Ufal recepciona professores moçambicanos e firma parcerias em Educação
Visita reforça a internacionalização na universidade e fomenta novas parcerias em desenvolvimento social
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Mais de sete mil quilômetros separam Alagoas de Moçambique, país localizado no sudeste do continente africano, mas, nenhuma distância é impeditivo quando se fala em educação. Desde o dia 17 de novembro, a Universidade Federal de Alagoas (Ufal) recepciona três professores da Universidade de Rovuma (UniRovuma), para uma série de atividades e trocas de conhecimentos e experiências.
O objetivo principal da visita foi conhecer mais sobre os programas e projetos desenvolvidos pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (Feac), em especial a Incubadora de Tecnologia Social para economia solidária, projeto amplamente divulgado pela professora Ana Milani. Entretanto, os professores Alice Freia, Francisco Nhachungue e Julio Masquete também conheceram outros trabalhos desenvolvidos não só na Feac, mas também em outros departamentos da Universidade, como o Instituto de Geografia, Desenvolvimento e Meio Ambiente (Igdema).
“O interesse inicial foi a partir das publicações da professora Ana Milani, sobre economia solidária e seu trabalho com as comunidades, como as marisqueiras e artesãos, mas também foi uma oportunidade para conhecer mais sobre a nossa universidade, nosso estado e sobre as ações de extensão desenvolvidas dentro da Feac, além de conhecermos mais sobre as atividades por eles trabalhadas em Moçambique, resultando em uma grande troca de experiências”, contou o professor Carlos Everaldo, da Feac.
1º Encontro de Projetos de Extensão da Feac
A vinda dos professores também mobilizou o primeiro encontro de atividades de extensão universitária da Feac, onde os coordenadores e participantes dos projetos puderam falar aos professores mais sobre os trabalhos desenvolvidos dentro do campus A.C. Simões pelo departamento. O encontro, que ocorreu na última sexta-feira (21), no auditório da Reitoria da Ufal, foi um momento de troca e conhecimento, para os moçambicanos, docentes e discentes da Feac.
“Esta é uma oportunidade muito especial, pois proporciona uma valiosa troca de experiências e saberes. Ao participar, apresentamos nossos resultados e, ao mesmo tempo, temos a chance de conhecer o trabalho dos colegas, recebendo também contribuições e perspectivas enriquecedoras dos professores convidados. Acredito que esta experiência se configura como uma ponte para o desenvolvimento futuro do trabalho em pesquisa e extensão dentro da Feac e da universidade como um todo”, comemorou o professor Madson Monte, que apresentou seu mais novo projeto, envolvendo o uso da tecnologia para benefício da agricultura familiar.
E apesar de se concentrar nas áreas de conhecimento trabalhadas dentro da Feac, os projetos também mostraram-se multidisciplinares, como o caso do Misturolândia, coordenado pelo professor Carlos Everaldo, e que incentiva crianças a estimularem a criatividade através da leitura e escrita. Envolvendo estudantes de Administração, Pedagogia, Letras e Psicologia, que atuam como monitores, o projeto completou dez anos em 2025.
Após a apresentação, os professores receberam doces dos monitores, como uma forma de rememorar a infância, e de presente o último livro escrito pelas crianças do projeto, lançado na Bienal do Livro de Alagoas: “será colocado na biblioteca de nossa Universidade, para que todos os estudantes possam ver o trabalho realizado”, comentou o professor Júlio Masquete
Encantados, os professores moçambicanos enxergaram nas apresentações novas linhas de aprendizado e de estabelecer conexões, inclusive em áreas distintas às por ele trabalhadas: “O pessoal de Ciências Agrárias, Produção Agrícola e Avicultura estão desenvolvendo um projeto, ainda embrionário, sobre como essas atividades podem financiar seus estudos. A Empresa Júnior aqui apresentada mostra-se bem estruturada, organizada, e acredito que possa nos ajudar”, disse Alice Freia, em referência a apresentação da Empresa Júnior da Feac, realizada pelo discente Brunno Roza.
Outras atividades
Além das atividades realizadas no Campus, observância dos trabalhos desenvolvidos na Ufal, trocas de experiências e aprendizados, os professores também participaram das comemorações ao Dia da Consciência Negra, realizada na Serra da Barriga, e que tem a Universidade como parceira, através do Neabi.
“Já estivemos no Brasil outras vezes, na Bahia, no Rio de Janeiro, sempre em busca de aprendizados, ideias para executar em Rovuma, mas Alagoas tem ganhado nosso coração, pela receptividade, pelo carinho, pelas atividades e hospitalidade”, relatou Alice.
A imersão também contou com maiores aprendizados sobre tradições e costumes de Alagoas. Os professores convidados foram apresentados à culinária típica do Estado, conheceram mais sobre o trabalho realizado pelas marisqueiras, admiraram a riqueza do artesanato local e se encantaram com as belezas naturais das praias de Maceió.
“A visita foi excelente, superou nossas expectativas. Fomos calorosamente recepcionados e estamos desfrutando das maravilhas de Maceió, experimentando o sururu, mariscos. A visita foi bastante proveitosa, e vislumbramos inúmeras oportunidades de colaboração entre a Ufal e a UniRovuma”, concluiu Júlio.
A visita e recepção dos docentes moçambicanos mostra o compromisso da Ufal na internacionalização do ensino, na ampliação das parcerias acadêmicas e o fortalecimento da circulação de conhecimento entre instituições de diferentes países, reforçando a qualidade de ensino da universidade na formação de profissionais e na produção científica.