Petróleo: o desafio é formar profissionais

Parafraseando a lema da Petrobras, “O desafio é a nossa energia”, capacitar profissionais para o setor de petróleo, gás e energia é o grande desafio abraçado pelas faculdades de Engenharias nos últimos anos. Em 2010, o setor teve grandes avanços na regulação da exploração do petróleo. Novas leis foram promulgadas, necessárias para fazer frente ao crescimento da produção, particularmente depois das descobertas das reservas do pré-sal, em 2006.


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Feras participam de curso de nivelamento, em fevereiro de 2011
Feras participam de curso de nivelamento, em fevereiro de 2011

Lenilda Luna - jornalista

Segundo Álvaro Teixeira, secretário executivo do Instituto Brasileiro de Petróleo, a Petrobras continua sendo uma empresa estatal forte e competitiva, mas era necessário criar espaço para a iniciativa privada. “A abertura do mercado, na década de 90, beneficiou  a Petrobras, que não tinha mais recursos para acompanhar as demandas das novas descobertas”, disse Alváro durante seminário realizado no LCCV-Ufal, no dia 14 de março.

O engenheiro destacou ainda que este crescimento na produção tem que ser acompanhado com o investimento em formação de pessoal. “Podemos chegar, em 2020, a uma produção de 25 milhões de barris de petróleo por dia. Isso nos coloca entre os 10 maiores produtores do mundo, ultrapassando o Irã”, disse Álvaro. “Mas precisamos formar profissionais para o setor. Hoje faltam geofísicos, geólogos, engenheiros de petróleo, engenheiros de produção, etc”, alertou o representante do IBP.

O desafio na Ufal

Na Ufal, o desafio de investir na pesquisa e formação de especialistas para a extração do petróleo no pré-sal começou a ser abraçada em 2009, quando o Laboratório de Computação Científica e Visualização (LCCV), que existia desde 2006, passou a integrar a Rede Galileu.

A rede foi criada pela Petrobras, integrando as pesquisas da Ufal, Universidade de São Paulo, Universidade Federal do Rio de Janeiro e PUC-RJ, para desenvolver projetos em parceria para soluções dos problemas de engenharia com utilização de matemática de alto nível e computação de alto desempenho, voltadas para a exploração de petróleo em águas ultra profundas.

Em seguida, foi criado, na Ufal, o Programa de formação de profissionais de Engenharia Civil e Engenharia Química para atuação no setor de petróleo, gás e energia. “Nossa primeira turma de bolsistas e colaboradores, com estudantes de Engenharia Civil, Engenharia Química e mestrado em Engenharia Civil/Estruturas, ingressou em agosto de 2010”, conta o professor Eduardo Nobre Lages, coordenador do no PRH-40.

Atualmente, o programa conta com cinco bolsistas e cinco colaboradores em cada curso de graduação envolvido (Engenharia Civil e Engenharia Química), além de seis bolsistas e dois colaboradores no curso de mestrado em Engenharia Civil/Estruturas. “O objetivo deste e de todos os demais Programas de Recursos Humanos da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP - é a formação de recursos humanos de nível superior especializados no setor em pauta, motivada pela demanda oriunda da forte expansão da indústria no cenário nacional. No caso do nosso PRH-40, a ênfase é em Sistemas Petrolíferos do Pré-Sal”, explica Eduardo.

Engenharia de Petróleo

A partir deste ano, a Ufal dá mais um passo na formação de profissionais, com o início do curso de graduação em Engenharia de Petróleo. Os 40 primeiros estudantes foram selecionados no PSS 2011 e começam a estudar no segundo semestre. O curso tem duração mínima de 5 anos e máxima de 8 anos. São 69 disciplinas obrigatórias, 17 eletivas, estágio curricular e Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).

O curso é integrado ao Centro de Tecnologia (Ctec) e vai utilizar a infraestrutura já existente, incluindo os laboratórios, como o  LCCV e o Laboratório de Estrutura e Materiais. “Já fizemos o nivelamento com os primeiros feras do curso de Engenharia de Petróleo, assim como acontece nas outras engenharias, para que eles tenham noções básicas do que será apresentado nas disciplinas e possam acompanhar melhor o programa”, destaca Eduardo Nobre.

Desta forma, a Ufal está fazendo a parte da instituição na formação de profissionais em um momento histórico de grande importância para consolidar a matriz energética brasileira. Uma iniciativa fundamental, já que este é um mercado de trabalho em expansão também no Estado de Alagoas, em empresas e programas de fomento ao desenvolvimento tecnológico e inovação.

Para saber mais:

Programa de Formação PRH-40

Engenharia de Petróleo