Encontro de Museus Universitários destaca cooperação

Em tempos de cortes no orçamento, universidades buscam alternativas para investir na preservação da memória e da cultura

Por Lenilda Luna - jornalista / Fotos Renner Boldrino
- Atualizado em 17/06/2025 14h17
Solenidade de abertura do 1º Encontro Nordeste de Museus Universitários
Solenidade de abertura do 1º Encontro Nordeste de Museus Universitários

Foi aberto na manhã desta terça-feira (10), no auditório do Tribunal de Justiça de Alagoas, o 1º Encontro Nordeste de Museus Universitários. Até amanhã (11), representantes da cultura, da educação e do Poder Judiciário discutem caminhos para garantir a preservação e a “vida orgânica” dos museus vinculados a universidades públicas da região.

A mesa da solenidade de abertura foi presidida pelo reitor da Universidade Federal de Alagoas, Josealdo Tonholo. Também compuseram a mesa o desembargador Tutmés Airan de Albuquerque Melo, presidente da Comissão de Gestão e Memória do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ-AL) e Sebastião José Soares, diretor de Promoção das Culturas Populares do Ministério da Cultura.

Estavam ainda na mesa de honra o reitor da Universidade Federal de Sergipe (UFS), André Maurício Souza; Ana Carolina Gelmini, diretora de Processos Museais do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram); Bruno Melo, diretor de Patrimônio e Memória da UFPE; Marcelo Nascimento Bernardo da Cunha, diretor do Museu Afro-Brasileiro da Ufba; e Hildênia Oliveira, diretora do Museu Théo Brandão de Antropologia e Folclore.

“Proibido esquecer”

Ao destacar a urgência de políticas de proteção, o desembargador Tutmés Airan lembrou que os museus garantem ensinamentos fundamentais para a civilização. “Os museus personificam uma proibição que é interessante: a proibição ao esquecimento, indispensável para que a sociedade aprenda tanto com os acertos quanto com os erros da trajetória humana”, ressaltou o desembargador.

O reitor Josealdo Tonholo destacou a força coletiva da iniciativa. “Se tem uma coisa que nos deixa muito orgulhosos é a capacidade de articulação, de trabalho em conjunto, que as universidades federais da região Nordeste têm. Estamos aqui numa reunião oficial da Andifes e da Rede Nordeste. Então, o documento que produzirmos aqui tem a força das vinte universidades que são parceiras”, garantiu Tonholo.

O reitor André Maurício, da UFS, disse que fez questão de comparecer ao encontro, mesmo enfrentando as dificuldades da crise financeira que ameaça serviços básicos em sua instituição. “Temos um curso de Museologia de muita qualidade, mas acometido pela evasão. Acreditamos que a cooperação trará soluções”, afirmou, ao receber solidariedade do reitor Josealdo Tonholo.

Representando o Museu Théo Brandão, a museóloga Hildênia Santos de Oliveira destacou o papel transformador desses espaços. “Os museus universitários são centros vivos de pesquisa, de ensino, de extensão e de cultura. São espaços únicos e essenciais para a nossa sociedade, especialmente no Nordeste, que ainda enfrenta tantas desigualdades”, afirmou. Ela também reforçou a urgência de um olhar atento do poder público para a valorização desses equipamentos culturais.

Na pauta está o cumprimento do Acórdão 2019 do Tribunal de Contas da União, que exige melhorias de segurança para acervos. A proposta é elaborar uma cartilha da Rede Universitária de Museus e buscar um orçamento específico para essas unidades. O encontro, promovido pela Ufal e pela UFPE com apoio de Pinacoteca, Usina Ciência, Museu de História Natural e Museu Théo Brandão, segue até amanhã, 11 de junho, com debates sobre uma rede de cooperação e oferta de cursos de capacitação.

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