Centro de Pesquisa da Ufal inicia Programa de Residência em TIC
Auditório ficou lotado com os 250 selecionados para a primeira etapa da formação
- Atualizado em 11/02/2025 12h29

O Centro de Pesquisa em Engenharia e Sistemas da Ufal (Easy), do Instituto de Computação (IC), da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), iniciou nesta segunda-feira (10), o Programa de Residência em Tecnologia da Informação e Comunicações (TIC). A cerimônia de abertura, realizada no auditório da Reitoria, contou com a presença dos estudantes selecionados e representantes do Instituto Brisa, da Softex, do Governo Federal, além de professores e estudantes do Instituto de Computação (IC).
A mesa de honra da solenidade foi presidida pela reitora em exercício, professora Eliane Cavalcanti, que saudou com entusiasmo a iniciativa, destacando a importância do programa para a qualificação profissional e desenvolvimento da tecnologia em Alagoas. Também compuseram a mesa Rubens Caetano Souza, coordenador-geral de Inovação Digital do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI); Paulo Rogério Foina, representando o Instituto Brisa; e o professor Márcio Ribeiro, coordenador do Easy.
O programa faz parte do projeto MCTI Futuro, com recursos da Lei de Informática. Foram mais de 500 inscritos, e o edital selecionou 250 graduados ou graduandos das áreas tecnológicas e ciências exatas, além de profissionais formados em cursos técnicos de nível médio, para a etapa de nivelamento. Entre os objetivos do programa está a formação de jovens de diferentes classes sociais em TIC, garantindo oportunidades de ingresso em carreiras promissoras, promovendo inclusão social e mobilidade econômica.
Durante sua fala na solenidade de abertura, Rubens Caetano fez uma apresentação sobre o histórico das leis da Tecnologia da Informação (TI), ressaltando que são uma política de Estado. “Temos um marco regulatório que garante recursos das empresas para pesquisa, formação de pessoal e desenvolvimento de tecnologia. Esses investimentos são fundamentais para que o Brasil se torne competitivo globalmente. É essencial ter uma força de trabalho altamente qualificada em TIC, capaz de impulsionar a inovação e o desenvolvimento de tecnologias aplicadas aos vários setores”, ressaltou o representante do MCTI.
Já o professor Márcio Ribeiro enfatizou a contribuição social da Universidade ao formar profissionais capacitados para uma área em constante crescimento e necessidade de mão de obra qualificada. “Hoje iniciamos a formação com estes 250 estudantes, que terão todo o acompanhamento para a formação. Destes, serão escolhidos 50, que vão receber um notebook e também uma bolsa de R$ 1.260, durante seis meses, para continuar os seus estudos de forma mais aprofundada”, informa o coordenador.
O foco é capacitar talentos em computação avançada para atender à crescente demanda do mercado tecnológico de Alagoas. O nivelamento, realizado de forma on-line até abril, busca uniformizar conhecimentos fundamentais. A etapa seguinte, para a qual serão selecionados os 50 melhores, será a imersão em Computação Avançada, com atividades híbridas no Campus A.C. Simões da Ufal e o desenvolvimento de projetos práticos, de maio a novembro. Durante o programa, os participantes terão acesso a conteúdos como programação Python, inteligência artificial, big data, IoT, desenvolvimento de aplicativos, além de aprimorarem habilidades interpessoais essenciais para o mercado.
A presença das mulheres na TI
No auditório lotado, era possível perceber que esta ainda é uma área predominantemente masculina, mas essa situação está mudando. O sexto relatório de diversidade no setor, publicado em 2024 pela Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e de Tecnologias Digitais (Brasscom), revelou que “nos últimos cinco anos, a participação de mulheres em posições de diretoria e gerência no segmento cresceu 1,6 ponto percentual, alcançando 35,6%. Na área de operações de TIC e P&D o crescimento foi elevado com um aumento de 4,6 pontos percentuais, atingindo 28,1%”.
Entre as mulheres, ainda em minoria, no auditório da Reitoria, estava Lenilda da Paz, estudante do curso de Sistema de Informação da Ufal. “Para mim, é uma grande oportunidade que está surgindo hoje de fazer parte da Residência em TIC. Abre uma nova porta para a gente se qualificar e entrar nesse mundo da tecnologia, porque hoje em dia é essencial. As mulheres ainda têm uma certa resistência, por vários fatores que dificultam a participação feminina, mas quando eu vi a inscrição na residência, percebi que novas possibilidades estão se abrindo, não só para mim, mas para outras mulheres que têm interesse na área”, comemora a estudante.
Sobre os parceiros do Programa de Residência em TIC
O Easy, Centro de Pesquisa em Engenharia e Sistemas da Ufal, é um polo de inovação que atua em parceria com instituições e empresas para desenvolver soluções tecnológicas e fomentar a formação de recursos humanos altamente qualificados. Seu trabalho abrange pesquisa, desenvolvimento e inovação em diversas áreas da engenharia e computação, contribuindo significativamente para o avanço tecnológico e econômico do estado de Alagoas.
Já o Instituto Brisa é uma organização com mais de 30 anos de experiência na resolução de problemas tecnológicos, oferecendo serviços de desenvolvimento, integração e testes de software multiplataforma. Credenciada pelo MCTI como Instituto de Pesquisa, a Brisa está apta a atuar com recursos provenientes de incentivos fiscais, como a Lei de Informática. O instituto participa de programas que visam capacitar jovens em programação básica e avançada, atendendo à crescente demanda do mercado tecnológico brasileiro.
A Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro (Softex) é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP). A Softex se define como a “principal promotora de políticas públicas para o ecossistema da tecnologia e inovação, responsável por criar e executar ações e iniciativas ligadas à educação e ao empreendedorismo, com abrangência nacional e internacional”.