Complexo Esportivo recebe jovens e crianças com TEA atendidos pela Pestalozzi

Turma correu na pista de atletismo, no campo de futebol e brincou com jogos que estimularam diferentes habilidades

Por Thâmara Gonzaga - jornalista
- Atualizado em 14/04/2025 13h13
Crianças atendidas pela Pestalozi participaram de uma dia de atividades no Complexo Esportivo da Ufal (Fotos Thâmara Gonzaga)
Crianças atendidas pela Pestalozi participaram de uma dia de atividades no Complexo Esportivo da Ufal (Fotos Thâmara Gonzaga)

Alice e Matheus da Silva são jovens com Transtorno do Espectro Autista (TEA) atendidos pela Associação Pestalozzi de Maceió, na unidade localizada no bairro do Village Campestre. Na manhã de quinta-feira (10), a dupla era uma das mais animadas entre as crianças e os jovens que foram aproveitar as instalações do Complexo Esportivo da Ufal.

Acompanhada de familiares e da equipe multiprofissional da Pestalozzi, a turma correu na pista de atletismo, no campo de futebol, andou de skate, patinete, bicicleta e brincou com diversos jogos que estimularam habilidades motoras, cognitivas e sociais. E ainda foi formada a roda de capoeira que Matheus tanto pediu.

“Eu sou apaixonado por capoeira. Tem uma linda música, de uma mulher guerreira, que eu vou cantar e todo mundo vai se apaixonar”, disse o jovem ao emendar que gostou muito de correr na pista e dos novos amigos que fez. Além de ser um momento de interação, Matheus também sabia que aquela era uma oportunidade para conscientizar a sociedade sobre a realidade das pessoas com TEA. “É dia do autismo e da inclusão social”, disse ele.

As atividades foram conduzidas por estudantes do curso de Educação Física, sob supervisão da professora do Instituto de Educação Física e Esporte (Iefe), Chrystiane Toscano.

“Estamos no Abril Azul e a Pestalozzi nos contatou para fazer uma atividade aqui no Complexo, alusiva à conscientização sobre o autismo. Promovemos um dia de interação com jogos e diversas atividades. A turma gostou de tudo, mas a grande atração foi a pista de atletismo. Eles acharam maravilhoso correr de forma solta, livre, sem se preocupar com carros ou qualquer outro tipo de restrição. O futebol de campo e o circuito motor também fizeram sucesso”, contou a docente.

Com experiência em pesquisas sobre caracterização do perfil coordenativo motor de crianças neurotípicas e qualidade de vida da população com TEA, a professora Chrystiane esclareceu a importância dessas iniciativas no processo de formação dos estudantes e para a comunidade externa.

“Esse é o público que teremos dentro das escolas e precisamos estar preparados para recebê-los. É importante ter um ambiente propositivo para que a criança e o jovem com TEA possam desenvolver interações sociais, habilidades cognitivas e motoras”, disse a docente. Percepção que também é compartilhada por Denise Lisboa, estudante de Educação Física da Ufal: “Acho extremamente importante porque a gente vê a educação sob outra perspectiva, amplia a nossa formação. Precisamos saber como abordar cada criança com suas particularidades”.

A professora Chrystiane Toscano ressaltou ainda a necessidade de se ter ambientes propositivos. “A grande importância é que a gente consiga ter o espaço e faça o nível de suporte necessário para que a criança e o jovem consigam se engajar naquela oferta que está sendo proposta. Ou seja: propor, dar possibilidades de experimentação”, defendeu.

Atividade externa

Maria Rosângela é a mãe de Alice e acompanhou a jovem durante a visita ao Iefe. Ela aprovou o dia diferente com atividades externas. “Foi muito maravilhoso! As crianças puderam interagir com outras pessoas. Gosto muito do atendimento da Pestalozzi que nos proporciona coisas maravilhosas. Eu gostei muito”, disse.

Coordenadora da unidade da associação localizada no Village Campestre, Thaynara Teles, conhece as dificuldades e as barreiras que pessoas com TEA e seus familiares enfrentam no cotidiano e ressaltou o quanto as atividades externas são significativas. “É muito importante, na verdade, é uma vitória para essas mães, essas famílias, participarem desse momento e trazerem as crianças para uma ação que envolve atividades psicomotoras e a questão da socialização. Essa parceria que estamos tendo com o Iefe é muito importante. Ficamos muito felizes”, afirmou.

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