultural. As pessoas, especialmente aqui no Nordeste, sabem apreciar isso. Não tem uma única palavra sendo dita ali, mas as pessoas estão sentindo; é uma música alegre. E é isso, música instrumental é para ser sentida", reforçou.
O sentir faz com que as pessoas se encantem. Em meio ao público, Eduardo Regueira filmava a chegada da banda. Morando em Recife, o penedense sempre retorna à cidade para prestigiar os festivais. "Sempre prestigio tudo da minha cidade. Inclusive, vou participar do workshop de contrabaixo. Eu acho que o que o professor Marcos [Moreira, coordenador-geral do Femupe] está fazendo é uma coisa fantástica. Eu acho que não tem volta, é daí para frente", disse.
Sérgio Faullas conheceu o Festival na edição passada. Assim que viu a divulgação deste ano, o maceioense que passou no curso de Educação Musical, do laboratório de violino da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) já se programou. “Vou fazer a oficina com a Deborah Borges e a expectativa é alta. Eu estou começando na música, mas já estou me sentindo o próprio violinista, já super mergulhado”, falou.