Egressa da Ufal é premiada por melhor dissertação em CI do Brasil

O prêmio nacional de melhor dissertação de mestrado acadêmico na área da Ciência da Informação é da egressa da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Myllena Diniz. Em seu mestrado, concluído em 2024 no Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação (PPGCI) da Ufal, a pesquisadora abordou a desinformação nos discursos políticos durante a pandemia de covid-19, tema urgente e relevante em um contexto atual marcado pela negação das orientações científicas, sobretudo, em assuntos relacionados à saúde e às mudanças climáticas.

A premiação é concedida anualmente pela Associação Nacional de Pesquisa em Ciência da Informação (Ancib) e considerada a maior dessa área de conhecimento. O anúncio do prêmio foi feito nessa quarta-feira (5), durante o 25º Encontro Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Ciência da Informação (Enancib), que ocorre na cidade do Rio de Janeiro até amanhã (7), e recebido com muita comemoração pela comunidade acadêmica da Ufal e do PPGCI.

“É NOSSO! O maior prêmio da Ciência da Informação brasileira, na categoria Dissertação de Mestrado, é meu e, sem dúvidas, do meu amado orientador, Marcos Prado. É do Nordeste, é de Alagoas, é do PPGCI, é da Ufal. É uma confirmação da potência científica que reside em nosso território e em nossa gente!”, vibrou Myllena, em sua conta numa rede social.

Em sua comemoração, ao lembrar de sua trajetória, fez questão de ressaltar que, enquanto jornalista, “buscou um propósito ainda maior para o seu ofício”; e na condição de pesquisadora, “para além do título, quis cumprir seu dever social, denunciando a maior ameaça da humanidade – a desinformação – e o uso dessa estratégia a serviço de interesses políticos na maior crise sanitária da história”.

Companheiro de jornada no mestrado, professor Marcos Prado orientou a dissertação e, além de reconhecer a capacidade de trabalho, salientou aspectos humanos durante a convivência. “Muito orgulho desse ser humano incrível que é você. Você é merecedora de muitas conquistas e especialmente essa que evidencia a dimensão de um sonho que sonhamos juntos. Parabéns!”, disse o orientador.

Professor Edvanio Duarte, referência de docência no PPGCI, também comemorou bastante a premiação. “Fico muito feliz com esse reconhecimento e com essa conquista, que demonstram mais uma vez a qualidade e a potência dos que fazemos o PPGCI Ufal”, enfatizou o docente.

Mais sobre o trabalho da pesquisadora

Formada em Jornalismo e mestra pela Ufal, atualmente, Myllena é doutoranda em Ciência da Informação no Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), desenvolvido em cooperação com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), instituição de ensino superior onde também leciona. Sua pesquisa busca identificar os impactos psicossociais da desinformação, considerando informação e ideologia como possíveis determinantes sociais de saúde.

Em sua dissertação ‘Os impactos da desordem informacional para o fenômeno da infodemia: uma análise dos discursos políticos sobre a covid-19’, defendida na Ufal e premiada como a melhor do Brasil na área da Ciência da Informação, a pesquisadora fez uma reflexão sobre as contribuições da desinformação para o problema de ordem social conhecido como infodemia. Ao realizar o trabalho, ela conta que buscou reforçar a importância da informação de qualidade para a condução eficaz e eficiente de políticas públicas, pois, alerta Myllena, “a desinformação tem servido a projetos políticos antidemocráticos, autoritários e negacionistas”.

“O estudo realizado demonstra como a informação, a desinformação e a ideologia devem começar a ser pensadas como possíveis determinantes sociais de saúde. Esses temas precisam, urgentemente, entrar na pauta da saúde pública para que pensemos estratégias de combater a desinformação, que já é considerada um fator de adoecimento físico e mental da população”, analisou.

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