Campus Arapiraca participa de projeto pioneiro para apontar talentos esportivos
O professor Arnaldo Tenório da Cunha Júnior, do curso de Educação Física do Campus Arapiraca, é um dos coordenadores do projeto “Relação entre Dermatoglifia e os Genes ACNT3 e ECA em Atletas”, que tem como objetivo correlacionar o padrão dermatoglífico e a manifestação dos genes ACNT3 e ECA em atletas com o intuito de identificar marcas genéticas que apontem talentos de jovens em modalidades esportivas.
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Diana Monteiro – jornalista
O projeto, pioneiro no Brasil, também é coordenado pelos professores Rudy José Nodari Junior, da Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc – Joaçaba-SC) e Dra. Marília Papa, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Uma das etapas do projeto foi realizada de 3 a 7 de agosto, durante o XXX Troféu Brasil de Atletismo, no Estádio do Ibirapuera, em São Paulo, quando a equipe responsável, que conta com participação de acadêmicos das três instituições, realizou coletas da saliva de atletas participantes da referida competição.
Na oportunidade, foram coletadas também impressões digitais de jovens atletas que treinam no Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa (COTP). No total, foram avaliadas aproximadamente 400 pessoas, entre atletas, ex-atletas, crianças e adolescentes, o que implica na análise de quatro mil impressões digitais. Grandes nomes do atletismo brasileiro foram avaliados, como Vicente Lenílson, Marilson Gomes da Costa, Wanderlei Cordeiro de Lima, Mateus Inocêncio, e os ex-atletas Joaquim Cruz e André Domingos.
“Foi utilizado para a atividade o Sistema Informatizado do Método Dermatoglífico para Análise de Impressão Digital como Marca Genética, também chamado de Leitor Dermatoglífico, desenvolvido e patenteado pelo professor Rudy Nodari”, informa o professor Arnaldo Tenório, que é doutor em Ciências da Saúde com pós-doutorado em Treinamento Esportivo.
Arnaldo informa que o método da dermatoglifia pode ajudar no processo de seleção e orientação esportiva, objetivando direcionar os atletas de acordo com suas potencialidades para formar equipes competitivas nas mais diversas modalidades.
Ele acrescenta que o projeto é fruto de um trabalho iniciado durante o seu pós-doutorado, realizado na Universidade de Las Palmas de Grand Canária, na Espanha, tendo inicialmente como parceiro o professor Rudy, e integrando posteriormente à equipe a professora Marília Papa.
As ações do projeto no Campus Arapiraca são feitas através do Laboratório de Cianeantropometria, Atividade Física e Promoção da Saúde (Lacaps), do curso de Educação Física, e também da parceria da prefeitura de Arapiraca. A primeira etapa, realizada em São Paulo, contou com a participação do técnico da Secretaria Municipal de Educação de Arapiraca Luís Carlos Barbosa Silva, que é membro do Lacaps e orientando do professor Arnaldo Tenório.
“Estamos iniciando a segunda etapa fazendo a tabulação dos dados e o próximo passo consistirá no tratamento estatístico, na análise e discussão dos resultados. Os resultados serão divulgados através de publicações científicas”, informa o professor Arnaldo Tenório, destacando que os alunos membros do Lacaps estão recebendo orientações e informações para aprofundar o conhecimento do tema pesquisado.
No Estado de Santa Catarina, a dermatoglifia também já está sendo utilizada nos prognósticos de saúde com desenvolvimento de pesquisas em pacientes com algum tipo de patologia, como Mal de Alzheimer e cardiopatias.
Formação acadêmica e conhecimento
Sobre a importância do projeto pioneiro e inovador para a formação acadêmica dos alunos do curso de Educação Física de Arapiraca, o professor Arnaldo Tenório enfoca que a atividade, sem dúvida, irá proporcionar inúmeras e raras oportunidades para ampliar a qualificação dos futuros profissionais dessa área.
“O fato de estarmos participando de um projeto pioneiro no Brasil em parceria com universidades de renome nacional, como a Unoesc e a Unifesp, só vem reforçar a formação acadêmica e profissional dos alunos formados pelo Campus Arapiraca. Novas oportunidades de intercâmbio para docentes e alunos estão surgindo nas universidades parceiras, o que significa a ampliação de possibilidades de desenvolvermos novas e inovadoras pesquisas, em especial, nas áreas de esporte da saúde, tendo como foco a utilização da Dermatoglifia”, ressalta o pesquisador.