Jovens pesquisadores são incentivados a investir suas carreiras no segmento espacial
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“O Brasil e o Espaço” foi o tema da aula inaugural dos Programas de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic) e de Iniciação Tecnológica (Pibit), proferida pelo doutor Carlos Ganem, presidente da Agência Espacial Brasileira. A solenidade foi realizada na sexta-feira, 20 de agosto, no Ginásio Poliesportivo do Campus Maceió.
Na cerimônia de abertura, presidida pela reitora Ana Dayse Dorea, foram assinados os Termos de Concessão pelos Bolsistas CNPq, Fapeal e Universidade Federal de Alagoas. Atualmente, os programas Pibic e Pibiti contam com a participação de mais de 600 alunos de graduação, entre bolsistas e colaboradores. Os programas foram apresentados pelo Pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação (Propep) da Ufal, Josealdo Tonholo.Também estiveram presentes à aula inaugural, a secretária Estadual de Ciência e Tecnologia, Janesmar Camilo, o presidente da Fapeal, Tadeu Muritiba, entidades parceiras dos programas de iniciação científica e tecnológica da Universidade Federal de Alagoas.
O preletor da noite, Carlos Ganem, apresentou as atividades desenvolvidas na Agência Espacial Brasileira (AEB), com o objetivo de esclarecer aos jovens pesquisadores a importância do segmento espacial. “Hoje, nós perdemos a capacidade de fazer com que nossas crianças olhassem para o céu desde pequenininhas; a minha geração, por exemplo, quando caia a noite e ainda não tínhamos energia elétrica todo mundo olhava para o céu, via as estrelas, sonhava com os planetas, examinava as constelações a olho nu. Hoje, o desenvolvimento, a fumaça, a poluição, a luz da eletricidade praticamente roubaram o céu das crianças. Por esse particular, muitos deles chegam à idade da opção pela carreira e abrem mão de escolher coisas que poderiam ter um extraordinário meio de se ligar com o seu próprio futuro”, diz Ganem.
Ainda segundo o presidente da AEB, há um mercado de trabalho não visível, ainda não considerado pelos jovens, mas que de fato é estimulante: é o modo de interpretar o Brasil feito a partir do céu que nos protege. “Para se ter uma ideia, esse segmento no ano de 2008, segundo a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), movimentou $257 bilhões de dólares. Com isso, quero apresentar a vocês essa real possibilidade de investir suas carreiras nas atividades espaciais. Se o Brasil ficasse com todos os especialistas que estão trabalhando nos programas espaciais dos nossos concorrentes, nós não precisaríamos pedir ajuda a ninguém, consultar ninguém, nós poderíamos ser totalmente made in Brazil, com soluções brasileiras, feitas pelos próprios técnicos brasileiros, que trabalham em programas da Nasa, da Agência Espacial Europeia etc”, finaliza Carlos Ganem.
Carlos Ganem é economista, ex-advogado e administrador de empresa, e já exerceu muitas funções, tanto no setor público, quanto no privado. Trabalhou na Embratel, no BNDES, na Interbras, no Sebrae, entre outras entidades. Foi consultor de agências internacionais como o BID, FAO, Unido e PNUD.