Maceió sedia eventos sobre retrovirose humana endêmica no Brasil

Evento é fruto da parceria entre Ufal, HU e institutos de pesquisa de São Paulo


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Ascom dos eventos

Maceió sediará nos dias 23 e 24 de novembro de 2017, no Hotel Ponta Verde, o I Simpósio Alagoano de HTLV / VII Simpósio Paulista de HTLV / XIX Reunião do Serviço de HTLV do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo. O evento reunirá renomados pesquisadores do Brasil e possui o objetivo de fomentar o debate acerca do HTLV (Vírus Linfotrópico de células T Humanas), difundir os avanços gerados pelas pesquisas mais recentes sobre os problemas causados por este vírus, fortalecer redes de colaboração entre pesquisadores e proporcionar momentos de interação e aprendizado entre pesquisadores, docentes, discentes e profissionais que possuem interesse na temática. 

O evento é fruto de parceria entre a Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HUPAA/Ufal/Ebserh), o Instituto de Infectologia Emílio Ribas de São Paulo (IIER-SP), Instituto de Medicina Tropical/Universidade de São Paulo (IMT-USP) e Núcleo de Apoio à Pesquisa em Retrovírus da Universidade de São Paulo (NAP HTLV-USP).

Endemia neglicenciada no Brasil, a infecção pelo Vírus Linfotrópico de Células T Humanas (HTLV) constitui-se em sério problema de saúde pública pelas graves complicações que podem decorrer da infecção, principalmente a mielopatia associada ao vírus que, quando não tratada oportunamente, pode levar rapidamente o indivíduo acometido para a cadeira de rodas, e à leucemia de células T do adulto, responsável por óbito em 100% dos casos quando não tratada.

A Amazônia brasileira é a maior área endêmica do planeta para infecção pelo HTLV-2 e o Brasil é também o país com maior número absoluto de indivíduos soropositivos para HTLV-1, totalizando 1,5 a 3 milhões de pessoas vivendo com este vírus. A infecção já foi observada em 100% dos estados pesquisados, com as maiores prevalências ocorrendo na região Nordeste, principalmente nos Estados da Bahia e Maranhão, onde acomete cerca de 2% da população geral. Alagoas ocupa o quarto lugar no Nordeste em prevalência e número absoluto de indivíduos acometidos, com cerca de 19.00O indivíduos infectados e perto de 1.000 destes evoluindo para a mielopatia. Outras complicações incluem a uveíte associada ao vírus, uma forma particular de artrite, complicações dermatológicas, outros quadros neurológicos e uma série de síndromes inflamatórias.

Tem como principal forma de transmissão a amamentação pela mãe infectada, seguida pela transmissão sexual. O teste sorológico durante o pré-natal, juntamente com a substituição do leite materno pela forma láctea, seriam medidas eficazes para controlar a endemia no país, a exemplo do que já ocorreu no Japão. Sua não inclusão entre os agravos de notificação compulsória permite que a endemia permaneça invisível ao olhar das estatísticas, da vigilância epidemiológica e dos gestores.

As inscrições para o Simpósio bem como para o curso pré-simpósio abordando o tema Biologia molecular aplicada ao diagnóstico e pesquisa em doenças infecciosas podem ser feitas através do site: https://www.doity.com.br/simposiohtlv2017