Reitora Ana Dayse compartilha experiência de reestruturação com a Unirio


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Reitora da Ufal apresenta reestruturação na Unirio
Reitora da Ufal apresenta reestruturação na Unirio

Fonte: Ascom Unirio

 

“Um relato claro e objetivo, que trata de uma realidade muito semelhante à nossa”. Assim a reitora Malvina Tuttman sintetizou a palestra da reitora da Universidade Federal de Alagoas, Ana Dayse Dorea, realizada na última quarta-feira, dia 31 de março, na Sala dos Conselhos Superiores. A reitora Ana Dayse foi convidada pela Comissão Especial da Estrutura Organizacional (CEO) da Unirio para falar sobre a experiência da reformulação administrativa e acadêmica da Ufal, cujo estatuto foi aprovado em dezembro de 2003.

 

No painel “Reestruturação Administrativa e Acadêmica: O Caso da Ufal”, a dirigente da universidade alagoana começou seu relato pelas origens das mudanças na estrutura da universidade, ainda na gestão da professora Delza Gitaí, primeira mulher a exercer o cargo de reitora na Ufal, no fim dos anos 1980. À época foi elaborado um novo projeto pedagógico global, que coincidia com o contexto da criação do Sistema Único de Saúde (SUS), em 1988, o que, segundo Ana Dayse, representou um grande avanço na universidade, principalmente para a área da saúde, já que o país demandava a formação de recursos humanos para esse novo sistema. “Foi aí que entendemos que não era mais possível manter a estrutura dos departamentos daquela época”, lembrou a reitora da Ufal.

 

A partir daí, iniciou-se um processo de reformulação na área acadêmica, que consistiu, entre outras ações, na extinção do sistema de créditos e do regime anual dos cursos da área de saúde, ampliado para a área administrativa da universidade, o que culminou com a realização do Congresso Universitário de 1997, que reuniu servidores, estudantes e professores em torno de um debate sobre a estrutura, as políticas e as diretrizes gerais daquela universidade.

 

Por meio de um minucioso trabalho de avaliação, discussão e proposições para a reestruturação, chegou-se ao Estatuto da Ufal, encaminhado ao MEC em 2003. O documento previu a extinção dos 46 Departamentos de Ensino, transformando os nove Centros Acadêmicos (equivalentes às decanias na Unirio) em 21 Unidades Universitárias, além da criação de 17 órgãos de assessoria, executivos e suplementares. A reitora da Ufal considerou que os setores ganharam maior autonomia, o que auxiliou a agilizar os processos de tomada de decisão em cada unidade, além de ocorrer a diversificação dos investimentos nas áreas de Gestão de Pessoas e de Assistência Estudantil.

 

Ana Dayse também apontou alguns pontos polêmicos na estrutura do estatuto, como a definição do número de pró-reitorias (depois fixadas em seis), os pré-requisitos para a criação e a respectiva candidatura dos diretores das Unidades Acadêmicas e a distribuição das gratificações pelos cargos de direção. Ela conta que, nesse sentido, o respaldo legal, com apoio da Procuradoria, foi fundamental para estabelecer parâmetros éticos e isentos. Em suas considerações finais, a Reitora da Ufal deu um conselho: que o novo estatuto da Unirio atenda ao perfil que a universidade está buscando para o seu futuro. “Que universidade vocês querem? É fundamental pensar qual o foco de realizações para a Unirio. Por mais que a gente traga subsídios com a nossa experiência, a Universidade terá que buscar sua identidade para saber por onde tem que caminhar para atingir suas metas”, afirmou.

 

Relembrando os desafios a serem vencidos, como as disparidades na relação aluno-professor previstas no Programa de Apoio ao Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), o presidente da CEO da Unirio, Prof. Astério Tanaka, destacou a importância do Programa para as instituições de ensino superior brasileiras. “Além de garantir investimentos para as universidades, o Reuni está nos ajudando a ter clareza dessa realidade, que precisa ser transformada”, pontuou.

 

No encerramento do painel, a reitora Malvina relembrou os encontros promovidos pela CEO em 2009, com representantes da Universidade Federal do Pará (UFPA) e da Universidade Federal do ABC. “Acredito que não poderíamos ter um fechamento desse ciclo de convidados que possa caracterizar melhor o que a Unirio está vivendo nesse momento. Só temos a agradecer à professora Ana Dayse pela exposição dos aspectos limitadores e dos aspectos que avançaram em sua universidade. São situações muito reais, muito concretas, apresentadas sem idolatria, que falam da realidade de uma universidade federal como a nossa”, concluiu a reitora da Unirio.