Projeto de pesquisa da Ufal realiza diagnóstico da mariscagem no litoral do NE

RedeMaris tem o objetivo de visibilizar o trabalho das marisqueiras

Por Ascom Ufal
Projeto de pesquisa da Ufal realiza diagnóstico da mariscagem no litoral do NE
Projeto de pesquisa da Ufal realiza diagnóstico da mariscagem no litoral do NE

A Universidade Federal de Alagoas (Ufal) integra a rede de pesquisa que fará diagnóstico da mariscagem no litoral nordestino. A equipe, formada pelos professores do curso de Engenharia de Pesca da Unidade Educacional de Penedo, Alfredo Mojica, Igor da Mata Oliveira, Irũ Guimarães e Rômulo Pires, é responsável pelo diagnóstico no estado de Alagoas, onde será realizada a caracterização da cadeia produtiva, o papel da mulher na mariscagem, aspectos socioeconômicos, identificação das áreas de pesca, espécies capturadas e levantamento de dados ecológicos dos bancos pesqueiros de moluscos bivalves.

“A atividade de mariscagem é predominantemente realizada por mulheres pescadoras artesanais, e consiste na coleta de moluscos bivalves como o sururu, o maçunim e a ostra. Essa atividade tem grande importância socioeconômica para as comunidades pesqueiras e para o estado de Alagoas, mas muitas vezes é invisibilizada”, explica o professor Irũ Guimarães. O objetivo da RedeMaris é então trazer a atividade de mariscagem para o foco das políticas públicas, entendendo as dinâmicas econômicas, sociais e ambientais que ocorrem na cadeia produtiva, e fornecendo informações para construção ações voltadas para esse setor da pesca artesanal.

Para alcançar esse objetivo, a RedeMaris, realizará um diagnóstico abrangente da pesca, mapeará as áreas de extração e fortalecerá as práticas de gestão participativa, em consonância com a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável da Aquicultura e Pesca. “Além disso, pretendemos desenvolver estratégias para agregar valor aos mariscos e promover atividades de educação e divulgação científica, com ênfase na preservação dos recursos marinhos, equidade de gênero e empoderamento das mulheres pescadoras”, enfatiza o professor.

O problema central abordado pela RedeMaris é a necessidade de um diagnóstico e monitoramento eficazes da mariscagem, essenciais para garantir a sustentabilidade da atividade e o bem-estar das comunidades envolvidas, além de aprimorar a gestão e a sustentabilidade da cadeia produtiva de mariscos no Nordeste. “A viabilidade do projeto é sustentada por exemplos de sucesso, como o projeto Gente da Maré, que promoveu o desenvolvimento sustentável da mariscagem e o empoderamento das mulheres pescadoras, bem como pela capacidade técnica e científica dos integrantes da RedeMaris”, destaca.

A estratégia metodológica da equipe contemplará a criação de um sistema participativo para monitoramento e manejo, capacitação das marisqueiras e implementação de novas tecnologias e práticas. Já a adaptação às realidades locais e a colaboração interinstitucional possibilitarão a coleta e análise de dados em tempo real, promovendo um manejo sustentável e eficiente dos recursos marinhos.

RedeMaris

A RedeMaris conta hoje com 67 participantes de 31 instituições brasileiras e canadense, e tem como objetivo estabelecer, com o apoio do CNPq e do Ministério da Pesca e Aquicultura, uma rede de pesquisa colaborativa voltada para a cadeia produtiva de mariscos nos nove estados do Nordeste do Brasil.

A rede de pesquisa visa integrar pesquisadores, extensionistas, comunidades locais e instituições governamentais e não governamentais, promovendo o desenvolvimento sustentável da mariscagem. O projeto tem como foco a caracterização da dinâmica pesqueira, a identificação de espécies e tecnologias, a atualização de estatísticas pesqueiras, a análise da cadeia produtiva e a avaliação da saúde ocupacional das marisqueiras.