Defesa da Ciência e da pluralidade de pensamento marca aula inaugural

Estudantes ingressantes do semestre 2024.2 receberam informações sobre a vida acadêmica e participaram do debate

Por Ascom Ufal e Renner Boldrino - fotógrafo
- Atualizado em 21/01/2025 22h34
Aula Inaugural no Campus A.C. Simões colocou em pauta o combate às informações falsas
Aula Inaugural no Campus A.C. Simões colocou em pauta o combate às informações falsas

Toda calourada é marcada por muita emoção e expectativa. Essa era a vibração no auditório da Reitoria do Campus A.C. Simões, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), em Maceió, na tarde desta segunda-feira (20), abrindo o calendário organizado para receber os estudantes ingressantes no semestre 2024.2

Na cerimônia, que foi conduzida pelo Relações Públicas, Samy Dantas, e contou com tradução em Libras feita pelas intérpretes da Ufal, a mesa de honra foi presidida pela reitora em exercício, professora Eliane Cavalcanti. Ela enfatizou a importância de defender a Universidade: “Somos frutos de um investimento da sociedade na qualificação de pessoas para produzirem conhecimento científico, proporcionando a melhoria das condições de vida. Honremos a Universidade pública”, destacou.

Na solenidade de abertura, também fizeram saudações os pró-reitores: de Graduação, Eliane Barbosa; Estudantil, Alexandre Lima; de Extensão, Cezar Nonato, e a representante da Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação, Magna Suzano. Eles repassaram informações fundamentais para que os novatos possam se situar e encontrar informações sobre todas as ações desenvolvidas na Universidade. Mateus Vasconcelos também fez uma saudação, representando o Diretório Central dos Estudantes (DCE).

O poder da informação

Em seguida à solenidade de abertura, foi realizada a aula inaugural, com palestra proferida pelo jornalista Carlos Madeiro, formado pela Ufal, com pós-graduação em Gestão do Conteúdo da Comunicação pela Universidade Metodista. Madeiro tem reconhecida atuação na comunicação alagoana, atuando como colunista do Portal UOL e repórter da Rádio Difusora de Alagoas.

Em sua fala, o jornalista buscou explicar o que são fake news e como a disseminação destas informações falsas pode ser prejudiciais à pluralidade de ideias. Também apresentou exemplos recentes de como a manipulação das informações podem causar riscos concretos para a sociedade e até para a vida das pessoas. O período da pandemia de covid-19, com manifestações contra a ciência e o movimento antivacina foram exemplos colocados pelo jornalista.

Madeiro ponderou como as fake news exploram emoções humanas, como medo e indignação, para conseguir prender a atenção e buscar engajamento. Ele destacou que, no ambiente universitário, é preciso ter respeito à metodologia científica, com sistemáticas baseadas no levantamento de dados, análise e apresentação de resultados que podem ser verificados e comprovados. “As fake news não apenas distorcem fatos, mas também corroem a confiança na informação legítima. Todos nós temos a responsabilidade de reafirmar que fato comprovado é diferente de opinião”, orientou o jornalista.

O palestrante também orientou os estudantes como podem checar fatos e combater a desinformação. Ele apresentou um vídeo produzido pelo Ministério da Saúde, sobre como identificar se uma informação é falsa ou está descontextualizada. “Os veículos de comunicação e as assessorias institucionais criaram mecanismos para verificar informações. É possível consultar fontes oficiais e plataformas de checagem, examinar a origem do conteúdo e o contexto”, informou Carlos Madeiro.

Após a exposição, os estudantes e demais presentes no auditório puderam fazer intervenções para pedir esclarecimentos, saudar os colegas e colocar posições sobre o tema abordado. Também foi um momento para orientar os novatos sobre como participar da Semana de Integração, que tem diversas atividades organizadas pelo Centro Acadêmico e pela coordenação de cada curso.

Entre a comemoração e o trabalho

Com toda a emoção provocada pela conquista de uma vaga na Universidade pública, algumas pessoas precisaram, ou pelo menos tentaram, conter as manifestações de alegria. Foi o caso de Aline Santos, que presta serviço como segurança na reitoria e foi aprovada para o curso de Geografia. Como ela estava no horário de trabalho e fardada, não pôde participar integralmente da calourada.

Mas, apesar do compromisso de trabalho, Aline recebeu muitos cumprimentos e teve a chance de acompanhar um pouco as informações dadas durante a solenidade. “Como eu trabalho na Ufal durante o dia e vou estudar no turno noturno, não vai ter problema para conciliar os horários. Esta semana vou participar das atividades do meu curso”, comemorou a estudante.

Também com dificuldade para conciliar trabalho e a comemoração, estava a servidora Lenilda Luna, da Assessoria de Comunicação. Na tarefa de transmitir ao vivo a solenidade pela Rádio Ufal, ela estava também festejando a aprovação do filho, Ernesto Luna, que estava na calourada iniciando o curso de Filosofia.

Mesmo atenta ao trabalho, ela acompanhou a participação do filho na calourada. “Foi um esforço para concentrar, com toda a alegria e orgulho deste momento. Nós sabemos como foi importante trabalharmos juntos para que o autismo do meu filho não fosse uma condição limitante para o desenvolvimento dele. Estou realmente muito feliz”, finalizou a jornalista.

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