Rede de Acervos da Ufal realiza reunião sobre ações do projeto de preservação

Contemplado em edital nacional, projeto impulsiona preservação e acesso a documentos históricos e culturais da Universidade

Por Ascom Ufal com Jessyka Faustino - jornalista
- Atualizado em
Danilo Marques (ao centro de óculos) durante reunião no Museu Théo Brandão
Danilo Marques (ao centro de óculos) durante reunião no Museu Théo Brandão

A Rede de Acervos da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) realizou sua segunda reunião de trabalho no início deste mês. Na ocasião, estiveram presentes representantes do Museu Théo Brandão (MTB), Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi), Grupo de Estudo e Pesquisa História da Educação, Cultura e Literatura (GEPHECL), Laboratório de Gestão Eletrônica de Documentos (Laged), Centro de Pesquisa e Documentação Histórica (CPDHIS), Instituto de Computação (IC), Pinacoteca da Ufal e outros setores estratégicos da universidade.

O encontro, ocorrido no auditório do MTB, integra as ações do projeto Preservação, divulgação e restauração do acervo histórico e cultural do Neabi Ufal, contemplado em uma chamada pública da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). O projeto é gerenciado pela Fundação Universitária de Desenvolvimento de Extensão e Pesquisa (Fundepes) e busca superar desafios históricos de preservação documental, como acondicionamento inadequado, falta de padronização no arquivamento, carência de softwares de gerenciamento eletrônico, ausência de profissionais especializados e limitações de espaço físico.

Tais questões comprometem a conservação e o acesso à memória institucional e histórica, especialmente, no caso do acervo do Neabi, o qual reúne documentação de 1980 a 2024 sobre o movimento negro em Alagoas e no Brasil. Entre os materiais preservados estão cartas, atas, cartazes, manifestos, fotografias, fitas K7 e VHS, panfletos, registros sobre a implementação das cotas na Ufal e documentos relacionados ao tombamento da Serra da Barriga como Patrimônio Cultural Brasileiro, em 1986, e como Patrimônio Cultural do Mercosul, em 2017. Trata-se de um acervo raro e especializado, fundamental para pesquisas sobre ditadura, movimentos sociais, redemocratização, racismo e ações afirmativas.

Durante a reunião, foi informado que já estão em andamento as compras de materiais de proteção pessoal (luvas, máscaras e jalecos) e de produtos para higienização de documentos. Foram também iniciadas as negociações para a aquisição de novos móveis e equipamentos, além de reuniões com a Reitoria sobre melhorias na estrutura física das salas de acervo. O projeto tem caráter estratégico para o resgate, preservação e difusão da memória do movimento negro, indígena e das diversas expressões culturais e históricas de Alagoas, garantindo que este patrimônio esteja acessível à sociedade e às futuras gerações.

A ação de recuperação não se restringe ao Neabi. Outros equipamentos da Ufal, a exemplo do CPDHIS, do Museu Théo Brandão e da Pinacoteca, também serão contemplados. Esses acervos guardam coleções igualmente históricas e essenciais para pesquisas sobre a história e a cultura de Alagoas e do Brasil, abrangendo registros documentais, fotográficos, obras de arte, objetos museológicos e arquivos raros. Ao integrar esses equipamentos na Rede de Acervos, o projeto amplia o alcance das ações de preservação e garante que diferentes memórias e patrimônios culturais estejam protegidos e disponíveis para consulta e estudo.