Ufal libera cinco novas variedades RB de cana-de-açúcar
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Rose Ferreira – jornalista, com informações da Ascom - UFRPE
A Ufal, através do Programa de Melhoramento Genético da Cana de Açúcar (PMGCA), libera nesta quinta-feira, 25 de março, cinco novas variedades RB (República do Brasil) de cana-de-açúcar, em um evento da Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroalcooleiro (Ridesa), em Brasília.
Ao todo, serão liberadas 13 novas variedades RB e será lançado o Catálogo Nacional de Variedades RB de Cana-de-Açúcar. No Catálogo Nacional, será possível conhecer cada uma dessas variedades, que são mais produtivas, geram maior lucro para as empresas e representam quantidade superior de açúcar por área. As variedades RB são fruto de pesquisa em várias áreas e apresentam características de grande importância de produtividade e resistência a doenças e pragas das diversas regiões. Atualmente, 60% da área cultivado no Brasil são de variedades RB. Dos 80 tipos apresentados no Catálogo, 22 foram obtidos pela Ufal.
Com a liberação das novas variedades, pequenos e médios produtores brasileiros vão contar com material genético de ponta, testados em diferentes ambientes de produção de regiões canavieiras. Das 13 espécies que serão liberadas, cinco são de propriedade da Universidade Federal de Alagoas – RB931003, RB931011, RB951541, RB98710 e RB99395. As duas primeiras, mais rústicas, são tolerantes a estresses hídricos, e as três últimas, são precoces e ricas em açúcar, além de possuir elevada produtividade. Além dessas, uma é de propriedade da Universidade Federal de Viçosa, duas da Federal Rural de Pernambuco, duas da Federal de São Carlos, e três da Federal do Paraná.
“É importante ressaltar a importância da parceria com as empresas que financiam o PMGCA e dos recursos humanos que nos dão suporte – atualmente, contamos com 12 estudantes de iniciação científica e quatro de pós-graduação, além de renomados pesquisadores”, destaca Geraldo Veríssimo, coordenador do PMGCA/Ufal.
Representando Alagoas no evento, estarão a reitora Ana Dayse Dorea, a Secretária de Estado de Ciência e Tecnologia, Kátia Born, e a Bancada Federal do Estado.
Ferrugem alaranjada
Recentemente, em dezembro de 2009, foi detectada pela primeira vez no Brasil a doença chamada “ferrugem alaranjada”. “Esta doença se manifesta em épocas úmidas e seus sintomas são manchas pequenas, arredondadas e bastante agrupadas. Possui esporos alaranjados, e não é difícil de diferenciar microscopicamente dos esporos da ferrugem marrom (Puccinia melanocephala), comum no Brasil”, explica Marcelo Cruz, engenheiro agrônomo e professor de Fitopatologia do Centro de Ciências Agrárias (Ceca).
O método mais eficaz para controlar a doença é o uso de variedades resistentes. As cinco variedades RB da Ufal estão em teste na Costa Rica e não apresentaram, até o momento, sintomas da doença.
Sobre a Ridesa
Formada por dez universidades federais (UFRPE, UFPR, UFSCar, UFV, UFRRJ, UFS, UFAL, UFPI, UFMT e UFG), algumas das quais estavam localizadas nas áreas de atuação das Coordenadorias do ex-PLANALSUCAR, a Ridesa foi criada com a finalidade de incorporar as atividades desse extinto programa e dar continuidade ao desenvolvimento de pesquisas visando à melhoria da produtividade do setor.
Este ano, a Rede completa 19 anos de atuação e tem como base para o desenvolvimento da pesquisa 31 estações experimentais estrategicamente localizadas nos Estados onde a cultura da cana-de-açúcar apresenta maior expressão, além de pesquisas nos campi das universidades federais, em nível de mestrado e doutorado.
A Universidade Federal de Alagoas tem uma posição privilegiada na Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroalcoleiro (Ridesa), por conta do Banco de Germoplasma, criado em 1966 pelo Sindaçúcar/AL e herdado em 1990 pela Ufal. Nesse Banco, localizado na Serra do Ouro, no município de Murici, estão armazenados os recursos genéticos do Programa de Melhoramento Genético da Cana-de-Açúcar (PMGCA), pertencente ao Centro de Ciências Agrárias (Ceca), com 2.600 tipos de cana (dentre espécies e híbridos).
Evento local
Entre abril e maio deste ano, está sendo programado o mesmo evento em Maceió, com a participação de produtores de cana, técnicos, políticos, pesquisadores e estudantes.