Ufal reúne convidados no Seminário de Internacionalização
Primeiro dia de evento foi marcado pelo debate sobre a importância e a necessidade da internacionalização na Universidade
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O evento, organizado pela Assessoria de Intercâmbio Internacional da Ufal, reuniu alunos, professores e coordenadores da Ufal para discutir sobre as conexões e desafios da internacionalização do ensino superior no Brasil. A abertura do “I Seminário de Internacionalização da Ufal: percursos acadêmicos Interculturais e Inclusivos” foi feita pelo grupo de extensão Filomove, coordenado pela professora Natacha Muril, da pós-graduação de Filosofia.
O grupo, representado por quatro alunos, trouxe danças que retratam a ancestralidade, oralidade, valores comunitários e multiétnicos da América Latina, guiadas pelo discurso e canto da professora coordenadora. Apresentaram também um trecho do trabalho que desenvolveram na escola quilombola da comunidade Abrobeira, no município de Teotônio Vilela, com a participação do estudante argentino do programa Mov la America, Tomás Solari.
O evento, organizado pela Assessoria de Intercâmbio Internacional da Ufal, reuniu alunos, professores e coordenadores da Ufal para discutir sobre as conexões e desafios da internacionalização do ensino superior no Brasil. A mesa de honra foi composta pelo reitor Josealdo Tonholo, o assessor da Asi, professor Niraldo Farias; o presidente da Fundepes, Edson Bento, e a pró-reitora de Pesquisa e Pós-graduação, Professora Iraildes Assunção.
O reitor destacou a importância da internacionalização para entender o mundo, o próprio povo e sobre a necessidade do Brasil buscar ações mais ousadas, especialmente o estado de Alagoas em conhecer melhor a sua própria cultura. Ressaltou a relevância do programa de acolhimento para estudantes estrangeiros, que é feito pela Assessoria de Intercâmbio Internacional. “Hoje nós temos recepção antes de chegar, busca no aeroporto, levando para o hotel em que o estudante vai ficar durante o período, pago pela Universidade com refeições. Nosso grupo vai tá lá conversando em português para ambientar a pessoa e ajudar com a burocracia dos documentos. Isso muda radicalmente a forma de receber aqui no Brasil", disse ele.
A professora Iraildes Assunção falou sobre a necessidade da Universidade avançar no assunto e destacou o evento como um marco para essa iniciativa, que debate os desafios e possibilidades da cooperação internacional para o ensino superior. Destacou também os programas que incentivam e contribuem para a internacionalização, e que da vontade de expandir a participação em mais programas.
O professor Niraldo Farias finalizou a mesa agradecendo aos convidados e aos envolvidos na organização do evento. Falou sobre sua trajetória de 20 anos no cargo de assessor internacional, dos desafios que enfrentou e da necessidade de expandir ainda mais a internacionalização da Ufal.
A conferência de abertura tratou sobre o “Panorama da internacionalização do ensino superior no Brasil” com a participação da professora Ana Berenice Peres Martorelli, coordenadora do Colégio de Gestores de Relações Internacionais das Ifes (CGRIFES); da professora Dalila Oliveira, primeira diretora de Cooperação Nacional e Internacional do CNPq, e mediação da professora Manuela Callou, coordenadora da Assessoria Internacional da Ufal.
A professora Ana Berenice falou sobre a diplomacia do conhecimento, origens da internacionalização no Brasil, programas que as universidades brasileiras oferecem para estrangeiros, em especial para refugiados, os trabalhos que a CGRIFES vem desenvolvendo em todo o país, dos programas e países parceiros que contribuem para o trabalho e destacou os desafios que o Brasil enfrenta para se internacionalizar.
A Professora Dalila apresentou as ações de cooperação multilateral que o CNPq atua na graduação e pós-graduação, destacando que a maior parceria do Brasil é a União Europeia e a necessidade de diversificar a parceria com a Ásia e a América Latina. Trouxe também as chamadas públicas que apoiam projetos de pesquisa brasileiros com bolsas, a partir de parcerias com diversos países ao redor do mundo,
A discussão foi aberta para a plateia que discutiu o elitismo no ensino das línguas estrangeiras, importância da internacionalização para professores estrangeiros que hoje atuam na Ufal, necessidade de mais bolsas e investimentos para o Norte/Nordeste do país e no incentivo de pensar em países latinos como destinos de estudos e pesquisas.
Debates à tarde
No período da tarde, a mesa redonda composta por Julieta Grande, Cônsul da Argentina, Patricia Rojo, professora da Universidade de Rosário, Natacha Muriel, professora da Ufal, e mediação de Manuela Callou, coordenadora de projetos internacionais da Ufal, discutiu sobre os “Desafios e perspectivas da internacionalização do ensino superior no Brasil e na Argentina”. A representante da Asi abriu a mesa falando da importância da parceria entre os países e de como a Ufal tem caminhado cada vez mais para aprimorar as políticas de internacionalização.
“A internacionalização é algo que já vem sendo feito dentro da universidade e é algo que realmente já faz parte da nossa política. Então essa política é tratada de uma forma institucional. Sempre foram professores para o exterior, sempre vieram alunos de fora, mas nunca dentro de uma perspectiva de política institucional. Então esse evento traz esse marco, essa trajetória dentro desse contexto", ressaltou Manuella Callou.
A professora Natacha, que é argentina, falou da internacionalização do ponto de vista das ciências humanas, que acabam sendo esquecidas no processo de internacionalização. Destacou também a importância que o intercâmbio traz para o estudante se aprofundar nas raízes do próprio país. “Você tem que se preparar muito bem para conhecer seu país e apresentar seu país quando for para outro".
A Professora da Universidade Nacional de Rosario fez uma breve apresentação sobre o funcionamento do sistema universitário argentino, a política de internacionalização da UNR, o manual de boas práticas e destacou que a maioria dos convênios são com a América Latina, com dados expressivos da participação brasileira. Ressaltou a "importância de tratar a internacionalização como política institucional de maneira integral, transversal, inclusiva e solidária, adaptando a realidade de cada instituição".
Julieta Grande, que trabalha na sede em Recife e atua em sete estados do Nordeste, explicou o que é um consulado e a sua função em apoiar cooperações acadêmicas, facilitar intercâmbios estudantis, promover a Argentina e fortalecer os laços com o Nordeste. Apresentou a trajetória da Ufal com seu país e os resultados alcançados com essa parceria, e as vantagens de estudar na Argentina, com universidades de excelência e ofertas de programas e bolsas. A mesa foi finalizada com a assinatura do convênio entre a Ufal, representada pelo reitor Josealdo Tonholo, e a Universidade de Rosario, representada pela professora Patricia Rojo.
O primeiro dia do evento foi encerrado com a palestra do Professor Gaus Silvestre, diretor do CECA/Ufal, que falou sobre as possibilidades internacionais de cooperação acadêmica/científica com o México. Ele deu um panorama das universidades e produções acadêmicas do México por ODS em comparação com o Brasil. O professor destacou as perspectivas otimistas de parcerias, depois da reunião que participou no México na última semana, juntamente com o reitor da Ufal.