Petrolífera chinesa busca estabelecer parcerias com LCCV da Ufal

Laboratório poderá desenvolver soluções de engenharia ou de produto para CNOOC no Brasil

Por Thâmara Gonzaga - jornalista
- Atualizado em
Petrolífera chinesa busca estabelecer parcerias com LCCV da Ufal
Petrolífera chinesa busca estabelecer parcerias com LCCV da Ufal

Referência em pesquisa e desenvolvimento de soluções para problemas de engenharia por meio de recursos da mecânica computacional, o Laboratório de Computação Científica e Visualização (LCCV), vinculado ao Centro de Tecnologia (Ctec) da Ufal, vem articulando parcerias com representantes da CNOOC (China National Offshore Oil Corporation) International, maior produtora offshore de petróleo e gás natural da China, com operação em cerca de 20 países.

Na última quarta-feira (17), o reitor Josealdo Tonholo, pesquisadores do LCCV e direção do Ctec se reuniram com Hu Xuefeng, e Luiza Gonçalves, responsáveis pelo setor de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (P, D &I) da CNOOC, além de Constantino Nino e Breno Tebaldi, Engenheiros de Perfuração de Poços da empresa. Também estiveram presentes gestores da Ufal e da Fundação Universitária de Desenvolvimento de Extensão e Pesquisa (Fundepes) para conversar sobre as possibilidades de parceria.

Aline Ramos, professora e coordenadora administrativa do LCCV, destacou que faz parte do processo de gestão do Laboratório a busca por iniciativas que promovam o ambiente de pesquisa, as relações institucionais e a internacionalização. Ela ressaltou que a CNOOC atua na área de petróleo em diversos países e, hoje, está na quinta posição entre as empresas que exploram hidrocarbonetos no Brasil. “A equipe veio fazer uma visita técnica para buscar, com o LCCV, possibilidades de integração para que a gente desenvolva projetos e ajude na atuação da empresa em solo brasileiro”, detalhou a docente. E ressaltou: “Para nós, é muito relevante, pois alinha a condição de pesquisa que temos dentro do laboratório com o atendimento à sociedade e ao setor de óleo e gás”.

Na reunião, o reitor ressaltou a experiência do LCCV, destacou as demais frentes de pesquisa da Ufal, destacando a qualidade técnica e acadêmica dos estudos realizados na instituição. O diretor do Ctec, professor Vladimir de Souza, também destacou competência e a atuação consolidada do laboratório no desenvolvimento de pesquisa e produtos para a indústria de óleo e gás.

Parcerias envolvem pesquisadores e estudantes

Presente à reunião, professor Eduardo Toledo falou com entusiasmo sobre a possibilidade de parceria com a empresa chinesa. Ele relatou que o LCCV e a Ufal, há cerca de 20 anos, têm atuado de forma consistente no contexto da cláusula de obrigação em P,D&I da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), principalmente junto à Petrobras.

O docente explicou que a CNOOC, assim como outras operadoras estrangeiras, vem aos poucos ganhando uma participação maior na produção de óleo e gás no Brasil e que, dessa forma, passam a ser obrigadas a investir um percentual do faturamento em iniciativas de P,D &I com instituições executoras brasileiras.

“Conhecendo nossa experiência prévia nesse tipo de desenvolvimento, a CNOOC nos contatou, e estamos discutindo a perspectiva de firmar parceria em projetos na área de perfuração de poços em alto mar, no pré-sal”, detalhou o pesquisador.

E a intenção, segundo Toledo, é ampliar esse contato para demais áreas da Universidade. “Expandir para que a empresa conheça a atuação da Ufal em ciência e tecnologia nessa área de energias, de forma mais ampla, para que possamos prospectar outras iniciativas num futuro próximo”, disse. E avaliou: “A CNOOC vem crescendo bastante. Hoje, ela opera no Brasil em parceria com outras empresas mais consolidadas no país, como Shell, Petrobras e Total, e vem arrematando blocos nos últimos leilões da ANP, de maneira que, em poucos anos, vai estar muito bem-posicionada para atuar de uma maneira mais massiva no Brasil”.

Ao explicar como se daria, de fato, a parceria com empresa chinesa, o pesquisador pontua que seria com o que o time de pesquisadores do LCCV sabe fazer de melhor: o desenvolvimento de soluções.

“A gente seguirá o mesmo modelo que vem sendo aplicado com outras iniciativas, principalmente com a Petrobras, em que eles têm problemas técnicos críticos a serem resolvidos e nos contratam. Fazemos um termo de cooperação onde nosso time é mobilizado para prover esse tipo de solução, desde os modelos de engenharia até o produto final, na forma de software computacional”, detalha.

O docente ressalta outro ponto importante dessas parcerias, que é o caráter multidisciplinar da equipe, que mobiliza professores, estudantes de graduação e pós-graduação, além de pesquisadores contratados. “Nossa equipe é formada por pessoas com diversas formações em Engenharias e Computação, e com diferentes níveis de experiência. Desde os alunos bolsistas de iniciação científica até pesquisadores com doutorado, estão todos engajados no atendimento a demandas reais da indústria, de alta complexidade, o que traz uma motivação importante ao desenvolvimento”, ressalta.

Para saber mais sobre o LCCV, acesse https://lccv.ufal.br/ .