Feira da Rede Territórios dos Saberes e Sabores ocorre nesta segunda na Ufal

Iniciativa incentiva a agricultura familiar e vai reunir produtores de seis municípios de Alagoas, Sergipe e Pernambuco, numa parceria da Embrapa e da Universidade

Por Nadir Rodrigues – Ascom Embarpa

Na próxima segunda-feira (5), a Universidade Federal de Alagoas (Ufal) vai sediar a Feira da Rede Territórios dos Saberes e Sabores, evento organizado por comunidades de economia criativa e turismo de base comunitária dos estados de Alagoas, Pernambuco e Sergipe. Aberta ao público, a feira será realizada das 9h às 19h, no pátio central da Reitoria, onde haverá demonstração e comercialização de produtos turísticos, alimentícios e artesanato.

Na programação estão previstas uma série de rodas de conversa, mediadas por facilitadores da Embrapa e da Ufal. As temáticas incluem governança em turismo sustentável, economia solidária e cooperativismo, comunicação participativa, serviços ecossistêmicos do manguezal, capacidade antioxidante de produtos naturais, geodiversidade e geoturismo, e valorização de paisagens alimentares.

Estarão presentes ao evento representantes da Cooperativa Mista de Produção e Comercialização Camponesa (Coopcam), de Palmeira dos Índios (AL), da Associação Pegadas na Caatinga e da Associação de Cooperação Agrícola do Assentamento Lameirão (Acaal), de Olho D'Água do Casado (AL). De Sergipe, participa o grupo Saberes e Sabores de São Cristóvão.

Além deles, participam os grupos pernambucanos Saberes e Sabores de Indiaroba, Mulheres Empoderadas de Terra Caída e Associação Praia de Santo Antônio, de Indiaroba, a Associação Comunitária do Quilombo Engenheiro Siqueira (Acqes), de Rio Formoso, e a Associação das Marisqueiras de Sirinhaém (Amas), de Sirinhaém.

A atividade, promovida com apoio da Ufal, é um dos resultados do projeto de inovação social Paisagens Alimentares, coordenado pela Embrapa Alimentos e Territórios (Maceió) e financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). A Rede é composta por empreendedores que trabalham com foco na sustentabilidade e na valorização do território local e dos saberes ancestrais, como os fazeres manuais, a cultura e os ritos dos povos e comunidades tradicionais.

“Essa feira consolida um dos resultados do projeto, que é a formação de redes, no sentido de proporcionar aos grupos o entendimento sobre a necessidade de interação entre eles e de possibilidade de tocar projetos dessa natureza de forma independente”, contou Aluísio Goulart, supervisor de Inovação e Tecnologia da Embrapa, que coordena o projeto Paisagens Alimentares.

O supervisor explica que o evento consolida uma etapa de emancipação dos grupos prevista no final do processo, que envolveu a realização de diagnóstico participativo e a oferta de capacitação em várias temáticas, incluindo a precificação de seus produtos. “Esse momento mostra que é possível eles conseguirem realizar esse tipo de experiência de forma completamente autônoma, por eles próprios”, afirmou.

A ideia é que os grupos possam, a partir dessa feira, realizar outras e também se aliar a instituições ou organizações de comunidades dos seus territórios, no sentido de fortalecer cada vez mais a Rede e levar o turismo de base comunitária e os seus produtos para outras regiões, mostrando e divulgando trabalhos de cada um deles.

O professor Carlos Everaldo da Costa, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (Feac) da Ufal, responsável pela coordenação da feira na Universidade, coordenou várias mentorias com as comunidades. Durante as capacitações promovidas nos três estados nordestinos, representantes das comunidades puderam refletir sobre suas interações, tanto relativas ao ambiente interno quanto externo.

A realização da feira conjunta representa um ponto de partida para que a Rede se consolide nesses estados e também possa, num futuro breve, ser reconhecida em todo o Nordeste. “A expectativa é que, como os grupos são especializados nos saberes locais, eles compreendam e também incorporem essa perspectiva da gestão ao conhecimento local, que é o que de fato vai fazer com que eles permaneçam, tenham legitimidade e continuem com as atividades”, complementou o professor.