Médicos residentes do HU aderem à paralisação nacional


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Tamara Albuquerque/Ascom

Os médicos residentes do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HUPAA) decidiram aderir ao movimento nacional de paralisação das atividades por tempo indeterminado, mobilização que visa garantir, entre outras reivindicações, o reajuste em 38,7% da bolsa da categoria. Há quatro anos a categoria recebe uma bolsa no valor de R$ 1.916,45. Em 2007, o governo federal chegou a anunciar um reajuste de 23,7%, mas não implantou a correção.

A paralisação nacional começa hoje e só será interrompida se as negociações com o governo produzirem acordos positivos para ambas as partes, segundo anunciam representantes da Comissão Nacional dos Médicos Residentes. A categoria manterá nos hospitais e demais serviços onde atua apenas 30% do seu quadro, como determina a legislação e o Código de Ética Médica.

No Hospital Universitário, assim como em demais instituições da saúde no país, a greve acarretará redução de serviços e atendimentos em todas as áreas com programa de residência médica. Segundo a médica Iana Kelly, que está na coordenação da mobilização no Estado, a categoria executa atividades e estão presentes nas escalas de trabalho, assim como o profissional do quadro das instituições.

A Direção Geral do HU apoia a paralisação das atividades dos médicos residentes. Segundo o diretor Paulo Teixeira, as reivindicações da categoria são justas. Ele acredita que a sociedade e, em especial, os usuários do hospital, vão compreender a mobilização, mesmo acarretando a redução de procedimentos. Os diretores e chefes de setores do hospital estão buscando alternativas, como o remanejamento de profissionais, para amenizar os efeitos da greve no Hospital Universitário. Entretanto, as perspectivas são de redução no número de cirurgias e de consultas nas áreas de oftalmologia, dermatologia, especialidades com maior número de médicos residentes. Hoje, a instituição dispõe de 53 médicos residentes.

Além do reajuste da bolsa de residente, a categoria exige a garantia do pagamento do auxílio moradia e auxílio alimentação, conforme estabelece a Constituição Federal; a implantação do adicional de insalubridade; o direito ao 13º salário; o pagamento de uma bolsa-auxílio; a definição de uma data base para reajuste dos vencimentos da categoria; o cumprimento da jornada de 60 horas semanais prevista em lei e o aumento da licença maternidade de quatro para seis meses.