Pós-graduação da Ufal inova com defesas totalmente virtuais

Experiência no PPGLL concedeu título de doutora à professora Adriana Tibana com trabalho sobre fonologia da língua inglesa

Por Manuella Soares - jornalista
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Na tela do computador aparecem alguns rostos que representam avaliação e apoio moral. É a cena da defesa da tese de Adriana Tibana por videoconferência, no último dia 31 de março. Ela concluiu o doutorado em Linguística pela Ufal, e de forma inédita, o PPGLL reuniu os avaliadores da banca e alguns amigos, além de ouvintes, por meio virtual para assistir à apresentação do trabalho.

Destacando que a defesa foi oficial e pública, com as informações divulgadas pelo Programa para quem quisesse acessar o link no dia, a pesquisadora comentou que "achava que sentiria muita falta da presença física de amigos e familiares, porém, a plataforma digital proporcionou a presença deles e de muitas outras pessoas queridas, que não poderiam ter participado de outra forma. Isso compensou a falta de abraços no final”.

Adriana conta que ficou aliviada ao ser informada pela coordenação do Programa de Pós-graduação em Linguística e Literatura (PPGLL) de que as atividades teriam continuidade, mesmo com a suspensão do calendário acadêmico da Ufal, devido à pandemia de covid-19. É que a instituição suspendeu as aulas presenciais da pós-graduação, mas manteve os prazos para conclusão de trabalhos de pesquisa. Saiba mais aqui.

Com as determinações, Tibana finalizou a tese sobre o ensino de fonologia na aula de Inglês como língua adicional e deixou mais uma contribuição de pesquisa na área para a Universidade Federal de Alagoas. Agora, Adriana está feliz, aliviada e também ansiosa: “Guardo os abraços para quando encontrá-los pessoalmente, depois que este pesadelo acabar!”.

Sobre o trabalho

O estudo de caso da pesquisa de Adriana foi aplicado com alunos da licenciatura em Letras-Inglês da Ufal. O objetivo foi “analisar e refletir sobre as próprias práticas docentes no ensino de Fonologia na aula de língua inglesa para construir a possibilidade de ressignificação desse ensino na perspectiva do Letramento Crítico”, conforme explica o trabalho.

Adriana Tibana conta que depois de alguns anos como docente de inglês resolveu trazer a perspectiva do Letramento Crítico para a Fonologia abrindo a possibilidade de reflexão sobre o papel social e político da língua. Ela explica que as teorias também auxiliam a análise sobre a naturalização de conceitos que contribuem para manter as desigualdades sociais.

“Percebi que o ensino de Fonologia na sala de aula de língua inglesa se encontrava muito distanciado das implicações sociais que o sotaque carrega, além de ser completamente subserviente a um sotaque nativo idealizado”, reforçou.

A partir daí, a professora da Ufal cruzou a Fonologia com o Letramento Crítico criando o Letramento Fonológico Crítico dentro de uma visão de língua como discurso e, propôs: “Provocar reflexões sobre o papel dos processos fonológicos na construção de sentidos de um texto oral e a possibilidade da Fonologia se tornar uma aliada na luta contra o colonialismo e o preconceito linguístico”. 

O trabalho intitulado Letramento Fonológico Crítico - Ressignificando o Ensino de Fonologia na Aula de Inglês como Língua Adicional ficará disponível no repositório de teses e dissertações da Ufal.