Carta de Maragogi pede apoio para os povos das águas, florestas e campos
Documento foi construído durante evento no Litoral Norte que contou com a colaboração da Ufal
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O Laboratório de Ecologia, Conservação e Evolução Biocultural (Leceb), do Centro de Engenharia e Ciências Agrárias (Ceca) da Universidade Federal de Alagoas, divulgou o documento final construído durante o 11º Simpósio Nordestino de Etnobiologia e Etnoecologia (SNEE). A Carta Maragogi foi aprovada em plenária do Coletivo de Organização do Encontro dos Povos das Águas, Florestas e Campos de Alagoas e traz a público as principais considerações, reflexões e reivindicações feitas durante o evento, ocorrido em junho.
Além do Leceb, vinculado ao Programa de Pós-graduação em Diversidade Biológica e Conservação nos Trópicos (Dibict), também assinam a Carta Maragogi, representando a Ufal, o bacharelado em Agroecologia do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), além de outras dezenas de organizações e movimentos apoiadores.
O Encontro dos Povos das Águas, Florestas e Campos de Alagoas fez parte da programação do Simpósio com o objetivo de envolver comunidades e povos tradicionais, como indígenas, quilombolas, pescadores, camponeses, extrativistas, entre outros, para contar experiências, problemáticas e demandas por pesquisas.
Como resultado dessas discussões está o documento que pode ser conferido no anexo abaixo. “O Coletivo segue comprometido em fazer com que esse documento chegue até tomadores de decisão e diferentes segmentos da sociedade direta ou indiretamente envolvidos com as questões discutidas”, destacaram os organizadores.
Na Carta, os participantes frisam: “Reconhecemos a necessidade de políticas públicas e
investimentos que contribuam para o bem viver. Também reconhecemos a necessidade de maior articulação entre os povos e destes com as instituições de ensino, pesquisa, gestão, entre outras que possam contribuir no fortalecimento das lutas e das pautas coletivas apresentadas e refletidas”.
Sobre o Simpósio
O evento teve como tema Ampliando as fronteiras do conhecimento, se propondo a fomentar debates e questões de pesquisa para gerar avanços nos campos da Etnobiologia e Etnoecologia nos últimos anos. Tais avanços apontaram, inclusive, para necessidade de expansão da interdisciplinaridade dessas áreas com outras.
Durante o Simpósio foram apresentados 74 trabalhos científicos que envolveram a participação de mais de 200 autores e coautores. A programação incluiu palestras, minicursos, mesas-redondas, rodas de diálogos, uma feirinha da sociobiodiversidade, apresentações culturais e um espaço exclusivo para os filhos dos participantes, que puderam contar com o apoio de educadores do curso de Pedagogia da Uneal.
“O evento contribuiu para uma maior a interação e o intercâmbio científico de pesquisadores que atuam em Alagoas com os demais, vindos de fora do Estado”, ressaltaram os organizadores.
A 11ª edição do SNEE foi organizada pelo Leceb em parceria com o Laboratório de Etnobiologia e Conservação de Ecossistemas da Uneal) e o Laboratório de Biologia e Química do Ifal em Maragogi, com apoio da Fapeal.