Discurso da reitora da Ufal na Reunião da SBPC destaca o centenário de Córdoba

Valéria Correia defendeu a autonomia universitária e a liberdade de cátedra

Por Lenilda Luna - jornalista / Foto Manuel Henrique
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Valéria Correia na solenidade de abertura
Valéria Correia na solenidade de abertura

Na solenidade de abertura da 70ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), realizada no domingo (22), no Centro de Convenções de Maceió, a reitora da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Valéria Correia, que nesse evento representa também a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior no Brasil (Andifes), destacou em seu discurso a autonomia universitária e a liberdade de cátedra.

A reitora fez referência ao Centenário de Córdoba, um movimento ocorrido na cidade de Córdoba, na Argentina, iniciado em junho de 1918, onde estudantes manifestaram a proposta de uma Universidade mais próxima da sociedade. “A autonomia universitária é um legado das lutas estudantis de Córdoba que este ano comemora 100 anos, cuja agenda, como gratuidade, laicidade, liberdade de cátedra, continua atual frente a um contexto de recrudescimento do conservadorismo e de ameaças à democracia e à liberdade de cátedra”, destacou a reitora no discurso.

A reitora criticou os cortes nos orçamentos das Universidades, com impactos negativos para o país. “A perda do investimento em Ciência e nas Universidades agrava o cenário de dependência e de inserção subordinada na economia global, atendendo aos interesses dos grandes conglomerados financeiros internacionais, intensificando a heterenomia econômica, tecnológica, científica e cultural do país”, ressaltou Valéria Correia.

Por fim, ao saudar os participantes da Reunião Anual da SBPC, a reitora citou uma das homenageadas, em memória, a alagoana Nise da Silveira. “Que este encontro que segue nos próximos dias, fomente em cada um de nós a coragem de continuarmos na luta pela Ciência e pela educação pública de qualidade socialmente referenciada! Concluo com Nise da Silveira, alagoana, médica psiquiatra, que enfrentou o conservadorismo de uma época com a arte no tratamento psiquiátrico: Não faz parte do meu vocabulário a palavra recuar, deve-se sempre ir em frente. Anda-se para o futuro.”

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