Ufal aprova Política Ambiental com diretrizes de sustentabilidade nos campi
Texto foi discutido e aprovado na sessão extraordinária do Consuni
- Atualizado em
O Conselho Universitário da Universidade Federal de Alagoas (Consuni/Ufal) aprovou, em sessão extraordinária, realizada no dia 11 de novembro, a Política Ambiental da Ufal, documento que passa a orientar de maneira institucional todas as ações de sustentabilidade na universidade. A resolução consolida princípios, objetivos e mecanismos de gestão voltados à proteção ambiental, ao uso responsável dos recursos naturais e a integração da temática socioambiental às atividades acadêmicas.
A nova política define como princípios fundamentais o desenvolvimento sustentável, a justiça socioambiental, a participação democrática, a transparência, a integração de saberes, o incentivo à inovação tecnológica e o estímulo a práticas sustentáveis em ensino, pesquisa e extensão. A Ufal se compromete também a alinhar suas ações aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas.
Entre os objetivos estratégicos estão: promover a gestão sustentável do território universitário, recuperar áreas degradadas, estimular a mobilidade ativa e o transporte sustentável, enfrentar os desafios relacionados ao uso da água e ao manejo de resíduos, incentivar a alimentação saudável no ambiente acadêmico e adotar critérios de sustentabilidade em obras, compras e contratações.
A resolução também institui a Comissão Gestora da Política Ambiental, com composição que inclui representantes da gestão central, dos campi, do corpo técnico e do Diretório Central dos Estudantes (DCE). O grupo terá natureza avaliativa, consultiva e deliberativa, sendo responsável por aprovar diretrizes, acompanhar a implementação das ações, organizar fóruns ambientais, propor capacitações e revisar periodicamente a política.
Além disso, o documento prevê a elaboração de Políticas Ambientais Setoriais, que tratarão de temas como energias renováveis, eficiência energética, manejo de resíduos sólidos e perigosos, gestão de água e esgoto, mobilidade sustentável, infraestrutura verde, monitoramento de emissões de gases de efeito estufa e conservação da biodiversidade. Cada política deverá incluir diagnóstico, metas, indicadores e responsáveis, integrando-se ao Sistema de Gestão Ambiental da Ufal.
O gerente de Meio Ambiente da Pró-reitoria de Infraestrutura (Proinfa), Diogo Carlos Henrique, destaca que a aprovação Política Ambiental constitui um marco legal importante na instituição. “Além de cumprir uma determinação legal, possibilita que a Ufal possa elaborar e instituir vários instrumentos legais e normativos que exigem ou pressupõem diretrizes institucionais de sustentabilidade”, ressalta o engenheiro.
Entre as normatizações citadas por Diogo, estão: Plano Diretor de Logística Sustentável (PDLS, que deve estar alinhado ao planejamento estratégico institucional; Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P), que incentiva formalização de políticas; e Marco legal da gestão de resíduos (Lei 12.305/2010), que exige diretrizes institucionais para manejo e logística reversa.
Institucionalizar a Política Ambiental da Ufal pelo Consuni fortalece a governança ambiental. “Desta forma, promove a continuidade e estabilidade frente às mudanças de gestão e garante coerência entre o discurso e a prática, viabilizando que a Universidade, além de referência em ensino, pesquisa e extensão, também se torne um exemplo em gestão ambiental. Nós estamos em contato com professores e pesquisadores da área para implantar esta política de sustentabilidade de forma colaborativa”, ressalta Diogo Henrique.
Breve histórico
A Política Ambiental da Ufal, aprovada neste mês de novembro, é fruto de uma discussão que já tem mais de dez anos. Foi iniciada em 2009, com a publicação da Portaria 804 de julho daquele ano, que instituiu a comissão para elaboração da Política Ambiental na Ufal, presidida pelo, então vice-reitor, Prof. Eurico Lôbo e mais oito membros de diferentes unidades acadêmicas.
Em 2014, essa comissão foi refeita pela Portaria 220, presidida pela professora Nélia Callado, que na época era superintendente de Infra-estrutura. “Foi elaborada uma minuta da Política Ambiental e uma minuta do PLS para Universidade, pela Divisão de Meio Ambiente (DMA), que foi criada a partir do planejamento estratégico da Sinfra, mas estes documentos também não foram consolidados”, conta a professora.
Em 2020 foi instituída uma nova Comissão Gestora através da Portaria nº 674 do Gabinete Reitoral, de 09 de julho de 2020, para trabalhar o Plano de Logística Sustentável (PLS). “Foi formulado o primeiro PLS institucional, com vigência para o período 2022-2026, tendo como base o contexto universitário, e o atendimento das diretrizes de sustentabilidade do art. 4º do decreto n º 7.746/2012. Mas antes era necessário consolidar a Política Ambiental, detalhando ações, indicadores, prazos e responsabilidades, que juntos estabelecem uma abordagem integrada de logísticas eficientes e ambientalmente responsáveis, na busca do desenvolvimento sustentável”, explica Nélia Callado
Então, em 2025, na busca de consolidar esses importantes documentos institucionais foi criada uma nova comissão, através da Portaria 825, para revisar e consolidar a Política Ambiental da Ufal,que foi aprovada pelo Consuni por meio da Resolução Nº. 136/2025, de 11 de novembro de 2025. “Esta Comissão está trabalhando agora para aprovação do PLS construído, e na formação de um novo grupo de trabalho para elaborar um futuro PLS com vigência a partir 2027, quando encerra a vigência do PLS existente”, detalha Nélia.
A professora, que atualmente é assessora da reitoria, comemorou a aprovação da política, depois de tantos anos de estudo e debates. “Nas instituições de ensino superior esse documento é fundamental, pois essa política é um veículo de formação de pessoas, que ensinam, pesquisam e realizam extensão, portanto, devem dar exemplo, uma vez que sua capacidade de influenciar o meio em que estão inseridas é relevante. A aprovação da Política Ambiental é um marco na nossa história e foi construída de forma participativa. Agradeço a todos os membros envolvidos.”, finaliza Nélia Callado.