Ufal promove nova capacitação em Alagoas em parceria com a Cátedra da USP
A capacitação contemplou mais de 400 professores do ensino fundamental de municípios alagoanos
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Prossegue até o dia 20 deste mês o curso que faz parte do Projeto Formação Continuada de Matemática para Professores do Ensino Fundamental - anos iniciais, ação oriunda da parceria da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) com a Cátedra Sergio Henrique Ferreira, do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da Universidade de São Paulo (USP), Polo Ribeirão Preto.
A Cátedra tem como articuladora local a reitora honorária Ana Dayse Dorea e há três anos vem atuando na área de educação básica de vários municípios alagoanos. O curso objetiva fortalecer a formação continuada de professores dos anos iniciais, com ênfase ao 5º ano das redes municipais de ensino. O plano de ação em execução é dotado de quatro encontros presenciais em cidades polos contemplando mais de 400 professores oriundos dos municípios de Atalaia, Cacimbinhas, Coruripe, Feliz Deserto, Jundiá, Olho D’água Das Flores, Pão De Açúcar,Paripueira, Pilar, Piranhas, Ouro Branco e Quebrangulo. Também fazem parte do calendário de atividades para esse ano, dois encontros no Campus A.C. Simões definidos para no mês de outubro.
O primeiro encontro, ocorrido no dia 30 de agosto, foi sediado no município de Paripueira. A formação foi também destinada para professores do município de Jundiá. O segundo encontro transcorreu no último sábado (6), na cidade sertaneja de Santana de Ipanema e foi dirigido aos professores dos municípios de Piranhas e Olho D´Água das Flores.
De acordo com o calendário de atividades, no sábado (13), o terceiro encontro será em Quebrangulo e é destinado também aos professores do município de Cacimbinhas. O último encontro, no sábado (20), irá contemplar os professores dos municípios de Atalaia e Ouro Branco.
“Cada professor das redes municipais envolvidas terá dois encontros presenciais. Além dos encontros presenciais, o curso visa fomentar a revisão de conteúdos de Matemática que devem ser trabalhados nos anos iniciais do Ensino Fundamental, bem como, propiciar aos participantes novas metodologias. O objetivo é elevar os níveis de proficiência de cada rede municipal”, destaca o professor Isnaldo Barbosa, que vem ministrando a capacitação. Ele é docente do Instituto de Matemática(IM), unidade acadêmica do Campus A. C. Simões da Ufal.
Segundo o professor Isnaldo,“a capacitação segue para além dos encontros presenciais, e o estudo é dirigido aos conteúdos da prova do Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB) e as habilidades e competências da Base Nacional Comum Curricular (BNCC)”, explica. Os municípios escolhidos já participavam das ações da Cátedra Sérgio Henrique Ferreira. A Formação Continuada conta também com a participação da professora Viviane de Oliveira, do IM da Ufal, que é a responsável pelo plano de ação aplicado junto aos municípios-alvos da cátedra paulista.
“Em cada encontro, há uma parte teórica e uma parte prática. Na parte teórica são apresentados e relembrados alguns conceitos matemáticos atrelados com possibilidades de ensinar esses conceitos. Na parte prática, são apresentados e os professores tem a experiência com materiais didáticos de acordo com o que foi ministrado”, ressalta ela. Esses materiais fazem parte do grupo de extensão "Sem mais nem menos" da Ufal, coordenado pela professora Viviane de Oliveira e do grupo do Laboratório de Ensino de Matemática (LEMa/Ufal).
Formação presencial
Sobre a formação realizada em Paripueira, Viviane diz que contou com a participação de 29 professores e foram abordados: operações básicas, frações, sistema monetário brasileiro e sistemas de unidades de medida de tempo. “A prática ocorreu com três materiais didáticos: Pega-varetas, Dominó de frações e Trilha financeira, dois deles do grupo de extensão "Sem mais nem menos" da Ufal e um deles do LEMa”, explica.
Ao destacar a importância do Projeto Formação Continuada, o professor Isnaldo Barbosa diz que a equipe da cátedra paulista identificou uma necessidade urgente de intervenção no ensino de Matemática nos anos iniciais em Alagoas. “Recebemos o convite da professora Ana Dayse para elaborar um plano de ação que foi inicialmente apresentado e aprovado pela equipe que vem discutindo a criação da cátedra na Ufal, com grupo de trabalho também liderado pela reitora honorária, ressalta ele. Em seguida, o plano foi apresentado e aprovado para execução pelo professor Mozart Neves, coordenador da cátedra paulista. É a primeira vez que o Instituto de Matemática da Ufal está participando de uma ação da Cátedra Sérgio Henrique
Otimizar atividades
Para o desenvolvimento e otimização das ações planejadas, as redes municipais foram agrupadas em quatro regiões considerando os níveis de proficiência das redes e as distâncias geográficas: Região 1 (Piranhas, Pão de Açúcar, Olho D´Água das Flores); Região 2 (Atalaia, Coruripe, Pilar e Feliz Deserto); Região 3 (Quebrangulo e Cacimbinhas); e Região 4 (Jundiá e Paripueira). Para cada região as atividades práticas e a parte teórica são distintas considerando os indicadores das redes e as regionalidades.
Sobre a parceria da Ufal, enquanto universidade pública, nas ações locais da Cátedra paulista, o professor Isnaldo diz que, como docente da instituição, considera a parceria com a rede pública de Alagoas essencial para aproximar a produção acadêmica das necessidades reais das escolas. Que iniciativas como a Cátedra Sérgio Henrique Ferreira fortalecem essa missão ao promover formação de professores, inovação pedagógica e a difusão de práticas de ensino baseadas em evidências.
O professor destaca que essas ações estão articuladas diretamente com os programas de pós-graduação da Ufal, como o Mestrado Profissional em Matemática (Profmat) e o Programa de Pós-graduação em Ensino de Ciências e Matemática (PPGECIM), ampliando o impacto regional da Universidade, “contribuindo para a melhoria dos indicadores educacionais e gerando produção científica relevante, voltada à realidade local, consolidando a Ufal como agente de transformação social”.
A professora Viviane reforça que a parceria da Ufal com a área de educação dos municípios alagoanos é benéfica para os dois envolvidos, pois torna a Universidade mais próxima da educação básica, o que é muito relevante no processo de ensino e aprendizagem. A ação também conta com a participação, como formadores, pelo ProfMat, da professora Erenilda Severina da Conceição Albuquerque e do professor João Henrique da Silva Sousa; pelo PPGECIM, do professor Nickson Deyvis da Silva Correia e a mestranda Andressa da Silva Santos. Ainda, o técnico-administrativo do IM, Victor Hugo de Souza Ramos.
Eixos de trabalho
A Cátedra Sérgio Henrique Ferreira é dividida em três eixos: redução das desigualdades, no ensino da Matemática e na Educação Antirracista. Tem ações em 10 estados atingindo mais de 170 municípios do Brasil. O trabalho que vem desenvolvendo em Alagoas tem como propósito reduzir desigualdades e melhorar a aprendizagem dos alunos da Educação Básica. As ações contam com a parceria da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA).
Cátedra e Ufal: parceria forte
A Cátedra Sérgio Henrique Ferreira tem como articuladora local a reitora honorária Ana Dayse Dorea e há três anos vem atuando na área de Educação Básica de vários municípios alagoanos. Segundo Ana Dayse, esse curso de Formação Continuada em Matemática surgiu da necessidade urgente da formação pela dificuldade que existe nessa área.
“Os professores que ensinam os anos iniciais são pedagogos e têm uma formação geral e como 2025 é o ano de avaliação da Educação Básica, por meio da prova do sistema SAEB em novembro, que no final se tem o resultado do conhecido IDEB, veio essa demanda envolvendo a Cátedra e a Ufal, por meio do Instituto de Matemática, uma importante parceria”, destaca a reitora honorária da Ufal e articuladora local da Cátedra paulista.
O trabalho da cátedra paulista em Alagoas teve início em 2023, e em 2024 firmou parceria com a Ufal, sempre com o apoio do reitor Josealdo Tonholo. “Aproveito para agradecer o grande apoio recebido do reitor Tonholo e, mais ainda nessa atividade recente, que aportou recursos para a realização nos vários municípios”, ressaltou.
Ela agradece também ao Instituto de Matemática nesse curso de Formação Continuada, ao Instituto da Cor, que trata das questões de Igualdade Racial. Ana Dayse também informa que em outubro vai ser ministrado mais uma vez o curso presencial de Formação para Análise de Dados, ofertado no ano passado aos municípios. “Será ministrado durante uma semana por professores da cátedra paulista e a novidade este ano é que contará com a participação do Estado, por meio de suas treze gerências de Educação, duas delas instaladas em Maceió”, reforça.
Este ano o encerramento dos trabalhos está previsto para novembro, com a realização de atividades com a participação do coordenador da cátedra paulista, de representantes da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA) e da Ufal, entre outros. “Agradecimento especial a todos os parceiros que estão engajados nas ações locais da Cátedra Sérgio Henrique Ferreira, para beneficiar a área de Educação Básica de Alagoas”, finaliza Ana Dayse Dorea.